Quando saí do trabalho para casa na expectativa de ver um Cruzeiro x Grêmio disputado no meio campo, com um monte de volantes fazendo faltas duras e a rainha do espetáculo sendo mal tratada o tempo todo, confesso que já havia pensado em como eu poderia começar a escrever este texto.
Pensei que iria descrever em tom nostálgico uma época em que o futebol era como a canjiquinha de minha querida avó, hoje morando com os anjos: algo verdadeiramente semelhante à arte, mas que havia ficado para trás. Pela manhã ouvi em uma rádio que Adílson Batista escalaria seu time de acordo com a maneira como Celso Roth montaria a equipe do Grêmio. Isso já me havia feito pensar que esse texto poderia mesmo ter título, início, meio e fim ainda antes de o jogo começar.
A surpreendente escalação do Cruzeiro, corajosa, ofensiva — o que é de fato uma vocação histórica que marcou memoráveis esquadrões celestes — me fez ficar em apuros, me fez ter que lembrar da canjiquinha da minha avó de uma maneira diferente. Ah, essa canjiquinha que há tanto tempo não degusto... Apesar de ser torcedor do Centenário Tricolor Gaúcho, a noite embalada pelo céu das cinco estrelas provocou encantamento, admiração pelo verdadeiro futebol. Essa era uma receita que há muito estava esquecida na gaveta e que eu não imaginava poder degustar de novo tão cedo, ainda mais nesta terra onde a bola parece ter ficado quadrada.
Cyro Gonçalves é jornalista da Rede Minas
Bom post.
ResponderExcluirAlex Freitas
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