1- O jogador de futsal Falcão foi muito criticado por ter criado uma confusão depois do jogo que deu ao Brasil o hexacampeonato, no domingo atrasado. Ele teria agredido um jogador espanhol pelas costas. Não é raro que um fora-de-série apresente desvios de caráter e/ou personalidade, ou que não aja da forma que gostaríamos. Guardadas as proporções, é o caso do poeta Ezra Pound, acusado de colaborar com o fascismo. E do craque francês Zidane, na última final de Copa do Mundo de Futebol, dando uma cabeçada no adversário italiano. Humanos, demasiado humanos?
2- Saiu este mês uma nova revista de futebol, a Fut!, editada pelo mesmo grupo do jornal Lance! (leia-se Walter de Mattos Junior). Ao trazer para os leitores seções específicas para as seis ligas mais importantes do futebol europeu (pela ordem Portugal, Itália, França, Espanha, Alemanha e Inglaterra), ela está dizendo o que a imprensa nacional ainda não descobriu: com o êxodo dos jogadores mais, digamos, midiáticos, para o exterior, a imprensa esportiva deveria fazer o mesmo movimento, editando para seu público essa nova ordem, esse novo mapa ludopédico. Acordem!
3- Você quer um argumento para provar que este campeonato brasileiro é um dos mais fracos da história? Então anote aí: os melhores ataques são os de São Paulo e Flamengo, cada um com 51 gols. É média de 1,64 por jogo, a pior desde que os pontos corridos passaram a valer.
4- Apenas quatro clubes perderam apenas uma partida em casa –são os que apresentam a melhor performance nesse quesito: Grêmio, Palmeiras, São Paulo e Internacional. Na seqüência aparecem seis equipes, com apenas duas derrotas em casa. Dentre elas, Cruzeiro e Atlético.
5- As duas equipes que mais venceram fora de casa foram o Cruzeiro e o Flamengo. Esse é um dado importante, pois levará o caneco aquele que pontuar fora de casa (considerando que vencerá em seus domínios).
6- Mas tudo isso não quer dizer nada: qualquer um dos cinco times que figuram entre os primeiros pode sair campeão, daqui a sete rodadas. Portanto, não acredite nos matemáticos que calculam a chance de cada um, no fim de uma rodada; e não acredite nas previsões dos metade sábios metade bestas, dentre os quais me incluo.
7- Música para a próxima rodada, que abre depois de amanhã: "Soccer ball" (Bola de futebol), de Toninho Horta, do CD Durango Kid (Part I).
Fabrício Marques é jornalista e doutor em Literatura
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