Sempre foi assim. Toda vez que ela se arriscava a dar um palpite sobre futebol, algum amigo soltava a frase clássica: “mulher não entende nada disso”. Mas ela não desistia. Até que eles – os amigos que dizem com freqüência que não são machistas – finalmente começaram a considerar a opinião dela. E foram aos poucos percebendo que ela poderia sim acrescentar alguma coisa. E que tinha uma visão muitas vezes diferente... Desta forma, encarando o esporte por um ângulo especial, que só um olhar feminino consegue encontrar, ela ganhou algum respeito nas discussões futebolísticas. Ela, neste caso, sou eu, mas poderia ser qualquer mulher que não desiste de lutar contra os estereótipos.
Só que a guerra dos sexos é histórica. E a revolução do sutiã e da mini-saia não chegou como um furacão ao futebol, mas sim por meio de um conta-gotas. A participação é crescente, mas cada mulher que consegue se destacar na cobertura e na análise ainda é uma heroína da resistência. É verdade que algumas reforçam a frase polêmica segundo a qual “beleza é quase talento”. Mas é inegável a existência de talentos de fato – como várias formas de beleza – mostrando que existe espaço para as mulheres que tiverem a coragem e a ousadia de invadir esse universo tão masculino.
Há um mês lançamos um desafio no “Meio de Campo”. No quadro quinzenal “De salto alto”, o que sobressai é uma curiosidade revertida em atitude. O objetivo é esclarecer regras e conceitos ligados ao futebol, de maneira lúdica e inteligente, sob o olhar feminino. E uma coisa eu garanto: até os que se julgam exímios conhecedores do esporte vão aprender alguma coisa. Ou pelo menos se divertir...
Carol Delmazo apresenta o quadro "De Salto Alto" no programa Meio de Campo
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