28 de julho de 2011

Saudade


Tenho saudade quando, no gol a gol, alguém gritava: "Pegar de pé é dibra!".


Tenho saudade quando, na pelada, alguém ia pro gol e berrava: "Não vale bicudo!".


Tenho saudade quando, no cruzinho, um falava: "Tô no cruzo!".


Tenho saudade quando errava-se uma jogada e alguém gritava: "Ô pereba!".


Tenho saudade quando alguém gritava: "Paulistinha, dentro!".


Tenho saudade quando, antes de ir para o trabalho, meu pai batia penaltis para eu defender.


Tenho saudade do tempo que não valia gol dentro da área no futebol de salão.


Tenho saudade do gol de placa que fiz no Campeonato interno do Colégio Santo Antônio, em

1992.


Tenho saudade do tempo em que as comemorações de gol não eram coreografadas.


Tenho saudade quando o chute saia torto e alguém se desculpava: "Foi de rosca!".


Tenho saudade das camisas sem patrocínios.


Tenho saudade de quando meu pai me levantou na janela comemorando o gol do Éder contra a

Escócia, em 82.


Tenho saudade de jogar “dibrinha” no alpendre da casa da minha vó.


Tenho saudade do álbum da Copa União de 87.


Tenho saudade do tempo em que minha brincadeira preferida era "um gol de dois times de dois".


Tenho saudade do kichute amarrado na canela.


Tenho saudade das partidas de jogo de botão narradas por mim mesmo.


Tenho saudade de quando a gente ouvia o hino nacional no futebol do vídeo game e colocava a mão no peito.


Tenho tanta saudade, que é melhor parar por aqui antes que eu inunde o teclado.


Andre Fidusi é convidado do Meio-de-Campo neste blog.

13 de julho de 2011

Que dia é hoje?

Acordo cedo, meio sem saber por quê. Dou aquela espiada no relógio com um olho só, por que o outro ainda agoniza. 8 e 37 da matina. Ainda descabelado e amarrotado, vou para sala de televisão e ligo a bendita. Corro os canais rapidamente e o máximo que consigo é parar num desses programas de desenho animado. Algo me diz que esse dia vai ser estranho.

Depois de rever o mesmo episódio de Tom e Jerry pela milésima vez, mudo o canal. Os ponteiros do relógio juntos no doze estão em perfeita sintonia com o barulho do meu estômago. E na TV, por pura sacanagem, uma maratona de programas culinários. Parei com o masoquismo e devorei a pizza que acabara de adentrar.

O tédio me abraça como se fosse meu melhor amigo e os dedos nervosos pulam de um número para o outro no controle remoto. Olho para o lado e vejo que estou no meio da tarde. Depois de várias tentativas de fixar os olhos numa só atração, me deparo com os famigerados programas de auditório. Bizarrices, sensacionalismo e gente tentando ser engraçada tomam conta do meu período vespertino.

Cai a noite e eu continuo ali sentado, na raça. O olho chega a doer de tanta agressão vinda da tela colorida. O resto de força que me resta vale um apertão na tecla. Um filme que juram que é inédito se arrasta madrugada adentro. Sentindo-me o maior dos derrotados, volto para a cama com a mesma disposição (ou falta dela) em que levantei e um só pensamento: Não há coisa mais deprimente que um domingo sem futebol.


Andre Fidusi é convidado do Meio-de-Campo neste blog.

7 de julho de 2011

Publicamos a segunda parte do "Super Jogo" entre os times dos Heróis Futebol e Camaradagem contra Bandidagem Futebol e Roubalheira. Hoje, com a escalação do time dos vilões.


Bandidagem Futebol e Roubalheira

Goleiro:
Dr. Octopus. Agilidade e vários braços para ajudar.


Zaga:
Para botar medo (e bota medo nisso!) no ataque adversário, uma dupla de zaga de arrepiar, Espantalho e Munrah. Não sei se jogam bem, mas com certeza iriam tocar o terror.


Laterais:
Vamos de Aquático, pelo mesmo motivo do Aquaman e Dr. Freeze para tentar congelar o Flash.


Meio Campo:
Um triângulo ousado e perigoso. Coringa, Brainiac e Duas Caras. Aqui ninguém marca, no máximo roubam a bola do adversário.


Ataque:
Para confundir a defesa, ninguém menos que o Charada. Para aproveitar o cochilo da zaga adversária, mestre dos sonhos, Freddy Krugger. E lá na frente, esperando o arremate, o matador Jason Sexta-Feira 13!


Técnico:
Lex Luthor

E aí, em quem você apostaria?

Andre Fidusi é convidado do Meio-de-Campo neste blog.

6 de julho de 2011

Super Jogo

Quando criança, minhas brincadeiras preferidas sempre estiveram ligadas ao futebol. Jogo de botão, peladinha na rua, gol a gol no corredor de casa, até nos vídeo games tinha que ter uma pelota rolando. Quando a situação era desfavorável a imaginação voava longe. Era aí que eu me superava! Naquelas tardes, sozinho em casa, tédio no último andar, pegava a caixa de brinquedo e o mundo da fantasia começava. Quem nunca simulou uma partida de futebol com os vários bonecos de super-heróis, aqueles de plástico colorido que vinham num saquinho, que atire o primeiro cartão, quer dizer, a primeira pedra.


Pois bem, depois de grandinho comecei a imaginar como ficaria uma escalação dos times. Uma partida entre os heróis e os vilões. O resultado foi este:


Heróis Futebol e Camaradagem


Goleiro:


Aqui já temos uma disputa por posição. Primeiro o Homem Aranha. Faria inveja aos goleiros que rebatem a bola no pé do atacante e te matam de raiva. Complicado vai ser para repor a pelota em jogo. No vácuo, vem o Sr. Fantástico. Elasticidade pura, defesas impossíveis e acrobáticas. O problema é esticar demais e embolar com a trave.


Laterais:


Coil, o Homem Mola, dos Impossíveis. Vai e volta que é uma beleza. Na outra lateral vai o Aquaman. Fôlego invejável.


Zagueiros:


Classe e elegância com o Capitão América (que pelo nome já seria o capitão do time). Ao seu lado, para não brincar em serviço e mandar alguém pro alambrado quando for preciso, a brutalidade do Incrível Hulk.


Meio Campo:


Todo time tem um “carregador de piano”, nesse, o cara (por motivos óbvios) é o He-Man. Robin seria o homem de marcação, obedecendo todas as ordens do seu parceiro de aventuras e meia cancha, o Cavaleiro das Trevas, Batman. Este daria o toque de inteligência ao setor.


Ataque:


Escalaria três atacantes. Por uma das pontas, rápido como uma bala, The Flash. O problema vai ser o tanto de impedimento que o bandeirinha vai marcar. Na outra ponta, o também rápido e rasteiro e grande promessa, Willycat, dos Thundercats. Como referência na frente, o centroavante rompedor, parente de Dario peito de Aço, o Homem de Aço, Superman.


Técnico: Professor X


Andre Fidusi é convidado do Meio-de-Campo neste blog.


Obs.: Amanhã, Fidusi vai escalar o time da "Bandidagem Futebol e Roubalheira." Aqui, no blog do Meio-de-Campo.