"Se houver uma camisa branca e preta pendurada no varal durante uma tempestade, o atleticano torce contra o vento."
Durante muito tempo, essa frase do escritor Roberto Drummond serviu para definir a personalidade dos torcedores do Atlético.
Mas já faz alguns anos que ela é insuficiente para definir aqueles que cantam: "Clube Atlético Mineiro, uma vez até morrer..."
Tudo leva a crer que, ao contrário de todos os outros times do Brasil, e mesmo do mundo, os torcedores do Galo surgiram antes mesmo que o clube fosse fundado, em 1908. O atleticano é anterior ao Atlético.
Na verdade, tudo se passou, no momento da criação, como se o inconsciente coletivo se materializasse em um grupo de estudantes que trocou a sala de aula de um dia de semana por uma reunião no coreto do Parque Municipal, em Belo Horizonte, há cem anos.
Era o inconsciente coletivo dos que resistem a tudo.
O atleticano é, antes de tudo, um torcedor que resiste. Não é por acaso que, no hino do Galo, a ênfase é muito mais em "lutar" do que em "vencer". A vitória é saborosa, mas a luta não tem preço.
Por isso, muito mais que torcer contra o vento, ele foi criando através dos tempos uma couraça invisível que o protege das crises. Parece que cada derrota e cada tristeza alimentam essa couraça e que, ao invés de o derrubar, o jogam para frente.
Entre o nada e a dor, o atleticano prefere a dor. Ele precisa de emoção, e a busca mesmo quando o time não corresponde a esse sentimento.
O atleticano se aperfeiçoa na fraqueza. Quanto mais fraco, mais forte.
O espetacular time dos anos 80, com Reinaldo e Éder à frente, embala seu cotidiano como um estandarte: a qualquer momento ele pode voltar, trazendo alegria às novas gerações, que ainda não vibraram com um título.
Fabrício Marques
Durante muito tempo, essa frase do escritor Roberto Drummond serviu para definir a personalidade dos torcedores do Atlético.
Mas já faz alguns anos que ela é insuficiente para definir aqueles que cantam: "Clube Atlético Mineiro, uma vez até morrer..."
Tudo leva a crer que, ao contrário de todos os outros times do Brasil, e mesmo do mundo, os torcedores do Galo surgiram antes mesmo que o clube fosse fundado, em 1908. O atleticano é anterior ao Atlético.
Na verdade, tudo se passou, no momento da criação, como se o inconsciente coletivo se materializasse em um grupo de estudantes que trocou a sala de aula de um dia de semana por uma reunião no coreto do Parque Municipal, em Belo Horizonte, há cem anos.
Era o inconsciente coletivo dos que resistem a tudo.
O atleticano é, antes de tudo, um torcedor que resiste. Não é por acaso que, no hino do Galo, a ênfase é muito mais em "lutar" do que em "vencer". A vitória é saborosa, mas a luta não tem preço.
Por isso, muito mais que torcer contra o vento, ele foi criando através dos tempos uma couraça invisível que o protege das crises. Parece que cada derrota e cada tristeza alimentam essa couraça e que, ao invés de o derrubar, o jogam para frente.
Entre o nada e a dor, o atleticano prefere a dor. Ele precisa de emoção, e a busca mesmo quando o time não corresponde a esse sentimento.
O atleticano se aperfeiçoa na fraqueza. Quanto mais fraco, mais forte.
O espetacular time dos anos 80, com Reinaldo e Éder à frente, embala seu cotidiano como um estandarte: a qualquer momento ele pode voltar, trazendo alegria às novas gerações, que ainda não vibraram com um título.
Fabrício Marques
Mestre Fabrício,
ResponderExcluirAgradecemos por compartilhar sua verve literário-jornalística com seus pupilos!
Uma obje(provoca)cão referente ao último parágrafo: não recordo de títulos do CAM na década de 80; assim como na economia, foi também para o Atrético, a despeito da qualidade dos boleiros da época, uma década perdida.
Com "o sol na cabeça", espero que você nos brinde, ou melhor, nos embriague com um texto sobre o "Trem Azul".
Grande abraço,
Caram
Mestre Fabrício,
ResponderExcluirAgradecemos por compartilhar sua verve literário-jornalística com seus pupilos!
Uma obje(provoca)cão referente ao último parágrafo: não recordo de títulos do CAM na década de 80; assim como na economia, foi também para o Atrético, a despeito da qualidade dos boleiros da época, uma década perdida.
Com "o sol na cabeça", espero que você nos brinde, ou melhor, nos embriague com um texto sobre o "Trem Azul".
Grande abraço,
Caram
Ah não Fabrício, que sutilidade pra dizer aos atleticanos que eles aprenderam a conviver coma derrota.
ResponderExcluirQue simpatia a sua ao confortar os torcedores jovens pela falta de títulos.
Como cruzeirense que sou, afirmo: poderia ter sido mais polêmico! :D
Como sua aprendiz... você é foda! :D
HUMMMMM...NOJENTAAAAAAAAA!!!!!
ExcluirGrande mestre!!! Soube mesmo arrancar uma definição fabulosa do que é ser Atleticano.
ResponderExcluirAbraços - Gilson de Souza
É ISSO AÍ, GALO DOIDOOOO!!!!
ExcluirOlá Fabrício !
ResponderExcluirFaço o 4º período de jornalismo no UNIBH. Ainda devo ter o prazer de ter aula com vc...
Muito bacana o texto...e concordo plenamente....
O atleticano vive o Atlético intensamente e a cada sofrimento, sua paixão pelo clube aumenta.
Realmente que nada pode tirar de cada torcedor deste clube, o fanatismo e o amor pelo manto alvinegro...
Um abraço!
Oi, Fabrício!
ResponderExcluirO blog ganhou muito com a sua participação, pois vc consegue com tanta sensibilidade fundir jornalismo com a literatura, e ainda por cima mostrar o amor que vc sente pelo Galo. Parabéns pelo texto!
Abração,
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http://cafecomnoticias.blogspot.com
Grande Fabrício,
ResponderExcluirbelo texto, define muito bem nossa torcida que mesmo diante de tantos tropeços ainda continua fiel e apaixonada pela instituição.
Abraços
Excelente texto Fabrício. Parabéns
ResponderExcluir...pena que com o passar dos anos diretorias incompetentes estão cada vez mais destruindo com a paixão da torcida pelo seu clube.
É Galo...faz novamente essa massa feliz!
Abraços!
Rodrigo Bortolini
Grande Mestre Fabricio,
ResponderExcluirSimplesmente, perfeito esse texto.
A sua colocação em relação ao meu glorioso foi excelente.
Me vejo nessas citações...
"O atleticano se aperfeiçoa na fraqueza. Quanto mais fraco, mais forte."
"O atleticano é antes de tudo um torcedor que resiste."
Parabéns,sucesso e obrigada por todo apreendizado.
Um grande abraço da sua ex-aluna e sempre ATLETICANA..
Gabrielle Freitas
Mestre: a opinião de um seguidor é de um texto realmente feito por quem entende do assunto. Mas acho que vc não foi muito feliz ao escolher o tema para tal!
ResponderExcluirrsrsrsrsrsrs
O Atléticano está ainda mais conformado agora.
Abraços
Fabrício em suas palavra conseguiu retratar perfeitamente o torcedor atleticano. O torcedor nasce torcendo para o galo antes mesmo de conhecer o time. "Quanto mais fraco mais forte" FATO, somos assim é nas dificuldades que nos tornamos mais resistentes!
ResponderExcluirAbraço para o amigo-professor de quem sou fã Fabrício Marques!
Camila Kifer
LINDO CAMILA, concordo em número, gênero e grau. PARABÉNS.
ExcluirTambém sou fã di Fabrício..
Estou achando que dentro do seu peito bate um coração alvinegro, viu? Porque só torcendo para o Galo para traduzir tão perfeitamente o que é ser atleticano! Parabéns, texto lindo!
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