26 de abril de 2009

Ilusões (alvinegras) perdidas

Para quem não assistiu ao primeiro jogo da decisão do campeonato mineiro entre Cruzeiro e Atlético, pode parecer que o placar de 5 a 0 foi um exagero. Digo que não. Foi a comprovação de que o time azul tem um forte elenco e conjunto, pratica um futebol moderno – solidário e veloz. Não há o que discutir: a atual superioridade técnica do Cruzeiro sobre o Atlético é evidente.

Esta é maior série invicta que o time da Toca coloca à frente do Galo e supera as das temporadas de 1966 e 1968. São 11 jogos sem perder para o rival – 10 vitórias e um empate. Pode parecer ironia, mas o Atlético parou na sequência de 13 jogos sem perder.

O técnico Leão não confessa, mas é claro que, com a experiência de vencedor que tem, ele reconhece a superioridade do adversário. Por isso mesmo, colocou mais um zagueiro de área para jogar na lateral e reforçou o meio de campo com Rafael Miranda no lugar do suspenso Éder Luís. Foi uma tentativa de anular o ponto forte do Cruzeiro, que é justamente o miolo do campo. Isso até explica o equilíbrio do jogo no primeiro tempo, com poucas chances de gol. Relembrando o gol do Kleber, depois do calcanhar magistral do Wagner, penso aqui com meus botões: pobre Tardelli, que luta inglória é essa ao jogar isolado no ataque, sem ninguém para ajudá-lo.

A saída de Márcio Araújo no intervalo foi definitiva para que o Cruzeiro ganhasse de vez a luta no meio de campo e aí virou um jogo de ataque contra defesa. O time de Adílson Batista passeou em campo e somente em um momento, quando a partida já estava decidida, Fábio apareceu para fazer uma boa defesa.

Não vou aqui enaltecer os quatro gols do segundo tempo. Esse time do Cruzeiro quando toma as rédeas do jogo é difícil de parar. Do meio de campo para frente tem jogadores de alta categoria, rápidos e que mostram que estão muito bem treinados. Quase nunca erram nas finalizações e entram na área adversária tocando de primeira. Aí, meu amigo, não há como parar. É gol mesmo.

Ao Galo, resta o quê? Tomar a goleada como lição, levantar a cabeça, principalmente seus dirigentes, e reconhecer que o grupo é fraco e o campeonato brasileiro vem aí, já no mês que vem. A realidade não é Uberaba, Rio Branco, Ituiutaba, Democrata de Valadares ou Guaratinguetá, com todo o respeito. Daqui pra frente vêm Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Internacional, Grêmio, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Sport Recife, Atlético Paranaense, para não falar do próprio Cruzeiro.

Não adianta iludir o torcedor alvinegro. O Atlético precisa mesmo de um goleiro à altura de quem quer voltar a ficar entre os grandes do futebol brasileiro. A defesa precisa de um lateral e outros dois zagueiros. O meio de campo não tem um meia de armação de categoria, os volantes são ultrapassados, não sabem sair para o jogo e, no ataque, não dá para confiar só em Tardelli e Éder Luís. A competição nacional é longa. Cartões, contusões, suspensões, isto tudo influencia.

Bom, até parece que a decisão do Mineiro acabou. Pêra aí, temos a segunda partida, mas quem, em sã consciência, apostaria que o Atlético vai conseguir reverter o placar de 5 a 0? Há quem acredite em Papai Noel. Então, valem aqueles velhos jargões: clássico é clássico e não se ganha na véspera. Cada jogo é cada jogo. Fica o alerta: com esse time, o Atlético não vai conseguir muita coisa no Brasileirão. Já para o Cruzeiro, esse resultado e o título de bicampeão mineiro praticamente na mão – inclusive com o reconhecimento do presidente do Atlético, Alexandre Kalil, no “Meio de Campo” – podem representar uma dose a mais de confiança para avançar na Libertadores. Um último detalhe: agora são 40 títulos do Atlético contra 37 do Cruzeiro. A Raposa tá chegando.

Luiz Tropia Barreto é jornalista

3 comentários:

  1. Só o Mineiro esta perdido!!!!

    Não vou falar que o Galo esta perdido porque perdeu um classico e o campeonato mineiro, foi uma derrota humilhante, e que com certeza nenhum atleticano esperava, por isso tanta dor nos corações alvinegros.
    Mas o Galo nao perdeu porque o Cruzeiro é superior, e tem um melhor elenco, mesmo porque o Cruzeiro nem mostrou isso na primeira fase.
    O Galo perdeu porque não quis ser campeão, um time que joga pra ser campeão nunca escala 4 volantes, e 3 zagueiros.
    Em 2008 o Galo tomou a mesma goleada nos mesmos erros, quis segurar o cruzeiro no campo de defesa pra sair jogando, e quando saia tomava gols.
    O futebol moderno que se joga hoje em dia na Europa so funciona pra eles, porque la, eles dão espaço pra jogar, deixa o time rodar a bola de um lado para o outro, e o futebol brasileiro nao é assim, aqui nao tem espaçao pra fazer isso, muitas das vezes tem muito mais vontade em campo, que tatica ou tecnica.
    O Galo tentou reforçar o meio de campo porque é onde o Cruzeiro tem sua maior força, mas o Galo tentou fazer isso com dois voltantes que nao armaram jogadas e nem defenderam, O Marcio Araujo e o Carlos Alberto entraram em campo pra poder levar o time do galo pra frente e ajudar na marcaçao e nao fizeram nem um e nem outro, e quando subiram ao ataque nao conseguiram armar e nem concluir as jogadas e o pior de tudo voltavam trotando, com isso o galo perdeu sua lateral esquerda, que é um ponto forte do time porque o Junior nao podia subir, consequentemente o time do Galo nao tinha nenhum poder de ataque.
    Ontem o Leão, um treinador que merece todo meu respeito por tudo que ja fez em toda sua carreira de atleta e treinador, teve a infeliciade de armar um Atletico como um time pequeno, tanta coisa que ele podia fazer, para suprir a falta do Eder Luiz, que com certeza parte da torcida que o critica viu a falta que ele faz.
    Como o Atletico nao precisava fazer o resultado poderia armar um time mais leve para surpreender o Cruzeiro, e poderia ate sair com uma vitoria do classico.

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  2. Sem comentários: http://www.antigalo.org/imgs/thumbs/thumb_ag0409090732.jpg

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