Claro que merece comemoração a passagem do Cruzeiro para as semifinais do Campeonato Mineiro, consagrada com a vitória indiscutível, mesmo porque foram 7 a 2, em cima do Tupi de Juiz de Fora. Também é correto reconhecer o desempenho quantitativo do time azul, que balançou as redes 54 vezes em 19 jogos este ano, em três competições diferentes. Média de 2,84 gols por partida. O atacante Kléber, uma das mais felizes contratações da temporada, já superou a média de Diego Tardelli, do Atlético, artilheiro do campeonato.
No entanto, a meu ver a euforia para por aí e dá lugar a um balanço mais qualitativo das atuações do Cruzeiro. Na verdade, o Cruzeiro não enfrentou ainda nenhum adversário forte em 2009, com todo o respeito às equipes que encontrou pelo caminho. Nas duas vezes em que venceu o seu maior rival, os cruzeirenses não se depararam com um Atlético inteiro, tanto no torneio do Uruguai quanto no Campeonato Mineiro. Nas duas oportunidades, o Galo era um time em formação, sem conjunto, desajustado, com as peças ainda sendo montadas pelo técnico Emerson Leão.
Os outros adversários, em sua maioria, principalmente na competição mineira, mostraram que hoje há um abismo no elenco dos grandes da Capital diante dos participantes do interior. A nova fórmula de disputa do campeonato (oito classificados de um total de 12) escondeu um pouco as dificuldades enormes que os clubes do interior sofrem para montar times competitivos. Uberlândia, Villa Nova e, sobretudo, Social e Guarani não conseguiram sobreviver nem com os benefícios da mudança de regulamento.
Mesmo com essa aparente superioridade técnica e de elenco, os números generosos não conseguiram colocar uma cortina sobre as deficiências táticas do Cruzeiro, algumas delas remanescentes da temporada passada. O time ainda carece de um camisa 10 de ofício, que chame para si a responsabilidade de criação das jogadas, que exerça uma liderança natural em campo.
As esperanças depositadas em Wagner parecem estar perdendo força. Bernardo surge como uma nova promessa. Ramires caiu de produção, apresentou uma sequência de partidas sofríveis e só reapareceu com dois gols na goleada sobre o Tupi. Os dois reforços no ataque, Wellington Paulista e Soares, não conseguem manter atuações regulares, Soares sequer consegue aparecer. A dupla Kléber e Thiago Ribeiro foi mais convincente, mas a contusão deste último interrompeu os testes.
O vai-e-vém das escalações promovidas por Adilson Batista jogo a jogo, alternando diferentes formações entre o Mineiro e a Copa Libertadores, deixou o Cruzeiro ao sabor dos improvisos. A criatividade foi a arma mais prejudicada. Tanto que a Raposa amargou empates e algumas vitórias apertadas contra adversários que jogaram na retranca e conseguiram neutralizar os jogadores mais visados. Os passes, os cruzamentos de linha de fundo e as cobranças de falta parecem fundamentos ausentes nos treinos da Toca.
A goleada contra o Tupi deve ser explicada pela superioridade de um time grande sobre um pequeno, que precisava jogar aberto para reverter a vantagem do adversário, que entrou em campo podendo perder por um gol de diferença. A prova de fogo da temporada do Cruzeiro está por vir: na reta final do Campeonato Mineiro, nas próximas fases da Libertadores e no Campeonato Brasileiro.
Getúlio Neuremberg é jornalista e professor universitário
É, Getúlio. A verdade é que já estamos em abril e parece que a pré-temporada ainda não acabou. E, honestamente, acho que o time só vai ser testado mesmo na Libertadores e no Brasileirão. O Mineiro não serve para mais nada, só para os clássicos com o Galo mesmo, e nesses costuma contar muito mais a paixão do que a técnica. Mas aguardemos de qualquer forma. Abraço! Renato.
ResponderExcluirOlá! porque você enaltesse tanto a vitória do galo sobre o Uberaba? deve ser pq o Uberaba é um grande time né? e empobresse as vitorias do Cruzeiro sobre os times de mesmo nível técnico do Uberaba. Por acaso você é atleticano? Se não é deixou transparecer aqui que é. Poque o li aqui que você escreveu pelo o coração e não com a razão e naõ como um cronista esportivo, pelo menos foi o que deixou transparecer aqui. Depois o povo fala que a maioria da impressa mineira é atleticana sou obrigado a concordar.Porque metem o pau no Cruzeiro denigre as vitorias do cruzeiro e enaltesse a do galo, tenha a santa paciência né amigo
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