30 de abril de 2009
Duas derrotas e uma tristeza...
Quando o atleticano pensa que a situação é ruim, descobre que as coisas podem piorar. Depois de ser goleado na primeira partida da final do Estadual, o time perdeu para o Vitória-BA por 3 a 0, nesta quarta-feira, em Salvador, jogo de ida pelas oitavas-de-final da Copa do Brasil.
Vamos, então, a algumas considerações.
Quando sofreu o 3º gol, marcado por Neto Baiano, o Galo tinha apenas 10 jogadores em campo – Leandro Almeida era atendido do lado de fora do campo. Independentemente disso, o time estava apagado, jogando mal. E, como no clássico, pecou (e muito) nas jogadas aéreas.
O Atlético ainda não venceu uma equipe da Série A do Campeonato Brasileiro nesta temporada. Jogou três vezes contra a Raposa e perdeu todas (2x4, no Torneio Verão; 1x2, na fase de classificação do Mineiro; e 0x5, no domingo passado), e agora a derrota diante da equipe baiana.
O time mostra-se dependente de Diego Tardelli. Autor de 23 gols no ano, o atacante passou em branco no clássico (verdade seja dita, foi bem marcado) e se machucou logo no começo do jogo contra o rubronegro. Sem ele em campo, ver a rede balançar é quase impossível.
Há jogadores no elenco que já mostraram que não têm condições de atuar em um time de primeira divisão, como é o caso do Atlético. Lopes, para mim, é a unanimidade entre os torcedores – não serve nem para catar as bolas atrás do gol durante os treinamentos.
Alessandro? Jogou 45 minutos contra o Guaratinguetá-SP, mas mal tocou na bola na vitória por 2 a 0, que garantiu a classificação para esta fase da Copa do Brasil. Ontem, substituiu Tardelli aos 14 minutos do 1º tempo, saiu aos 25 minutos da 2ª etapa. Nada fez. Muita expectativa, pouco futebol.
Na minha opinião, Emerson Leão não é o principal responsável por essas duas derrotas. Tem culpa no cartório, é verdade, mas tem pouca mão-de-obra qualificada. Quando olha para o banco de reservas, imagino o que passa por sua cabeça: “Onde fui amarrar minha égua?”.
Alexandre Kalil, que chamou para si toda a responsabilidade após a goleada no clássico, contratou mal. Mas não se pode cobrar muito do dirigente, que também trabalha no limite por causa dos problemas financeiros do Clube. Precisa agir como um administrador, não como torcedor.
Os maiores culpados são os atletas, que não colocam em prática o que aprendem nos treinamentos. E se nada for feito antes do início do Brasileirão, o torcedor vai descobrir que depois do fundo do poço, ainda tem um porão. Um filme que o atleticano não vai suportar ver novamente. O Atlético está matando sua torcida...
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
29 de abril de 2009
Complexo de Vira-latas
O Atlético enfrenta hoje, não o Vitória da Bahia, mas uma incrível sensação de descrença do seu torcedor. Um torcedor que começa a cultivar um complexo de vira-latas. Nas palavras de Nelson Rodrigues: “Por complexo de vira-latas entendo eu a inferioridade em que o brasileiro se coloca, voluntariamente, em face do resto do mundo”.
Hoje soa estranho, mas era assim que o brasileiro se sentia em relação à seleção antes da Copa do Mundo de 1958. O motivo todo mundo sabe: a derrota na final de 50 para o Uruguai, no Maracanã.
Nada se compara a perder uma Copa do Mundo dentro de casa, mas cá entre nós, perder dois campeonatos para o grande rival, com duas goleadas acachapantes, chega perto. O Cruzeiro chutou o Atlético como quem chuta um cão sem dono na rua. E o complexo de vira-latas se instalou no coração atleticano. Qual será o próximo e irremediável vexame? Será uma nova surra? Ou, quem sabe, uma eliminação humilhante?
Uma coisa é certa: pouco depois de Nelson Rodrigues escrever sobre o complexo de vira-latas, o Brasil conquistou seu primeiro título mundial. Aí o brasileiro começou a se livrar deste mal que já estava criando raízes.
Atleticano, tenha uma certeza: esta sensação só vai terminar com a conquista de um título... E não vale nem Campeonato Mineiro, nem Copa sul-americana.
Túlio Ottoni
27 de abril de 2009
A culpa é do Leão!
O desabafo acima, de um atleticano desconsolado, foi registrado quando os gritos cruzeirenses arrefeceram, cansados de tanto gozar os desafortunados adversários pela inquestionável superioridade celeste.
Pensando bem, o desabafo do torcedor tem algum sentido. Fazer sonhar é algo de grande responsabilidade. As pessoas quando sonham, esperam que ele se realize, e vivem por antecipação as possibilidades de gozo de seus devaneios.
O atleticano – o da mesa de bar e tantos outros – sonhou quando Tardelli assumiu a artilharia, sonhou no momento em que o Galo terminou a primeira fase do Mineiro na liderança, sonhou diante da série de vitórias alvinegras, que deu à mídia material para construir castelos de areia.
A diferença fundamental entre o sonho cruzeirense e o atleticano hoje é que o primeiro tem base na realidade de administrações bem-sucedidas, planejamento, investimentos em infraestrutura, contratações acertadas.
O sonho atleticano é ilusão. Ilusão sobre o que o time significa no contexto nacional, sobre o tamanho de sua torcida, sobre suas reais chances de competir quando o Galo atravessa as fronteiras de Minas.
Da ilusão ao sonho, o percurso é necessariamente longo. Demanda trabalho, esforço, planejamento. Coisas que só muito recentemente o time centenário incorporou ao seu dia-a-dia. Do jeito mais difícil, a torcida do Galo recebeu ontem mais uma lição: a de que, no futebol contemporâneo, só camisa, tradição e amor não bastam.
Desde ontem, tanto aquele torcedor desconsolado quanto o resto da massa estão mais perto de admitir que é hora de exigir, além de raça no estádio, administrações competentes o tempo todo. Então voltar a sonhar será mais possível. Ou menos doloroso.
Alexandre Freire
Ele voltou!
O dia 6 de abril de 2008 marcou um duro golpe da história do emergente Ipatinga. A derrota por 3 a 2 para o Villa Nova, em casa, decretou o rebaixamento do time para o Módulo II. Apenas um presságio do que estava por vir...
No Brasileirão, o Tigre teve a pior campanha entre os 20 participantes. No primeiro (e por enquanto, único) ano na elite do futebol nacional, a equipe venceu 9 partidas, mas foi derrotada 21 vezes. A queda foi inevitável.
A temporada ruim deixou uma péssima impressão. Para se reabilitar, seria preciso no mínimo garantir o retorno à principal divisão estadual. Missão destinada à Enderson Moreira, que assumiu o comando ainda na Série A.
O começo foi difícil. No último teste na pré-temporada, empate em 1 a 1 com o Linhares-ES. Na estréia no Módulo II, derrota para o América, em Teófilo Otoni. E na 2ª rodada, empate em 1 a 1, em casa, contra o Poços de Caldas.
Foi a gota d’água para o presidente Itair Machado, que demitiu Enderson Moreira. Gérson Evaristo atuou como técnico interino em três partidas – obteve duas vitórias e uma derrota. E aí veio Marcelo Oliveira...
O ex-treinador do Atlético teve um começo arrasador: cinco vitórias seguidas! Resultados que em pouco tempo colocaram o Quadricolor na briga pela liderança, contra a Caldense – que, verdade seja dita, deu trabalho!
Com a competição chegando ao fim, o Ipatinga começou a derrapar – tropeços que tiraram a liderança em algumas ocasiões. Mas a sorte estava ao lado do Tigre. Se perdia ou empatava, os adversários também iam mal.
E nessa toada, a equipe do Vale do Aço chegou à última rodada precisando apenas de um empate para confirmar o retorno ao Módulo I. Fez mais do que isso: goleou o América-TO por 4 a 1 e faturou o título inédito.
Parabéns ao Ipatinga Futebol Clube! Parabéns ao técnico Marcelo Oliveira! Parabéns aos jogadores e demais integrantes da comissão técnica. Parabéns à diretoria do Clube por mais esta conquista. Parabéns aos torcedores!
Em 2005, Tigre sagrou-se campeão estadual no Mineirão.
Ainda é pouco para quem surpreendeu ao faturar o título estadual sobre o Cruzeiro, em 2005, e chegou às semifinais da Copa do Brasil, em 2006, contra o Flamengo – eliminando Botafogo, Naútico e Santos!
Mas o primeiro passo já foi dado. Vem aí a Série B. A estréia será contra o Figueirense, no estádio Orlando Scarpelli, no dia 9 de maio, às 16h10. O primeiro jogo em casa será no dia 16, contra o Vila Nova-GO.
O time já se reforça: o atacante Marcelo Ramos (ex-Cruzeiro) acertou sua saída do Santa Cruz, onde foi artilheiro do Campeonato Pernambucano, com 18 gols. Desejo boa sorte ao Tigre na próxima competição!
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
26 de abril de 2009
Ilusões (alvinegras) perdidas
Esta é maior série invicta que o time da Toca coloca à frente do Galo e supera as das temporadas de 1966 e 1968. São 11 jogos sem perder para o rival – 10 vitórias e um empate. Pode parecer ironia, mas o Atlético parou na sequência de 13 jogos sem perder.
O técnico Leão não confessa, mas é claro que, com a experiência de vencedor que tem, ele reconhece a superioridade do adversário. Por isso mesmo, colocou mais um zagueiro de área para jogar na lateral e reforçou o meio de campo com Rafael Miranda no lugar do suspenso Éder Luís. Foi uma tentativa de anular o ponto forte do Cruzeiro, que é justamente o miolo do campo. Isso até explica o equilíbrio do jogo no primeiro tempo, com poucas chances de gol. Relembrando o gol do Kleber, depois do calcanhar magistral do Wagner, penso aqui com meus botões: pobre Tardelli, que luta inglória é essa ao jogar isolado no ataque, sem ninguém para ajudá-lo.
A saída de Márcio Araújo no intervalo foi definitiva para que o Cruzeiro ganhasse de vez a luta no meio de campo e aí virou um jogo de ataque contra defesa. O time de Adílson Batista passeou em campo e somente em um momento, quando a partida já estava decidida, Fábio apareceu para fazer uma boa defesa.
Não vou aqui enaltecer os quatro gols do segundo tempo. Esse time do Cruzeiro quando toma as rédeas do jogo é difícil de parar. Do meio de campo para frente tem jogadores de alta categoria, rápidos e que mostram que estão muito bem treinados. Quase nunca erram nas finalizações e entram na área adversária tocando de primeira. Aí, meu amigo, não há como parar. É gol mesmo.
Ao Galo, resta o quê? Tomar a goleada como lição, levantar a cabeça, principalmente seus dirigentes, e reconhecer que o grupo é fraco e o campeonato brasileiro vem aí, já no mês que vem. A realidade não é Uberaba, Rio Branco, Ituiutaba, Democrata de Valadares ou Guaratinguetá, com todo o respeito. Daqui pra frente vêm Corinthians, São Paulo, Palmeiras, Santos, Internacional, Grêmio, Flamengo, Botafogo, Fluminense, Sport Recife, Atlético Paranaense, para não falar do próprio Cruzeiro.
Não adianta iludir o torcedor alvinegro. O Atlético precisa mesmo de um goleiro à altura de quem quer voltar a ficar entre os grandes do futebol brasileiro. A defesa precisa de um lateral e outros dois zagueiros. O meio de campo não tem um meia de armação de categoria, os volantes são ultrapassados, não sabem sair para o jogo e, no ataque, não dá para confiar só em Tardelli e Éder Luís. A competição nacional é longa. Cartões, contusões, suspensões, isto tudo influencia.
Bom, até parece que a decisão do Mineiro acabou. Pêra aí, temos a segunda partida, mas quem, em sã consciência, apostaria que o Atlético vai conseguir reverter o placar de 5 a 0? Há quem acredite em Papai Noel. Então, valem aqueles velhos jargões: clássico é clássico e não se ganha na véspera. Cada jogo é cada jogo. Fica o alerta: com esse time, o Atlético não vai conseguir muita coisa no Brasileirão. Já para o Cruzeiro, esse resultado e o título de bicampeão mineiro praticamente na mão – inclusive com o reconhecimento do presidente do Atlético, Alexandre Kalil, no “Meio de Campo” – podem representar uma dose a mais de confiança para avançar na Libertadores. Um último detalhe: agora são 40 títulos do Atlético contra 37 do Cruzeiro. A Raposa tá chegando.
Luiz Tropia Barreto é jornalista
24 de abril de 2009
Caixinha de surpresas?
Então, quais as nossas chances na decisão de domingo? É a pergunta que todo torcedor atleticano está fazendo. E a resposta: é exatamente o imprevisível.
Futebol não é ciência exata e nem um esporte, como o vôlei e o basquete, onde a melhor equipe quase sempre vence.
É a certeza desta incerteza que vai levar milhares de atleticanos ao Mineirão.
Os milhares de cruzeirenses vão ao estádio apostando que até o imprevisível tem limite.
Túlio Ottoni
Tá chegando a hora...
Para o atleticano, é importante que o time jogue com muita raça e amor. Somente assim será possível vibrar, com alegria, na vitória. Aliás, vencer e honrar o nome de Minas é o ideal do Atlético.
Principalmente se o jogo é contra um grande clube que existe na cidade, que mora no coração de milhões de torcedores – não só em Belo Horizonte, mas em todo o Brasil. E os cruzeirenses sabem que são grandes campeões.
O confronto dos dois maiores clubes mineiros mexe com os ânimos e as emoções dos torcedores, sejam eles alvinegros ou azul-celestes.
De um lado, estão aqueles que veem o time lutar, lutar e lutar pelos gramados do mundo, e são sempre fiéis ao time – uma vez até morrer.
Mas do outro há uma equipe que, nos gramados de Minas Gerais, escreveu milhares de páginas heróicas, imortais, em seus 88 anos de existência.
Mais uma vez, o Campeonato Mineiro será decidido entre Atlético e Cruzeiro – a 17ª final entre os dois maiores rivais. O Galo, campeão mineiro em 39 oportunidades, quer conquistar a taça pela 7ª vez sobre a Raposa, dona de 34 títulos estaduais.
Os atleticanos – sedentos por um título após o fiasco no ano de seu centenário – esperam ver o Galo forte e vingador em ação. Os cruzeirenses demonstram mais tranqüilidade com o time querido, tão combatido e jamais vencido – pelo menos, nos 10 últimos clássicos.
Qual dos dois vai ser campeão? Não sei. E quem falar que sabe estará mentindo ou contando com a sorte. Eu sei quem é que não pode perder: o torcedor! Nada de violência no estádio, ou pelo caminho até a Pampulha. Rivalidade? Só dentro de campo.
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
23 de abril de 2009
Aprender com a vitória
Galo 2 a 0. Foto: www.espnbrasil.com.br
Cláudio Gomes é editor de esportes da Rede Minas
Decisão no Módulo II
Marcelo Oliveira: perto do 1º título. Foto: http://www.ipatingafc.com.br
Nesta quarta-feira a competição já poderia ter sido definida, mas o tropeço do Ipatinga acabou deixando a briga pelo título mais emocionante. O Tigre, comandado por Marcelo Oliveira, perdeu para o Poços de Caldas, na casa do adversário, por 3 a 1.
Em Montes Claros, a Caldense, do técnico Alemão, encarou o atual campeão da Segunda Divisão estadual: a Funorte. E os donos da casa saíram na frente, com Ditinho. A Veterana empatou com Leandro e ficou com o empate em 1 a 1.
Mecão: pegou elevador para o Módulo I? Foto: www.afcto.com.br
Resultados bons só para um time: o América, de Teófilo Otoni. O Mecão derrotou o Itaúna por 1 a 0, em casa. Destaque para os quase dois mil torcedores no estádio Nassri Mattar – aliás, o time do Vale do Mucuri tem a melhor média de público na competição.
O Ipatinga lidera o Módulo II, com 40 pontos e 12 vitórias. A Caldense tem o mesmo número de pontos, mas uma vitória a menos. Logo atrás, com 39 pontos, aparece o América. E a última rodada, emocionante por si só, tem mais um atrativo...
Ipatinga e América-TO fazem o confronto direto, no próximo domingo, às 15h, no Ipatingão. Chance para o Tigre devolver a derrota sofrida na primeira rodada – 1 a 0. Vencendo, o quadricolor do Vale do Aço garante a vaga e fica com o título.
Veterena torce contra o Tigre. Foto: www.caldense.com.br
Já a Caldense – que joga em casa, no mesmo horário, contra o Valério – precisa de apenas um empate para comemorar o acesso para o Módulo I. Para ficar com a taça de campeão, precisa que o Ipatinga não vença o América-TO.
Se por um lado, o título e os clubes que vão subir ainda não estão definidos, por outro já é certo quem vai disputar a Segunda Divisão em 2010: o Democrata-SL e o Ideal, de Ipatinga, fizeram as piores campanhas e não têm mais chances.
Resultados da 21ª rodada (22/04):
América-TO 1x0 Itaúna
Funorte 1x1 Caldense
Valério 0x0 Araxá
Poços de Caldas 3x1 Ipatinga
Formiga 2x6 Democrata-SL
Ideal 2x1 URT
Última rodada (26/04):
Ipatinga x América-TO
Caldense x Valério
Democrata-SL x Funorte
Itaúna x Formiga
URT x Poços de Caldas
Araxá x Ideal
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
22 de abril de 2009
Osasco: é o fim?
Zé Roberto / Globo.com
Claro que para os profissionais do gabarito de José Roberto Guimarães ver um projeto de um time quatro vezes campeão da Superliga e vice este ano se desfazer é profundamente triste, mas ver Tande comparando Osaco aos dois maiores clubes de futebol do país é no mínimo cômico.
A Finasa, patrocinadora do Osasco, mudou o foco. De acordo com o comunicado de Osasco. “A partir de agora, o trabalho será concentrado no desenvolvimento dos programas de inclusão social e cidadania através do esporte, para crianças e jovens da comunidade de Osasco, bem como formação de atletas da categoria de base, do iniciante ao juvenil, nas modalidades de basquete e vôlei femininos”.
O comunicado afirma ainda que o programa conta com 53 núcleos de formação e 2.400 crianças e jovens de 9 a 18 anos, além de 144 atletas nas categorias de base.
Vale lembrar que a Finasa é uma instituição financeira. Relacionar a sua marca a um time que perdeu as quatro últimas decisões da Superliga, essa última quando era franca favorita no papel, acredito que foi a gota d’agua.
Mas a FIAT e a L’aqua de Fiori deixaram de patrocinar o Minas e nem por isso as equipes femininas e masculinas acabaram. Times que não são clubes e se mantêm apenas com patrocínio correm esse risco de desaparecerem de uma hora pra outra.
Por isso Tande o término do Finasa pode ser comparado ao Barueri, Brasiliense ou Ipatinga e não a clubes como Corinthians e Flamengo.
Cláudio Gomes é editor de Esportes da Rede Minas
20 de abril de 2009
"Fiel" para uma corinthiana
Como jornalista, espera-se que eu faça as tradicionais análises de roteiro, fotografia e outros conceitos de crítica de cinema. Para isso, consultem os especialistas. E podem parar por aqui. Fui assistir ao documentário como torcedora e é como torcedora que escrevo.
Para quem é apaixonado pelo time, não importando o momento, o que se deseja é um filme sobre o amor à camisa. Histórias de sacrifício, quase de insanidade. Aquela coisa de se ver na tela, quando um torcedor diz que ser corinthiano “não tem reversão”, e um outro conta que largou esposa e trabalho para viajar quilômetros só para ver uma partida...que terminou em derrota. É uma homenagem a esses milhares (ou seriam milhões?) de anônimos que esquecem o que são, o que fazem, a classe social e qualquer outro delimitador social para lotar as arquibancadas. Seja no Pacaembu, em qualquer outro estádio, ou no “salão de festas” da Fiel, o Morumbi. Palavras de um torcedor que dá um depoimento no filme, só estou reproduzindo.
Assistir ao documentário é chorar pela milésima vez ao ver a queda. E chorar de novo na partida que consagrou o retorno. É sentir mais uma vez a emoção que surge sempre que a bola rola e o timão está em campo. É repetitivo? É sem criatividade? Poderia ser mais bem elaborado? Corinthiano que é corinthiano não está nem aí. Sai da sala de cinema leve, leve....após mais algumas lágrimas e com a sensação de que o filme que passou é quase o filme da própria vida. Afinal, não dá pra separar o Corinthians do restante.
"Bi" Legal!
No ano de seu centenário, o Internacional já garantiu um título: o campeonato gaúcho! Na temporada passada, o Colorado também levantou a taça de campeão estadual, sob a tutela de Abel Braga e o atacante Fernandão (atualmente no Al-Gharafa, do Qatar).
Um detalhe curioso marca estas duas conquistas. Ambas foram contra equipes da cidade de Caxias do Sul (Juventude, em 2008, e Caxias, este ano). Sem falar que, nas duas decisões, o placar final foi de 8 a 1! Um verdadeiro chocolate.
A campanha do time do técnico Tite chama a atenção. Em 21 partidas, venceu 18 e empatou três – campeão invicto! E o ataque? Balançou as redes 67 vezes (média de 3,2 por jogo). A defesa também brilhou, com apenas 14 gols sofridos.
Os números impressionam na equipe de Nilmar, Taison, Guiñazu, Magrão e D’Alessandro, entre outros talentos. E servem como alerta para os outros 19 clubes da Série A. O Internacional é, na minha opinião, um dos favoritos ao título do Brasileirão.
Presidente Vitorio Piffero com a sócia nº 80 mil.
E é bom lembrar que a torcida alvirrubra também será um dos pontos fortes do time gaúcho. O estádio Beira Rio já é pequeno para comportar os agora mais de 80 mil sócios do Clube – o segundo maior quadro social da América do Sul!
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
19 de abril de 2009
Atlético e Cruzeiro mais uma vez
Escrevo isso não porque prefiro que seja assim sempre, mas com os investimentos e a forma de disputa que hoje temos no torneio regional não poderia ser diferente.
Uma forma de defender essa minha posição são as quartas-de-final. Dos oito times que chegaram na segunda fase, quatro não tinham sequer condições de receber os jogos em seus estádios.
As semifinais foram disputadas mais uma vez no Minerão e o favoritismo, que era óbvio, tornou-se um mero cumprimento de tabela. O campeoanto precisa ser revisto, os clubes do interior têm de reativar as rivalidades locais. Acredito que um torneio regionalizado seria uma boa opção. Não vejo com bons olhos o patrocínio de prefeituras, mas o apoio público é importante. Com o aumento das cotas da TV, todos os clubes ganharam, só que a diferença entre capital e interior ainda é gigantesca.
Resta aos torcedores assistirem mais uma final entre Galo e Raposa. Favorito? Assim como a final, serei óbvio: não vou arriscar.
Cláudio Gomes é editor de esportes da Rede Minas.
Valeu, Minas!
Verdade seja dita, não foram os minastenistas que perderam – apesar da grande quantidade de erros – mas sim o time de Florianópolis que venceu. Durante toda a Superliga, mostrou-se uma equipe mais equilibrada do que os adversários.
Renato e Lucas bloqueam André Nascimento. Foto: Sílvio Ávila/CBV
Não adianta buscar desculpas ou explicações sobre mais uma derrota para os catarinenses em uma decisão de título. É hora de valorizar o trabalho do técnico Mauro Grasso e o Minas, que sempre acreditou no esporte.
O time continua sendo tetracampeão da Superliga Masculina de vôlei, e tem excelentes jogadores. Destaque nesta edição para Serginho, revelado pelo Clube e eleito o melhor líbero do torneio, com 60,83% de aproveitamento na recepção e 32,61% nas defesas.
O vice-campeonato deve ser comemorado. O Vivo/Minas superou outras dez equipes para chegar à decisão contra o, indiscutivelmente, melhor time dos últimos tempos. Parabéns à Cimed/Brasil Telecom, mas parabéns também ao Vivo/Minas.
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
Liga Futsal 2009
Com o resultado, o time chegou à 5ª posição na tabela, com sete pontos em cinco jogos. A equipe volta a jogar na quarta-feira, 22, contra o Diplomata/Muffatão, da cidade de Cascavel-PR. A partida será às 16h, na Arena Vivo, em Belo Horizonte.
Já o outro time mineiro na competição não está bem na tabela. O Praia Clube/Prefeitura de Uberlândia é o penúltimo colocado - está em 18º lugar, com apenas um ponto em cinco jogos. A equipe é comandada pelo experiente Miltinho, mas ainda não venceu.
Vem de um empate, fora de casa, contra o Diplomata/Muffatão, por 2 a 2. Busca a reablitação nesta segunda-feira, 20, contra o São Paulo/Suzano, no ginásio Roberto David, no interior paulista.
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
18 de abril de 2009
Leite Longa Vida
O atacante Maikon Leite, de 20 anos, vive a mesma expectativa de um garoto que vai entrar em campo pela primeira vez na carreira. Não é para menos. Contrariando previsões médicas, o jogador se recuperou rapidamente de uma séria lesão no joelho direito.
Em 17 de agosto de 2008, na partida contra o Flamengo, pelo Campeonato Brasileiro, ele rompeu os ligamentos cruzados anterior, cruzado posterior e colateral medial, a cápsula, os meniscos, e ainda deslocou a rótula. Uma lesão sem precedentes, que poderia encerrar sua carreira.
Fisioterapia foi fundamental na recuperação. Foto: Adilson Barros
Oito meses depois, Maikon Leite está totalmente recuperado. Liberado para voltar aos gramados pelo médico Joaquim Grava – responsável pela cirurgia, recebeu ainda o aval do técnico Wagner Mancini, que o relacionou para o jogo deste sábado, às 18h10, no estádio Palestra Itália.
Liberado para os treinos, não vê a hora de jogar. Foto: Agência Estado
Se o Santos vai perder para o Palmeiras ou então garantir presença na decisão contra São Paulo ou Corinthians, isso não importa. Maikon Leite é um vencedor, mesmo que não seja aproveitado na partida de hoje. E essa, meu amigo, já é outra história.
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
Sada/Cruzeiro garante 3º lugar
Noite de glória para o vôlei mineiro! Em Itabira, o Sada Cruzeiro Vôlei venceu o Santander/São Bernardo por 3 sets a 1, de virada, em duas horas de partida. As parciais foram de 24/26, 25/21, 25/22 e 25/19.
A vitória da equipe celeste, comandada por Talmo (ex-levantador da seleção brasileira, campeão olímpico nos Jogos de Barcelona, em 92) rendeu o 3º lugar na classificação final da Superliga Masculina.
Essa é a melhor participação do time, em três edições. Ainda como Sada/Betim, a equipe terminou em 6º lugar na temporada 2006/2007. Na edição seguinte foi ainda melhor, ao obter a 5ª colocação geral.
A evolução talvez seja reflexo da manutenção da comissão técnica - praticamente a mesma desde fevereiro de 2007. A parceria com o Cruzeiro, firmada em janeiro deste ano, também pode explicar o sucesso.
Deixo aqui os meus parabéns ao Sada Cruzeiro Vôlei, pelo 3º lugar na Superliga Masculina de Vôlei 2008/2009! E os votos de que o time chegue mais longe na próxima temporada...
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
17 de abril de 2009
Fenômeno!
Não, eu não estou me referindo ao Ronaldo, atacante do Corinthians. O adjetivo se refere à trajetória do meia-atacante Carlos Júnior no Atlético.
Hoje o clube anunciou a dispensa do jogador. Na verdade, foi ele quem procurou a diretoria pedindo a rescisão do contrato, que terminaria no dia 15 de maio.
Chegou na Cidade do Galo em janeiro deste ano, para um período de testes. Foi indicado por um amigo (?) do técnico Emerson Leão. Aprovado, assinou contrato.
Jogou duas partidas. Entrou aos 17 minutos do 2º tempo da goleada sobre a Itabaiana-SE, pela Copa KIA do Brasil, e foi titular contra o Rio Branco, na fase de classificação do Campeonato Mineiro – acabou expulso aos 43 minutos da 1ª etapa.
Expulsão ridícula, diga-se de passagem. Revoltado com a marcação de uma falta favorável ao adversário, chutou a bola contra uma placa de publicidade. Depois disso, não teve outra chance na equipe.
Na época, perguntado sobre o lance, Leão disse que Carlos Júnior devia estar achando que estava jogando na várzea, mas que nem na várzea pode fazer isso.
Carlos Júnior teve os seus 15 minutos de fama (ou 71, se contarmos o tempo total em que ficou em campo com a camisa alvinegra). Marcou dois gols – média de um por jogo.
Fala sério: é ou não é um fenômeno?
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
16 de abril de 2009
Deu Zebra?
Dois fatos chamaram a minha atenção na rodada desta quinta-feira, pela Copa KIA do Brasil 2009: a eliminação do Botafogo e a derrota do Fluminense. Zebra? Bom, eu vi os dois jogos.
No Engenhão, quase 20 mil torcedores tentaram empurrar o Botafogo contra o Americano. O time da cidade de Campos, no interior do Rio de Janeiro, havia vencido o jogo de ida por 2 a 1.
A equipe do técnico Ney Franco não jogou bem. Abriu o placar aos 18 minutos, em uma bela jogada de Maicosuel com o zagueiro Juninho, mas relaxou depois.
Botafogo cai, em casa, diante do Americano. Foto: Alexandre Cassiano
O Americano passou a atacar mais e equilibrou o jogo. E os donos da casa voltaram displicentes após o intervalo, errando passes e finalizações. Só podia acontecer uma coisa...
O empate saiu aos 20 minutos: Thiaguinho perdeu a bola no meio-campo, Eberson lançou Kieza, que não teve problemas para tocar na saída do jovem goleiro Renan.
Desesperado, o Fogão partiu para o ataque. E de tanto insistir, chegou ao gol da vitória. Boa jogada individual de Maicosuel, que bateu forte, no canto de Jefferson. Aos 47 minutos!
E não houve tempo para mais nada. Resultado: disputa de pênaltis. E o herói virou vilão. Logo na primeira cobrança, Maicosuel chuta na trave. A paradinha não ajudou.
O artilheiro botafoguense na temporada, com 13 gols, foi o único a errar. O Americano ficou com a vaga nas oitavas-de-final e vai enfrentar o vencedor do duelo entre Ponte Preta e Figueirense.
Quer saber? Resultado justo. O finalista da Taça Rio só empolgou no início da partida. Méritos ainda para os visitantes, que não desistiram facilmente e fizeram história no Engenhão.
Fluminense joga mal e perde para o Águia de Marabá. Foto: O Globo
Em Belém, o Águia de Marabá manteve o 100% de aproveitamento ao bater o Fluminense por 2 a 1. Antes, o time paraense havia eliminado o América (2x1 em casa e 1x0 no Mineirão).
O estádio Mangueirão explodiu de alegria logo no primeiro minuto, com o gol de Aleílson, aproveitando a falha da defesa tricolor – fato que desarmou a equipe de Carlos Alberto Parreira.
Mesmo assim, o começo foi equilibrado. As equipes se alternavam nos lances de perigo. Os goleiros Fernando Henrique, do Fluminense, e Ângelo, do Águia, trabalharam bastante (e bem).
Mas a situação se complicou para o time carioca aos 35 minutos. Sinésio, cobrando pênalti, ampliou para os donos da casa. Festa nas arquibancadas.
E o que era ruim ficou ainda pior. Thiago Neves perdeu a cabeça e jogou a bola contra um gandula. Não deu outra: o árbitro Wilton Pereira Sampaio (CBF-DF) expulsou o camisa 10.
Pouco depois, o argentino Dario Conca reclamou de dores musculares e precisou ser substituído. Dor de cabeça para o torcedor tricolor.
E quem parecia estar perdendo era o Águia, que voltou do intervalo pressionando o Fluminense, que só chegava ao ataque com jogadas aéreas – sempre cortadas pela zaga paraense.
Só que o zagueiro Adriano, dos donos da casa, foi expulso aos 32 minutos. Com a igualdade numérica em campo, o atacante Fred, de cabeça, conseguiu diminuir a diferença.
O Fluminense acordou e buscou o empate até o fim, mas o goleiro do Águia e a trave contribuíram para o resultado final: 2 a 1. Mas ainda há o jogo de volta, no Rio de Janeiro.
E, de novo, eu digo que o resultado foi justo. Nos confrontos dos pequenos contra os grandes, venceram os times que levaram a sério o desafio. Melhor para o futebol, que ganha em emoção.
Zebra? Que nada... E teve gente lamentando o empate do Atlético, no interior paulista, contra o Guaratinguetá (eu mesmo achei um resultado ruim).
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
P.S.: Um amigo me ligou comemorando a eliminação do Botafogo. “Esse ano, pelo menos, não seremos eliminados por eles”, me disse, animado, o atleticano.
Pra que serve o Campeonato Mineiro?
Em entrevista a Fábio Pinel, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrela, diz que parou de chamar o torneio de “rural” só porque hoje os jogos regionais rendem mais que a Libertadores por causa da verba de televisão. Mas ele reconhece que a infraestrutura e o poder econômico dos arquirrivais, quando comparados aos dos adversários do interior, colocam a conquista do título para Atlético e Cruzeiro como uma “obrigação”.
Perrela também lembra que quando aparece outro campeão, como o Ipatinga, em 2005, é porque o time jogou reforçado. Ele lembra que, na conquista do Tigre, há quatro anos, 40% dos atletas estavam emprestados ao time do Vale do Aço pela Raposa. O América, que um dia foi a terceira força no Estado, hoje vive apenas na memória da torcida.
Mas ainda que algum dinheiro entre em caixa, o que o programa quer discutir é em que medida o Campeonato Mineiro funciona como um bom teste para Atlético e Cruzeiro enfrentarem adversários de peso nas outras competições em que tomam parte.
O time celeste levou uma goleada do argentino Estudiantes pela Libertadores há pouco mais de uma semana. Ontem foi a vez do Galo festejar como bom resultado o empate em 2 a 2 contra o Guaratinguetá, time rebaixado na presente edição do Campeonato Paulista.
Claro, esses resultados isoladamente não são conclusivos para avaliar a importância do Mineiro, mas deixam boas razões para dúvida sobre o que podemos esperar de Atlético e Cruzeiro a partir do desempenho que mostram na competição.
Se para os grandes da capital, o Mineiro, com seus campos ruins e times fracos, deixa uma questão no ar, para as equipes do interior pode significar um considerável reforço de caixa para quem chega à fase final, principalmente dentro da fórmula de mata-mata, em que ficam com a bilheteria do Mineirão quando mandantes.
Levantamento feito pelo produção do "Meio de Campo" mostra que o Rio Branco embolsou R$ 275 mil como mandante no último domingo, enquanto ao longo da competição arrecadou, no total, R$ 154 mil. Do mesmo modo, na terça-feira, o Ituiutaba levou, além de quatro gols, R$ 165 mil do Gigante da Pampulha. O Estádio da Fazendinha lhe rendeu R$ 95 mil durante o campeonato este ano.
Na ponta do lápis, além de um trocado, Atlético e Cruzeiro deviam fazer as contas para saber se o Mineiro vale a pena. A falta de títulos desde 2003 é para pensar. Minas só tem perdido força no futebol.
Alexandre Freire é jornalista
Obama só quer "Sóquer"
A história da Indonésia remonta à Era Cristã, época que sofreu muita influência da Índia e da China, passando pelos Otamanos até chegar aos Europeus que lutavam pelo domínio do comércio de especiarias. A Companhia Holandesa das Índias Orientais assumiu o monopólio até a Segunda Guerra. No conflito, a Holanda foi ocupada pelos alemães e perdeu a colônia para os japoneses, que até hoje interferem na política do país.
Um pouco da história da Indonésia serve para contextualizar a intenção do líder estadunidense. Obama vem de uma família de classe média, negro e envolvido com movimentos sociais desde a época universitária – o presidente americano tem uma consciência antropológica.
Para Obama, o “futebol é o esporte do mundo e a Copa do Mundo promove a amizade em todo o planeta.” O presidente que ficou conhecido na campanha como “ Obama Paz e Amor” quer usar o esporte bretão para promover um clima pacifista, num país que sempre agiu como polícia do mundo para impor seus ideais.
Em 94 o Brasil acabou com o jejum de 24 anos ao conquistar o quarto título mundial nos Estados Unidos. Na ocasião o então presidente Bill Clinton sequer participou do evento final. A entrega da taça foi feita pelo vice Al Gore ao capitão Dunga.
Naquela oportunidade uma frase ao fundo do Rose Bowl me incomodava: “Make the History of Soccer”. Espero que Obama, caso consiga realizar outro mundial em solo americano, não mude o nome do esporte que ele aprendeu a gostar na Indonésia. Que o líder da maior economia do mundo e que se mostra tão preocupado com questões globais chame a nosso jogar bola de futebol ou “football” como os holandeses ensinaram os indonésios.
Obs.: se ele quiser mudar o treinador brasileiro, pode ser agora.
* Futebol nos Estados Unidos é “soccer”
Cláudio Gomes é editor de Esportes da Rede Minas
Campeonato Mineirim
A final do Campeonato Mineiro entre Cruzeiro e Atlético merece entrar no calendário nacional. Como o carnaval, o dia do trabalho, a sexta-feira santa e o dia do motociclista (11 de março, para quem ainda não sabe). Todo ano tem. Cá entre nós, é chacota nacional. Nada mais óbvio. E como já disse Clarice Lispector: "o óbvio é a verdade mais difícil de se enxergar". E parece que ninguém quer enxergar uma verdade óbvia: o Campeonato Mineiro já não tem mais graça. Este ano, o regulamento superou todos os limites do bom senso - 12 times jogaram durante 2 meses e oito se classificaram. Oito.
O resultado está aí: teremos dois jogos pelas semifinais, os jogos de volta entre Atlético e Rio Branco e Cruzeiro versus Ituiutaba, totalmente desinteressantes. Até o torcedor do Galo, que tem dado show no Mineirão, não vai gastar dinheiro para ver este jogo, já que no final de semana seguinte vai ter um Cruzeiro x Atlético. Não é óbvio. Os times do interior reclamam, Cruzeiro e Atlético reclamam, a Rede Globo perdeu audiência em alguns jogos. E aí? A quem interessa este, como um dia definiu Zezé Perrela, Campeonato Rural?
Túlio Ottoni
Guaratinguetá 2x2 Atlético-MG
Não gostei. O Atlético não parecia vir de uma série de dez vitórias consecutivas. A atuação contra o Guaratinguetá – recentemente rebaixado para a Série A-2 do Paulistão – abre espaço para uma dúvida pertinente: nosso Estadual serve como base para analisarmos os times mineiros?
Não estou jogando por água abaixo o que foi construído por Émerson Leão e cia. até agora na temporada. Mas é curioso que, no primeiro jogo do ano contra uma equipe do campeonato regional considerado o mais forte do país, o Galo tenha encontrado dificuldades.
Existem talentos incontestáveis no Galo, como Diego Tardelli – autor de 21 gols em 17 partidas com a camisa alvinegra. E o incansável e aguerrido Carlos Alberto? Sem falar das assistências de Júnior. Mas é preciso melhorar. Como a qualidade do passe, por exemplo.
Perdi a conta de quantos passes os jogadores atleticanos erraram. Mas foi o suficiente para irritar o mais simples admirador do futebol – aquele que não desgruda do sofá só para ver XV de Piracicaba versus Inter de Limeira pela Série A-3 do Campeonato Paulista (vai passar no dia 18/04, às 19h, na Rede Família).
O trio de arbitragem precisou de escolta policial. Foto: Jefferson Martins
Nem vou comentar (muito) a arbitragem do capixaba Wallace Nascimento Valente e seus auxiliares e conterrâneos Katiuscia Mendonça e José Ricardo Linhares. Já não estavam bem, e depois da invasão de campo do presidente do Guaratinguetá, Carlos Arini, ficaram ainda piores.
Confesso que o pênalti do goleiro Fernando em Diego Tardelli não me convenceu. Acho até que nem o árbitro deve ter se convencido. Senão, não teria compensado ao marcar pênalti de Márcio Araújo, num lance acidental. Tento entender até agora a expulsão do goleiro Juninho.
Agora é esperar o jogo de volta, na semana que vem. Quem vencer se garante nas oitavas-de-final da Copa KIA do Brasil 2009, contra o Vitória-BA. O Atlético pode empatar por 0 a 0 ou 1 a 1, que mesmo assim fica com a vaga. Empate em 2 a 2? Disputa de pênaltis. Empate por três ou mais gols? Guaratinguetá.
Antes, tem a partida de volta contra o Rio Branco, pela semifinal do Campeonato Mineiro. Será neste sábado, às 16h, no Mineirão. Mais de 12 mil ingressos já foram vendidos antecipadamente. Émerson Leão terá que mexer na escalação: Lopes, Junior e Carlos Alberto estão suspensos.
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
14 de abril de 2009
Vivo/Minas em mais uma decisão
Na primeira decisão dessa série (2004/2005), os minastenistas enfrentaram o Banespa - na época comandado por Mauro Grasso (atual treinador do time mineiro), e perderam o jogo decisivo em pleno Mineirinho, por 3 sets a 2.
Depois, só deu Minas e Cimed nas finais da competição. Na edição 2005/2006, a partida decisiva foi novamente no Mineirinho. E, de novo, decepção da torcida mineira: 3 sets a 1 para os visitantes - que estreiava na Superliga.
O troco veio na temporada seguinte. Já sob o comando de Mauro Grasso e então conhecido como Telemig Celular/Minas, o time não tomou conhecimento do adversário e venceu o jogo decisivo por 3 sets a 0, no ginásio Divino Braga, em Betim.
Mas a Cimed voltou a ser campeã na última edição da Superliga Masculina. Com a mudança no regulamento, a final passou a ser realizada em um único jogo. No Maracanãzinho, a equipe de Santa Catarina ganhou por 3 sets a 2.
Agora, mais uma vez, a final será entre mineiros e catarinenses. O encontro decisivo será no domingo, às 9h30, no Maracanãzinho, no Rio de Janeiro. Vamos torcer para que o Vivo/Minas volte a colocar o Estado de novo no topo do vôlei nacional.
E parabéns ao Sada/Cruzeiro, que fez um excelente trabalho e vai disputar o 3ºlugar contra o Santander/São Bernardo, na próxima quinta-feira, em Itabira. O horário ainda não foi confirmado pela Confederação Brasileira de Vôlei.
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
9 de abril de 2009
Wonderful Tonight
A noite do dia 8 de abril de 2009 foi uma daquelas que ficam marcadas na memória e com certeza será tema das rodas de conversas por todo o Estado.
Qual atleticano imaginaria que, além de ver o time golear o Uberaba por 6 a 0 - com direito a três gols do artilheiro Diego Tardelli - seria presenteado com a goleada sofrida pelo Cruzeiro, na Copa Santander Libertadores, para o Estudiantes, por 4 a 0? Pouco importa se a vitória não valeu o título do Campeonato Mineiro, e sim uma vaga na semifinal, ou se a derrota da Raposa não resultou na eliminação da principal competição sulamericana.
A sensação de superioridade sobre o maior rival não tem preço. Até então, o Cruzeiro era um dos três invictos entre os principais clubes brasileiros. Foi uma noite em que tudo deu certo para o Galo, ao mesmo tempo em que tudo deu errado para a Raposa - até no vôlei! No Mineirão, 40.542 torcedores não tiveram problemas para chegar ao estádio, mesmo com o trânsito ruim por causa do horário e da véspera de feriado.
Em La Plata, na Argentina, nem o transporte da delegação cruzeirense funcionou. O atraso na chegada ao local da partida não permitiu o aquecimento adequado. Alguns jogadores tiveram que trocar o uniforme no gramado. O treinador cruzeirense culpou o incidente pelo fiasco e se mostrou convicto de que o esquema teria dado certo, não fosse por isso e pela liberdade dada a Verón.
Gosto do trabalho de Adílson Batista, mas ele não é perfeito. Aliás, ninguém é. Mas dessa vez as imperfeições causaram um enorme prejuízo aos cruzeirenses. Material? Não. Psicológico? Com certeza! O orgulho transformou-se em vergonha. Pelo menos até o próximo jogo.
O atleticano voltou a sorrir. É não é que ele já não estivesse feliz, pois a fase realmente é boa. Mas é porque essa combinação de resultados não acontece todo dia. A sensação deve ser muito boa. E se Eric Clapton estivesse no Mineirão, teria dito: "you were wonderful tonight".
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo.
6 de abril de 2009
5 de abril de 2009
Rolo compressor ou adversários fracos?
No entanto, a meu ver a euforia para por aí e dá lugar a um balanço mais qualitativo das atuações do Cruzeiro. Na verdade, o Cruzeiro não enfrentou ainda nenhum adversário forte em 2009, com todo o respeito às equipes que encontrou pelo caminho. Nas duas vezes em que venceu o seu maior rival, os cruzeirenses não se depararam com um Atlético inteiro, tanto no torneio do Uruguai quanto no Campeonato Mineiro. Nas duas oportunidades, o Galo era um time em formação, sem conjunto, desajustado, com as peças ainda sendo montadas pelo técnico Emerson Leão.
Os outros adversários, em sua maioria, principalmente na competição mineira, mostraram que hoje há um abismo no elenco dos grandes da Capital diante dos participantes do interior. A nova fórmula de disputa do campeonato (oito classificados de um total de 12) escondeu um pouco as dificuldades enormes que os clubes do interior sofrem para montar times competitivos. Uberlândia, Villa Nova e, sobretudo, Social e Guarani não conseguiram sobreviver nem com os benefícios da mudança de regulamento.
Mesmo com essa aparente superioridade técnica e de elenco, os números generosos não conseguiram colocar uma cortina sobre as deficiências táticas do Cruzeiro, algumas delas remanescentes da temporada passada. O time ainda carece de um camisa 10 de ofício, que chame para si a responsabilidade de criação das jogadas, que exerça uma liderança natural em campo.
As esperanças depositadas em Wagner parecem estar perdendo força. Bernardo surge como uma nova promessa. Ramires caiu de produção, apresentou uma sequência de partidas sofríveis e só reapareceu com dois gols na goleada sobre o Tupi. Os dois reforços no ataque, Wellington Paulista e Soares, não conseguem manter atuações regulares, Soares sequer consegue aparecer. A dupla Kléber e Thiago Ribeiro foi mais convincente, mas a contusão deste último interrompeu os testes.
O vai-e-vém das escalações promovidas por Adilson Batista jogo a jogo, alternando diferentes formações entre o Mineiro e a Copa Libertadores, deixou o Cruzeiro ao sabor dos improvisos. A criatividade foi a arma mais prejudicada. Tanto que a Raposa amargou empates e algumas vitórias apertadas contra adversários que jogaram na retranca e conseguiram neutralizar os jogadores mais visados. Os passes, os cruzamentos de linha de fundo e as cobranças de falta parecem fundamentos ausentes nos treinos da Toca.
A goleada contra o Tupi deve ser explicada pela superioridade de um time grande sobre um pequeno, que precisava jogar aberto para reverter a vantagem do adversário, que entrou em campo podendo perder por um gol de diferença. A prova de fogo da temporada do Cruzeiro está por vir: na reta final do Campeonato Mineiro, nas próximas fases da Libertadores e no Campeonato Brasileiro.
Getúlio Neuremberg é jornalista e professor universitário
Sobre o América, blogs e besouros
Gozado é que lendo os comentários no blog do Juca (postagem “Parece mentira”, do dia 26 de março – http://blogdojuca.blog.uol.com.br/ ), onde Sindicato dos Jornalistas Profissionais de Minas Gerais denunciou a demissão de Rodrigo Rodrigues, constatei que a maioria deles concordou com a demissão: o cara não obedeceu à chefia!
Entendo essas pessoas. Acham que ser jornalista é como ser um subordinado qualquer. Não sabem que não é assim. Ser jornalista é ter o interesse público como patrão. Ninguém, por mais premiado que seja, é verdadeiramente o superior de um bom jornalista. Este só se rende aos imperativos da própria consciência, ainda que frequentemente tenha de pagar por isso. Mas tais pessoas, brutalizadas pelo mercado, essa pseudodivindade que beijou o asfalto com a derrocada do império central, saberiam disso se vivêssemos num mundo mais humanizado.
Voltando a falar de futebol, nesse sábado, o Coelho, contra todas as expectativas, perdeu por 3 a 0 para o Rio Branco, de Andradas. O Azulão, com a vitória, tornou-se o primeiro semifinalista do Mineiro. No domingo passado, o alviverde havia ficado num empate sem gols no Mineirão contra o time do Sul de Minas.
O zagueiro Micão, do Coelho, depois do jogo, disse em Poços de Caldas – onde a peleja foi disputada, porque o Parque do Azulão não comporta públicos de 10 mil pessoas – que o resultado foi “vergonhoso”. Ainda bem que foi o Micão, jogador, e não um jornalista, que expressou sua avaliação com essa clareza. Ser jornalista é perigoso. Como, de resto, viver, segundo o mestre Guimarães Rosa.
Voltando ao futebol e ao jornalismo, Adílson Batista desabafou com o blogueiro Cosme Rímoli, do portal UOL, que os jornalistas mineiros são mal-informados, entre outros predicativos que podem ser conferidos no próprio (http://blogdocosmerimoli.blog.uol.com.br/). Os colegas mineiros, sempre muito comportados, perguntaram ao comandante cruzeirense ao final da coletiva de sexta-feira, anteontem, como é que ficava a história. Adílson disse: “Assunto encerrado”. A repórter Josy Alves, da Rede Minas, tentou insistir no tema e foi atalhada: “Assunto encerrado”. Um rápido silêncio e os coleguinhas de profissão seguiram discutindo outros assuntos. Não sei se houve lanche depois.
“Assunto encerrado” sempre foi uma expressão que me incomodou. Meu pai, do alto de sua autoridade, eu criança, usava a expressão quando achava que a discussão já tinha se estendido o suficiente. Mas havia discussão antes do bordão ser desferido como borduna. Claro, era uma conversa entre pai e filho. Havia assimetria, como deve ser, numa relação desse tipo.
Sei não. Temo que os que defendem o fim do diploma de jornalista como condição necessária para o exercício da profissão tiveram uma boa semana. Entre repórteres que são defenestrados por exercer a autonomia de seu juízo e jornalistas que recebem pechas generalizantes, pondo em risco credibilidade e dignidade da profissão, parece mesmo que há algo de errado com o diploma.
Pena. Gabriel Garcia Marquez um dia classificou o ofício de jornalista como “a melhor profissão do mundo”. É nesse texto seminal que ele lembra que a ética deve perseguir o jornalista como o zumbido, o besouro. Devíamos observar mais o voo dos besouros.
Alexandre Freire é jornalista.
2 de abril de 2009
Amarelinha? Gostei da do Equador
Ontem assisti uma partida sem emoções ou com jogadas de qualidade. O primeiro gol foi de pênalti, o segundo impedido e o terceiro foi aos trancos e barrancos que o fraco, porém combativo, Felipe Melo, fez.
O Peru não ofereceu qualquer resistência aos jogadores do time brasileiro e mesmo assim pouca criatividade e habilidade os torcedores viram dentro do Beira-Rio. Parece que os torcedores gaúchos previam isso e o estádio não ficou lotado.
E realmente Dunga não serve para comandar a seleção, pelo menos por enquanto, ele não soube orientar os jogadores de meio campo para que fizessem uma ligação entre ataque e defesa. A bola rodava pelos laterais, zagueiros e volantes, mas nada de jogadas criativas para municiar Luís Fabiano e Robinho. É volante demais!!!
Kaká é craque! Mas craque sozinho não resolve.
O jogo contra o Equador foi melhor porque o time da casa pressionou, criou oportunidades, teve uma movimentação que envolvia o Brasil. A seleção equatoriana soube jogar com a altitude a seu favor. O gol de Júlio Batista foi injusto. Primeiro por que não gosto do Júlio Batista (pode ser birra minha, mas acho um jogador medíocre e que ainda não sabe em que posição joga) e segundo porque o Equador era muuuuuuito melhor. O empate amenizou.
O Brasil, de Dunga, contou com toda a sorte do mundo nessa rodada e voltou a vice-liderança das eliminatórias. Mas uma derrota para o Peru poderia cair bem... quem sabe o Dunga.
Cláudio Gomes é editor de esporte da Rede Minas
Torcida brasileira
Até parece que multidões em carreata tomaram conta das ruas das cidades brasileiras para comemorar o show da Bolívia. O que seria um paradoxo já que nem a favor do Brasil os torcedores estão gastando as cordas vocais. O estádio do Beira Rio, onde o Brasil enfrentou o Peru, estava cheio... de cadeiras vazias. Será que a seleção perdeu prestígio com o torcedor brasileiro? As únicas manifestações ouvidas no estádio em Porto Alegre foram das viúvas do Alexandre Pato e Ronaldinho Gaúcho. Ou seja, colorados e gremistas. É isto que se chama torcer pela seleção? Não deveria ser este o foco da notícia? Ou então mais uma fraca atuação do time de Dunga diante do impotente Peru. Ou seria preferível falar dos problemas de Maradona do que os de Dunga ? Será que só vamos ouvir críticas à seleção brasileira quando o time tomar uma goleada como a Argentina tomou?