O ano de 2008 começou repleto de expectativas tanto para Cruzeiro quanto para Atlético. Os Cruzeirenses sonhavam com seu time vencendo mais uma Libertadores. Os Atleticanos comemoravam os 100 anos do clube e esperavam um grande presente para marcar este evento. Tudo não passou mesmo de um sonho.
Para o Cruzeirense, não pode existir mais a ilusão do título Brasileiro. Era o que tinha sobrado depois de o time fracassar na Libertadores. A derrota contundente sofrida diante do Náutico há poucas horas, por 5x2, revelou a fragilidade de um grupo que até deu mostras de profissionalismo, mas que sofre com a ausência de qualidade técnica, um fator capaz de suprimir qualquer sonho da exigente torcida celeste. Ainda aspirando a uma vaga na Libertadores 2009, resta saber se o Cruzeiro não vai fraquejar de novo em mais um momento decisivo, pois foi só o que fez em 2008, com exceção da briga doméstica no Campeonato Mineiro.
Já o Centenário Alvinegro das Alterosas padece de um problema ainda mais grave, que deixa o torcedor de cabelo em pé. Além da falta de qualidade do grupo, o Atlético é refém da desorganização enquanto instituição. Má administração em clube de futebol é algo que jamais passa impune. Os reflexos chegam dentro das quatro linhas, e quem sofre é o atleticano. Aliás, este nunca abandonou o time, e sua paixão permite-lhe se contentar com migalhas, como aconteceu na goleada por 4x1 frente ao Vasco na última quarta-feira. Num ano em que rondou por boa parte a zona da degola do Brasileirão, em que até presidente caiu, o Galo vai fazer a virada para 2009 no lucro.
O Cruzeiro e o Atlético de 2008 devem servir para que os dirigentes que virão para as próximas gestões nos dois clubes reflitam, de verdade. A Zezé Perrela cabe enxergar que não adianta sonhar com título que seja fazendo apostas. Os gigantes da América do Sul, São Paulo e Boca Juniors, jamais fizeram isso para chegar ao topo do mundo.
Para Alexandre Kalil, o primeiro passo deve ser cumprir a palavra e começar a varrer do Atlético todos aqueles que fazem o jogo sujo político que há anos castiga fortemente a instituição. A conclusão que pode ser comum aos clubes aqui-rivais é que futebol profissional deixou de ser coisa para aventureiros. É preciso planejar e investir para ganhar títulos. Ninguém pode ser campeão por acaso.
Cyro Gonçalves é jornalista da Rede Minas
Nota do editor: o articulista, em sua clara análise, não abordou as situações ridículas de América, Ipatinga e Villa Nova (por ordem de importância), que completam o cenário das montanhas.
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