Não, você não está sendo vítima de uma pegadinha ou então de alguma piada de mau gosto.
Inclusive, a torcida atleticana está eufórica com o bicampeonato nacional. Um feito inédito, conquistado graças ao trabalho de todo o grupo. Não faltou raça e determinação aos jogadores, que durante toda a competição mostrou-se regular e com uma campanha invejável. Tanto que o título veio com três rodadas de antecedência. O time tem o melhor ataque. A defesa, impecável, sofreu menos do que um gol por partida. O Atlético é, disparado, o time com o maior número de vitórias no campeonato brasileiro.
O torcedor está tão feliz pela conquista que não está nem aí se o Cruzeiro ostenta um recorde negativo tão impressionante quanto a campanha atleticana nesta temporada. O time celeste não vence uma partida oficial há três anos e cinco meses. Desde o dia 26 de maio de 2005, a equipe disputou 22 jogos oficiais. Foram quatro empates e 18 derrotas. Para piorar, nem os amistosos salvaram. Em 14 partidas, a equipe empatou cinco vezes e perdeu as outras nove.
O presidente – bonachão, diga-se de passagem – declarou que já não agüenta mais. Só grita para reclamar, nunca para comemorar. E o que é ruim pode ficar ainda pior. Se dentro de seis meses o Cruzeiro não ganhar de ninguém, vai superar o recorde do Íbis, estabelecido no início da década de 80. Entre 20 de julho de 1980 e 17 de junho de 1984, o clube pernambucano disputou 55 jogos oficiais, alcançando a inacreditável marca de sete empates e 48 derrotas.
Sem vitórias, não é surpresa nenhuma que o clube não tenha dinheiro nem mesmo para confeccionar seus uniformes. Para desespero da torcida, a tradicional camisa azul e branca teve que ser substituída por outra – preta e branca!
Contrastes do futebol brasileiro, que ninguém consegue entender – e não deveria nem mesmo tentar. Mas deixo aqui os meus parabéns ao Atlético Clube Goianiense, o novo representante goiano na segunda divisão nacional e primeiro clube a ser bicampeão da Série C.
E boa sorte ao Cruzeiro Esporte Clube, de Rondônia. A equipe, que só não foi rebaixada para a terceira divisão estadual porque ela não existe, tem um longo caminho pela frente. E conta agora com a compaixão do primo rico, que doou uniformes para minimizar a crise.
jajajaja! Muito boa Pinel! Confesso que até dá pra ver a foto conjecturei umas mil possibilidades pro desenlace do texto...
ResponderExcluirIndico a materia sobre futebol paraíbano que saiu na Futlance deste mês, muito legal tb!
Abraços!
Excelente texto Pinel!
ResponderExcluirA sensação de incoerência aflige, até o momento da revelação... Muito bom!