Zezinho sempre foi aquele menino malandro (no bom sentido, claro). Bonachão de sorriso largo, não se incomodava com a pouca estatura, sempre de camisa azul, ele se gabava de ter o melhor time de futebol de botão da rua. Brigão, sempre que podia jogava farpas no vizinho de muro que não tinha time de botões. E os bate-bocas viravam motivo de fofocas e rendiam assunto na escola.
Apesar de ganhar várias vezes o campeonato da molecada vizinha, tinha dificuldades quando entrava na disputa contra os meninos do bairro.
Zezinho gostava de ganhar dinheiro negociando seus botões e sua mãe sempre o alertava – Para com isso menino senão vai acabar com seu time - Ele pouco se importava.
Certa vez pegou um botão de acrílico Faber lixou, poliu e ofereceu para um garoto mais velho de uma cidade próxima. Sem conhecer direito o Zezinho, o menino, filho de pai rico, não pestanejou e pagou caro pelo Faber.
Essa não foi a única vez que ganhou dinheiro com isso. Mas para vencer o torneio do bairro teve de emprestar seu time ao irmão mais novo, que deu uma verdadeira lavada nos adversários. Antes, Alvinho (irmão de Zezinho), ganhou dos meninos da rua e o torneio início da região. Foi um ano espetacular.
Xandão era vizinho de Zezinho e desafeto declarado. Batia e apanhava com a mesma intensidade, mas era coisa de menino. Sem papas na língua as vezes falava mais do que devia e sua mãe, viúva, não o poupava dos castigos. Tinha cara fechada de poucos amigos, parecia estar sempre de mau humor. O cabelo com “Gomex” e o beiço de baixo pra fora eram característicos. Quem o conhecia bem dizia que era um cara sincero e bom amigo. Como não tinha time de botão vivia metendo o bedelho nos times dos colegas mais próximos.
Cacá, seu amigo, deixava ele brincar com o time dele. Mas o que perturbava Xande era que no passado seu pai teve um dos times mais temidos de toda a cidade e a pressão era grande para que ele também tivesse um jogo daquela qualidade.
Xande brigou com Cacá. Pegou seus botões e jogou no estrume. Não quis mais saber de jogar, ficou dentro de casa e só brincava com o Lego.
Os anos passaram e agora Zezinho e Xande ficaram mais experientes. Ontem fiquei sabendo que Zezinho pegou o time de volta com seu irmão e que o Xandão conseguiu um para ele. Tudo bem que não chega aos pés daquele de seu pai, mas ele promete que vai melhorá-lo.
Os dois marcaram de se encontrar e acreditem falam em “rachar um Estrelão” para jogarem juntos. Vamos esperar se na hora de cuidar do tabuleiro quem vai comprar o pano, a cera, quem vai lustrar e na casa de quem vai ficar
As mães já estão preocupadas!
Apesar de ganhar várias vezes o campeonato da molecada vizinha, tinha dificuldades quando entrava na disputa contra os meninos do bairro.
Zezinho gostava de ganhar dinheiro negociando seus botões e sua mãe sempre o alertava – Para com isso menino senão vai acabar com seu time - Ele pouco se importava.
Certa vez pegou um botão de acrílico Faber lixou, poliu e ofereceu para um garoto mais velho de uma cidade próxima. Sem conhecer direito o Zezinho, o menino, filho de pai rico, não pestanejou e pagou caro pelo Faber.
Essa não foi a única vez que ganhou dinheiro com isso. Mas para vencer o torneio do bairro teve de emprestar seu time ao irmão mais novo, que deu uma verdadeira lavada nos adversários. Antes, Alvinho (irmão de Zezinho), ganhou dos meninos da rua e o torneio início da região. Foi um ano espetacular.
Xandão era vizinho de Zezinho e desafeto declarado. Batia e apanhava com a mesma intensidade, mas era coisa de menino. Sem papas na língua as vezes falava mais do que devia e sua mãe, viúva, não o poupava dos castigos. Tinha cara fechada de poucos amigos, parecia estar sempre de mau humor. O cabelo com “Gomex” e o beiço de baixo pra fora eram característicos. Quem o conhecia bem dizia que era um cara sincero e bom amigo. Como não tinha time de botão vivia metendo o bedelho nos times dos colegas mais próximos.
Cacá, seu amigo, deixava ele brincar com o time dele. Mas o que perturbava Xande era que no passado seu pai teve um dos times mais temidos de toda a cidade e a pressão era grande para que ele também tivesse um jogo daquela qualidade.
Xande brigou com Cacá. Pegou seus botões e jogou no estrume. Não quis mais saber de jogar, ficou dentro de casa e só brincava com o Lego.
Os anos passaram e agora Zezinho e Xande ficaram mais experientes. Ontem fiquei sabendo que Zezinho pegou o time de volta com seu irmão e que o Xandão conseguiu um para ele. Tudo bem que não chega aos pés daquele de seu pai, mas ele promete que vai melhorá-lo.
Os dois marcaram de se encontrar e acreditem falam em “rachar um Estrelão” para jogarem juntos. Vamos esperar se na hora de cuidar do tabuleiro quem vai comprar o pano, a cera, quem vai lustrar e na casa de quem vai ficar
As mães já estão preocupadas!
Cláudio Gomes escreve as quintas-feiras.
Sensacional o texto!
ResponderExcluirParabéns.
Jajajajaja, muito bom o texto cara!!!
ResponderExcluirDeu saudades dos tempos de estrelão, cera, caixinha de fósforos...