7 de dezembro de 2008

Torcida deve repudiar arranjos do poder econômico

Numa época em que o poderio econômico avança sobre todas as esferas da vida, não é de se admirar que surja uma história mal contada como essa de uma suposta tentativa de suborno para arranjar resultados usando o nome do juiz Wagner Tardelli no jogo Goiás e São Paulo na última rodada do Brasileirão.

Depois de duas semanas de malas cruzando o país para dar “incentivos” a times pouco motivados pela fórmula do torneio, chegou a hora de expedientes ainda mais bizarros.

O futebol – como a economia e o ensino superior, para ficar em dois exemplos apenas – tem sofrido negativamente com o poder do capital especulativo, que vê em tudo negócio e uma oportunidade de ganhar, não importa a que custo, como bem o demonstra a crise imobiliária nos Estados Unidos, que repercute mundo afora, deixando uma trilha de destroços em todos os continentes.

O que um blog sobre futebol tem com isso?, um leitor mais desavisado pode estar se perguntando. Tem que o futebol é patrimônio cultural dos povos, em particular do brasileiro, que vê na esfera de couro a linha narrativa de um riquíssimo universo simbólico, para muito além do que pode ser reduzido a cifrões.

Neste domingo, os times entram em campo para as derradeiras pelejas. Dois jogos em particular marcam o rumo das coisas porque definem o título – além do confronto do tricolor paulista com o time esmeraldino do centro do país, o Galo enfrenta o Grêmio no estádio Olímpico. Esses quatro times, mais que todos os outros, têm o dever de zelar pela honra do esporte nacional.

Portanto, que os jogadores sejam maiores que suas limitadas biografias e traduzam em arte, empenho e espírito esportivo a resposta que o pais deve dar aos corruptos que se instalam em todos os cantos da cultura nacional, de onde devem ser varridos com a participação de cada pessoa de bem. A nação estará de olho na bola.

Alexandre Freire

Nenhum comentário:

Postar um comentário