17 de dezembro de 2008

Palavras que brincam com os fatos e enchem os olhos diante do monitor

Desde o mês de setembro o blog do Meio de Campo publica com periodicidade definida textos dos integrantes da editoria de esportes da Rede Minas, dentre outros de colaboradores que se dispuseram a enriquecer a ferramenta. Dois deles, em especial, me chamaram a atenção.

Primeiro, o texto escrito pelo editor-chefe, o faz-tudo Cláudio Gomes, que traz uma historinha (ainda estou em dúvida se não seria estória, considerando o lado ficcional de uma narrativa absolutamente real) sobre dois pequenos atleticanos.

O nome do texto, publicado no dia 6 de novembro, faz alusão a adjetivos que servem de alcunha para os personagens: Travesso e Zangado. Destaca-se aqui a capacidade do autor de criar uma (es)história com todos os requisitos que encontramos naquilo que faz o gênio dos quadrinhos, Maurício de Sousa. Voltei à infância e aos tempos em que lia freqüentemente a Turma da Mônica.

Só que a narrativa imprimida por Cláudio Gomes tem a vantagem de abordar um assunto que me agrada muito, o futebol mineiro, sem ser infantil e superficial como as estorinhas de Pelezinho e seus companheiros Canabrava e Frangão.

Outro texto de encher os olhos e a expectativa desse humilde leitor foi escrito ontem e postado hoje, por razões só explicadas pelos magos da virtualidade e pelos técnicos em informática.

O autor – um misto de produtor, editor e repórter – João Paulo Ribeiro faz uma abordagem que sugere aflição de quem vive de dar notícias de futebol na entressafra do esporte mais popular do planeta. Dentre esses, nós, jornalistas esportivos.

Um primor na capacidade de atestar que a grande imprensa trabalha incansavelmente para noticiar fatos. Mas também de constatar que, se eles não existem – pelo menos com o viés esportivo – alguns veículos não se fazem de rogado e forjam notícias, ainda que elas não caibam na editoria própria.

Pobres daqueles que precisam encher páginas, cadernos, que necessitam produzir 20, 30 minutos de noticiário esportivo. Pior ainda para quem está do outro lado do monitor, do jornal ou do aparelho de rádio, recebendo a polpa de uma fruta colhida fora do tempo, ou melhor, na entressafra, quando o momento não é apropriado para a plantação. Ou é?

Eduardo Almada escreve às quartas-feiras.

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