O técnico Emerson Leão veio de carro a BH porque não é homem de recuar diante do mau tempo. Cara do Galo. Kalil parece ter amadurecido um horror nesses tempos parcos de Zizas e que tais. Sabia que tinha de jogar uma cartada forte. Do tipo que produz mídia num momento em que já não há o que falar. Que fixa a agenda.
Fez, guardadas as devidas proporções, o mesmo que o Corinthians com a ridícula apresentação de Ronaldo, que de fenômeno só tem mesmo o marketing que se ancora em sua figura fora de forma. Nada contra Ronaldo. O rapaz é um cara que tem muitas virtudes. Inclusive já jogou muita bola.
Leão, respondendo a uma repórter-mulher, que fez a melhor pergunta da entrevista, disse o que pensa de Ronaldo contratado pelo Curingão recém resgatado do inferno da segunda divisão. Kalil fez algo parecido com bem menos dinheiro e, cá entre nós, riscos. Trouxe Leão e começou transferindo para um ex-arqueiro da Seleção, com envergadura nacional, a missão de defender a meta alvinegra.
Não é à-toa que ele fustigou os medianos Juninho e Edson. E com toda a razão. Olhando para o passado, o torcedor do Galo lembra-se de Kafunga, Renato, Marzukievicz, Taffarel, Diego. De quebra, inventou expressões – tipo posição de precisão. O cara tem a manha. Chegou do Oriente Médio, foi testado em São Paulo, a Meca do futebol atual, e conhece o estado da arte dentro das quatro linhas.
Um parágrafo em homenagem ao Marcelo de Oliveira, a quem o Galo muito deve. É um desses caras cuja maior virtude é o bom senso. O ex-jogador que nunca foi exatamente uma estrela. Mas cuja qualidade de passe sempre fez diferença. Desejamos a ele muita sorte nas novas equipes em que deve construir carreira antes de voltar ao Galo para dizer ao mundo a que veio. Boa sorte, Marcelo! Torcerão por você como só a massa alvinegra sabe torcer. Torcer é amar mesmo no sofrimento. Algo de que o amor de shopping centre se esqueceu.
2009 aponta na curva do caminho. O centenário ficou para trás e já foi tarde. Leão falou pouco e disse tudo. O Galo é grande. E numa época em que todo mundo tem medo do amanhã, nunca foi tão importante sonhar. Saudações! Feliz Natal. Um ano bem novo!
Alexandre Freire devia ter escrito domingo passado
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