18 de dezembro de 2008

Atirando o Salto Alto


Ontem cedo o João Paulo atendeu o telefone aqui na redação e logo me chamou apontando para o aparelho. É a sua mãe - disse ele

- Alô!
- Você viu que absurdo? Estou com ódio daquele homem! Isso é demais
-Alô mãe! Alô! O que foi?
- Você não viu?
- O QUÊ?
- O presidente do Fluminense!

Ela me ligou indignada com as palavras de Roberto Horcades, que disse:

- Ele foi treinar as meninas lá em Atenas e aí conseguiu fazer com que as mulheres, com dois neurônios, chegassem a vice-campeãs mundiais.

A intenção de Horcades era fazer um elogio a René Simões, técnico do tricolor carioca.

Atitudes como essa mostram como os dirigentes brasileiros ainda são despreparados, preconceituosos e ultrapassados. Horcades não é o único “homem do futebol” a externar sua empáfia futebolística sobre o sexo oposto. Wanderley Luxemburgo também desferiu contra as mulheres dizendo que elas não entendem de futebol. Emerson Leão, em outra passagem pelo Galo, foi grosseiro com uma repórter da Rede Minas que fazia a cobertura do Atlético.

Dentro e fora de campo as mulheres mostram, a cada dia, que o mundo da bola fica mais feminino. Martas e Cristianes não param de surgir nos gramados. E na crônica esportiva elas promovem uma verdadeira invasão, nas redações, nas reportagens e apresentação.

Para aqueles que se julgam melhores, superiores ou entendidos de futebol fica a dica de assistir ao Meio-de-Campo neste domingo que terá a participação da jornalista Dimara Oliveira. Uma outra opção é acompanhar nas edições que vamos preparar para 2009 o quadro “De Salto Alto” com Carol Delmazo. Certamente vocês verão como o sexo frágil é bom de bola e sabe o que fala.

Para minha mãe ficou a vontade de estar na entrevista coletiva, e assim como fez o jornalista iraquiano com George W. Bush, atirar o sapato em Horcades.

- Alô mãe, a Carol disse que te empresta o Salto Alto!

Cláudio Gomes escreve às quintas-feiras.

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