13 de fevereiro de 2009

Bate, coração

Sessenta mil pessoas verão de perto um dos maiores clássicos dos últimos tempos por que – além do fato de que clássico é clássico, como explicou Carol Delmazo – esse vem tensionado por exemplares polarizações.

De cara, tem a incômoda série de jogos em que o Cruzeiro vence. Bateu o Galo em oito das nove últimas partidas. O outro foi empate... Para um clube grande, o Atlético está em maus lençóis. Do presidente Kalil ao porteiro da instituição, passando pela sofrida torcida alvinegra, o retrospecto é osso. Há então uma forte polarização em relação ao favoritismo do Cruzeiro, que nunca jogou tanta bola desde que Tostão resolveu fazer outras coisas.

Outra polarização está no túnel, ou melhor, em ambos. De um lado, Emerson Leão, que se identifica com o Galo inclusive por um fato que marca a identidade: ela se configura por atrito, por contraste, por negação. Leão, quando passou pelo Cruzeiro, deixou claro que não se via nas cores do clube. E vice-versa. O time da Toca nunca morreu de amores pelo treinador.

Do outro lado do túnel tem Adílson Batista – para mim um dos maiores treinadores de futebol do país; como de resto Leão também. Mas Adílson me parece um técnico mais moderno, um estrategista que gosta de técnica e velocidade e sabe tirar isso de seus jogadores.

Uma terceira polarização também reúne dois nomes. Ramires, o maior craque dos últimos tempos, um Cerezo mais negro, e Diego Tardelli, um fora-de-série amadurecido e consciente de que se o cavalo não passa selado duas vezes diante da mesma pessoa, no caso do atacante-artilheiro, o alazão cismou de ser a exceção ao ditado da sabedoria popular.

Outro cabo-de-guerra tem goleiros nos extremos. Juninho, extremamente ameaçado, precisando convencer (se é que isso é possível – mas a chance é esta, a última). Fábio, favorito, mas ciente de que, se o bicho for pegar, é domingo. E goleiro é aquela história. Falhou é gol.

Por último mas, como diriam os ingleses, não menos importante, os presidentes. Zezé Perrela, com seu riso nervoso, sabe o que Kalil vai fazer de uma vitória alvinegra. E já deve ter passado algum recado para o elenco celeste sobre o significado de colocar dez jogos de invencibilidade sobre o rival. Kalil, com cara de poucos amigos, certamente deixou claro o que espera dos onze escalados por Leão.

Domingo à tarde, com uma hora a mais na contabilidade do fim do horário de verão, o melhor lugar para se estar é num dos 60 mil assentos do Gigante da Pampulha. Ouvindo seu estômago roncar forte com os cantos das torcidas enquanto o coração da gente bate no peito com suas asas de borboleta.

Alexandre Freire

3 comentários:

  1. Kalil continua um temperamental fez alegações graves que não consegue provar e pode prejudicar o próprio Atlético. Para nós Cruzeirenses é um prazer vê lo "chorar", mas para sofrida torcida atleticana é mais um vez se esconder da realidade do time através do famoso "tocar o bumbo". Kalil o seu galo precisa de time e não de choro, o dia que o Tardelli machucar ou for expulso o time acaba, vai dar novo vexame na Copa do Brasil quando pegar, Palmeira, Botafogo (segundo carrasco do galo depois do Cruzeiro), etc

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  2. sou cruzerense ta certo o juiz error, mais o cruzeiro teve muito mais competencia do que o galo no classico

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  3. Palhinha por favor seja tecnico do meu Cruzeiro.

    Elmo Floramar

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