18 de fevereiro de 2009

O destempero de Kalil

Já definiram Cruzeiro e Atlético como um clássico que nunca termina quando o juiz apita. E para confirmar a tradição do pós-jogo, os erros de arbitragem voltam aos holofotes. Alexandre Kalil quer jogar para a torcida acusando a arbitragem de formação de quadrilha e desviar do torcedor a preocupação com o desempenho em campo. O incômodo fato de 10 jogos sem vencer o rival pode ser explicado pela qualidade técnica e pelo empenho tático das equipes, mas o presidente atleticano insiste em buscar culpados externos e com isso só aumenta a pressão para o próprio lado. Inclusive ao pontuar que o Atlético foi extremamente superior e que só perdeu por obra de um juiz mal-intencionado.

Kalil preferiu não destacar o principal - o crescimento do Atlético, que com o comando de Leão começa a ter cara de time, apesar dos desfalques e das limitações. Foi valente o jogo todo e criou boas oportunidades. Adílson Batista, pelo lado do Cruzeiro, preferiu não enaltecer a superioridade em termos do grupo que teve em mãos e se limitou a criticar a equipe que, mesmo com time misto, fato inédito em termos de clássico, poderia ter ampliado o placar se não tivesse abusado dos gols perdidos.

Os dois lados têm razão em reclamar do juiz, mas a responsabilidade dos dirigentes deve(ria) prevalecer. Kalil afirmou, ao assumir o Atlético, que era um presidente mais maduro, ciente dos erros cometidos diante dos microfones no passado. Até agora pouco havia polemizado. No primeiro clássico oficial do ano, em um primeiro turno de campeonato estadual, já escancarou o destempero para tentar colocar a torcida contra a arbitragem mineira – sendo que o próprio Kalil foi o único a rechaçar, antes do campeonato, que clássicos tivessem árbitro de outro estado.

Enzo Menezes é jornalista

Um comentário:

  1. Puro descontrole psicológico do Kalil! Por que ele nao reclamou dos erros a favor do Galo? Estranho...

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