A goleada do Cruzeiro sobre o Social no Mineirão nesse domingo pelo elástico placar de 5 a 0 diante de quase 16 mil pagantes, com jogo transmitido pela TV aberta, deixou claro que o título de Campeão Mineiro deste ano tem um favorito disparado.
Nesse torneio sem graça, em que Cruzeiro e Atlético se revezam no primeiro lugar, com as exceções de praxe, só uma zebra tira do time celeste o bicampeonato. Com a ressalva de que a fórmula do mata-mata na segunda fase costuma beneficiar desempenhos pontuais, em que uma partida acaba prejudicando quem tem maior regularidade, talento e competência.
É esta a esperança que alimenta os outros onze competidores, Atlético incluído. Quem acompanhou o Cruzeiro nesse domingo contra o Social viu um massacre que só não foi refletido no placar porque a equipe de Adílson Batista se desinteressou pela partida, coisa normal quando há tamanha diferença de nível entre dois times dentro das quatro linhas. A ponto de o comandante celeste ter puxado a orelha de seu elenco, criticando “individualismos”. Mas, cá pra nós, todo mundo queria fazer seu golzinho.
Em alguns momentos, o jogo lembrou aqueles episódios de vida animal, em que o predador brinca com a presa antes de cravar-lhe os dentes. Foi 5 a 0, mas poderia ter sido de dez. Diferentemente do que houve no confronto entre Atlético e Tupi no sábado, quando o Galo deixou de marcar e cedeu o empate ao alvinegro de Juiz de Fora, o Cruzeiro brincou em campo. Não que tenha desrespeitado o Social. Ninguém fez firula, mas estava fácil demais. É claro que o time do Vale do Aço teve um jogador a menos desde os 21 minutos da primeira etapa, mas não foi isso que determinou a desenlace do confronto.
Não há como deixar de falar de Ramires. Craque. Se conseguir manter o nível e não embarcar no oba-oba da crônica esportiva, o meia levará o Cruzeiro ao podium de qualquer disputa – Libertadores, Brasileiro, o que vier. Isso se a administração do Cruzeiro não passá-lo no dinheiro.
Mas o grupo da Toca não é somente Ramires. O Cruzeiro tem um time. E vai ficar ainda mais qualificado com a vinda de Kleber. O presidente Zezé Perrela fez um movimento de mestre e deixou o elenco mais forte para encarar os adversários na Libertadores, a começar pelo Palmeiras de Luxemburgo, para onde o atacante poderia voltar.
Enfim. O desenrolar do Mineiro pode até revelar alguma surpresa da tal caixinha que alimenta as lendas do futebol. Mas eu não apostaria minhas fichas nisso.
Alexandre Freire é jornalista
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