Predestinado - Ramires chegou e ficou. O mais etíope dos jogadores brasileiros (pelo físico e pela velocidade) destacou-se rapidamente no time do Cruzeiro na última e na atual temporada. Vendido para o Benfica, foi convocado para a Seleção Brasileira. Logo na estréia, contra os Estados Unidos, transformou a equipe brasileira, o que se confirmou contra a Itália. Dois partidaços, e parecia um veterano. Não são todos os bons jogadores que aguentam o peso da amarelinha. Ramires passou pelo teste, com louvor.
Gladiador – Kleber sonhou com o título. E tornou o sonho público, sem medo de ser feliz. Ele quer ter razão e quer ser feliz. Os sinais que o atacante envia para a torcidade é de que está totalmente concentrado para o jogo de hoje, o próximo e o que mais vier. Que não falem de outra coisa perto do fazedor de gols. Parafraseando o poeta português Fernando Pessoa, Deus sonha, o homem sonha junto e a obra nasce.
Cientista – Adílson Batista não se furta a experimentar. E, como todos que se envolvem com experiências, fica à mercê das tentativas e dos erros. Mas ninguém pode acusá-lo de ter medo das tentativas. E dos erros. Aí os acertos que surgem destacam-se. É ousado e reconhece quando erra. Às vezes é teimoso (e nisso reside a birra de parte da torcida e da imprensa com ele). Trabalha muito, estuda muito, dedica-se muito.
Líder – Antes da partida contra o São Paulo, quinta-feira passada, o presidente do Cruzeiro, Zezé Perrella apresentou-se rapidamente à imprensa para divulgar que havia oferecido a renovação do contrato de Adílson Batista por mais três anos. Com isso, evitou maiores pressões e especulações contra o técnico, que aconteceriam com uma derrota. A ação de Zezé Perrela foi em parte subestimada, tanto quanto é rara entre seus pares.
O predestinado, o gladiador, o cientista e o líder estão do mesmo lado. Não é improvável que, juntos com Fábio, Marquinhos Paraná, Vagner e os demais jogadores, eles ultrapassem mais essa pedreira.
Fabrício Marques é jornalista e escritor
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