O Cruzeiro 2009 poderia ter entrado para história. Campeão Mineiro, Continental e do Mundo. Alguns falam que o destino não quis assim. Os céticos achavam que havia algo mais do que simples destino. Kléber veio essa semana dizer que alguns jogadores do Cruzeiro, dias antes da final da Libertadores, não pensavam no jogo que poderia mudar as carreiras deles. Discutiam a premiação do título. Zezé Perrela, sabendo que o título traria mais lucro adiante, ofereceu cerca de 100 mil reais para cada jogador. Dinheiro suficiente para fazer 95% dos brasileiros se matarem por ele. Não bastasse o dinheiro, a glória de ser um CAMPEÃO DA LIBERTADORES. Não pareceu o suficiente!
Já vi atleta pagar por um título. Quando o japonês Hidehiko Yoshida, campeão olímpico e mundial, sabendo que iria perder a luta, sacrificou–se em uma queda. Deixou o braço, mesmo sabendo que o quebraria. Um ato desesperado. Ele fraturou o cotovelo. Perdeu o título, mas ficou na história.
Carlão, ex-capitão da seleção de vôlei, já jogou uma partida inteira com o pé quebrado. Não vou me esquecer nunca! Já vi atletas que mal tinham o que comer chegarem onde o sonho podia levá-los: à glória de um título. Nesse caso, não só sacrifício, mas a realidade do esporte no Brasil.
Esses são alguns dos motivos por não acreditar em destino. As pessoas escrevem suas próprias histórias. O Cruzeiro escreveu, ou deixou de escrever, mais uma página, no último dia 15 de junho, diante do Estudiantes.
Yoshida, mesmo sabendo que iria se machucar, coloca o braço no chão para tentar evitar a derrota. Foto:Reuters
O japonês, campeão mundial e olímpico, fratura o cotovelo. Foto:Reuters
João Paulo Ribeiro é produtor do Meio de Campo
Nenhum comentário:
Postar um comentário