20 de junho de 2010

O peso da estreia ruim.

O jogo contra a Coreia do Norte deixou no brasileiro uma impressão ruim. A estreia no mundial deve ser analisada de duas maneiras. A primeira é pelo mau futebol apresentado pela seleção, com dificuldades de achar espaço e pouca movimentação. A segunda, pelo resultado: vitória por apenas um gol de diferença o que pode dar aos próximos adversários, Costa do Marfim e Portugal, a oportunidade de empatar com o Brasil desde que derrotem os asiáticos por dois gols.

O jogo fraco do time de Dunga pode ser decepcionante, mas não é surpresa. Durante as eliminatórias, a seleção empatou com Bolívia, Colômbia e Venezuela, em casa, por 0 a 0. Em compensação, na “Era Dunga” venceu a Argentina duas vezes por 3x0, Itália por 3x0 e 2x0 e ainda Portugal por 6x2. Contra equipes que buscam apenas se fechar, o Brasil encontra muitas dificuldades, dada à característica de jogo com um ótimo contra-ataque, mas pouca criatividade.

Logo mais, a seleção brasileira entra em campo contra a Costa do Marfim. É possível imaginar que os africanos tentarão se defender e tentar alcançar Drogba e Kalou nos contragolpes para vencer o jogo. Os marfinenses, prudentemente, devem apostar suas fichas na última rodada contra a Coreia do Norte. O mesmo deverá fazer Portugal: derrotar os asiáticos por boa diferença de gols para entrar em campo na última rodada podendo empatar.

O grupo G tem o Brasil com três pontos e um gol de saldo. Portugal e Costa do Marfim, um ponto. Se, na segunda rodada, Brasil e Costa do Marfim empatam e Portugal vence a Coreia do Norte por 2 a 0, chegamos à última rodada com Portugal 4 pts (saldo 2); Brasil 4 (saldo 1); Costa do Marfim 2; Coreia do Norte 0. Como brasileiros e portugueses irão se enfrentar, havendo um vencedor, uma das equipes estaciona nos quatro pontos e em caso de empate os dois chegam a cinco e pode haver um empate triplo desde que os africanos vençam seu último jogo. Aí a diferença se dará no saldo de gols e os
marfinenses precisarão de um 2x0 para ultrapassar, e eliminar, o Brasil.

A projeção aponta para um quadro perigoso que, óbvio, pode ou não se confirmar, mas já é de se preocupar. Especialmente pela dificuldade da equipe brasileira em vencer adversários que não saem para o jogo. Por isso, golear a Coreia do Norte não era luxo, era obrigação para evitar ter que decidir da forma que o time de Dunga menos gosta: pressionando.

Marcelo Bachler é jornalista das rádios Globo e CBN

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