23 de fevereiro de 2011

Raimundinho


Raimundinho era o craque do Carijó Futebol Clube, da pequena cidade de Esmeralda. Camisa 10 habilidoso, de toque fácil, força física, bela visão de jogo e mau na hora que precisava. Era o terror dos adversários e das torcidas adversárias, que o xingavam todo jogo. Ele nem ligava, respondia com gols. Raimundinho era apaixonado por Dalva, a mulher mais bonita e desejada da cidade. Antes de toda partida, Dalvinha, como era conhecida, ia até o vestiário dar um beijo de boa sorte em Raimundinho. Era batata, gol na certa ou melhor em campo. Disso ninguém duvidava.

Mas, na última partida do campeonato regional, Dalvinha não apareceu. Raimundinho, apreensivo, não pode fazer nada. Aqueceu e entrou em campo. Lá do meio, antes de começar o jogo, avistou Dalvinha acompanhada do cartola do time adversário. Foi de partir o coração. Cinco a zero, cinco de Raimundinho, campeão. Acabou com o jogo, e no dia seguinte, com a carreira.


Andre Fidusi é convidado do Meio-de-Campo neste blog.


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