30 de julho de 2010

Será?

Retirado do blog do Juca Kfouri.



29 de julho de 2010

Papel aceita tudo



Entrou em vigor ontem, nos jogos da Copa do Brasil e da Libertadores, o "novo" Estatuto do Torcedor, anunciado pelo Presidente Lula. A partir de agora, tumultos e violência nos estádios, venda de ingressos por cambistas e fraude nos resultados dos jogos serão tratados como crimes. Será que isso é alguma novidade? Pelo que sei e pelo que já ouvi em entrevistas de alguns advogados à imprensa, as punições para tais atitutes já eram previstas pelo Código Penal Brasileiro, só não eram cumpridas. Será que agora quem cometer violência nos estádios, a ação de cambistas e a fraude, de qualquer natureza, serão motivo de punição só porque entraram no Estatuto do Torcedor? Acho difícil, pois em 2002 quando foi sancionada a primeira versão do Estatuto, várias medidas não foram cumpridas e vingou apenas a de que o Campeonato Brasileiro passaria a ser disputado em pontos corridos.

A única novidade mesmo é o reconhecimento da existência das torcidas organizadas. A partir de agora as instituições serão responsáveis pelos atos de seus membros. Todos eles precisarão se cadastrar e responderão civilmente, caso causem confusões dentro ou fora dos estádios. Esta medida é uma boa. É uma imitação da lei de tolerância zero aos hooligans que quase acabaram com o futebol inglês, mas que foram duramente reprimidos pelas leis daquele país. Resultado disso é que, hoje, a Premier League é competição nacional mais forte, organizada e rica do mundo. Ou seja, lá na Inglaterra a lei foi aplicada. E aqui no Brasil, será que a lei funcionará? Porque se for da maneira que estão dizendo, metade da verba destinada à construção de estádios para a Copa de 2014 - pois o "Novo" Estatuto tem a ver com a Copa no Brasil - deverá ser distribuída na construção de presídios e delegacias para atender a grande demanda.

No entanto, o Estatuto poderá ser suspenso pela Fifa durante a Copa, pois alguns itens vão contra alguns compromissos da entidade. Como, por exemplo, a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol. A Fifa tem contrato com a Budweiser (dos mesmos donos da Brahma), que obriga a venda da bebida durante os jogos. Se proibindo a ingestão de álcool nos estádios brasileiros a violência ainda permanece, imaginemos se a entidade conseguir liberar a bebedeira?

Cânticos que ofendam os adversários também estão proibidos e a torcida pode ser punida. Mas será que quando o árbitro errar feio contra o time da casa, os torcedores vão conseguir ficar calados? Ou vão aplaudi-lo? Mas, com certeza, as palmas serão mesmo para o Governo Federal se todas essas leis "pegarem" e aí podermos ter de volta as famílias nos estádios de futebol.

Fábio Rocha é estagiário do Meio-de-Campo

27 de julho de 2010

“Mineiros” na seleção

Apenas dois jogadores de times mineiros foram chamados, ambos do Atlético. Como explicar isso sendo que o time é o vice-lanterna da competição?

No caso do atacante o fato se deve muito mais pelas atuações do ano passado do que propriamente da temporada atual. Tardelli é referência no Atlético e com Vanderlei Luxemburgo ainda não deslanchou, assim como a equipe. O jogador provou que pode sim ser atacante da seleção, mas precisa mostrar isso com a camisa amarela.

Quanto a Réver, acredito que será um dos titulares na seleção. Mano conhece bem o zagueiro que será apresentado hoje na Cidade do Galo, por isso, ainda não pode ser avaliado como jogador do Atlético.

Para muitos, outros jogadores de clubes mineiros deveriam estar nessa convocação. Fábio, do Cruzeiro, chegaria a Copa com 34 anos, ainda em boas condições. Mas não acredito, uma vez que até agora, não teve oportunidades. Diego Souza também poderia ser lembrado só que este ano jogou pouco e ainda não mostrou qualidades que fizeram dele o melhor jogador do campeonato brasileiro do ano passado.

Pra mim uma chance de veria ser dada a um jogador que há pouco deixou Minas para se tornar mais um dos “Meninos da Vila”. Danilo (19), ex-América é talentoso e atua bem como ala, característica que Mano afirmou preterir para ter uma linha de quatro na defesa, o que pode dificultar uma futura convocação.

O fato é que seleção de Mano é boa e tem a chamada reformulação tão pedida por todos e necessária para a Copa de 2014. Que os times de Minas mostrem mais jogadores e que Mano esteja atento aos garotos que passam por aqui.

Cláudio Gomes é editor-chefe do Meio-de-Campo

26 de julho de 2010

O Fim de um Esporte

Abro o caderno de Economia do jornal e não consigo achar as notícias sobre o GP da Alemanha. Nenhuma linha. Procuro a página dos indicadores econômicos, pode ser que pelo menos eu consiga ver o resultado. Nada. Então me lembro de procurar no caderno de Esportes...e pasmem, está tudo lá: notícias, comentários, gráficos , tabelas, fotos...Tudo como se a Fórmula 1 fosse um esporte de verdade. Quando todo mundo sabe que até uma corrida de Mário kart tem mais credibilidade.

Esta história já cansou. a Ferrari mandou o Felipe Massa tirar o pé. O Felipe Massa acatou a ordem ilegal. Todas as justificativas que ouvi falavam em negócios, empresas, milhões. Ninguém falou em vitória, triunfo, heroísmo, coragem ou mesmo fracasso.

Os pilotos continuam arriscando a vida por um punhando cada vez mais rechonchudo de dólares. É um esporte com emoção de bolsa de valores.

Aliás não é mais esporte, desde ontem.

Foi anunciado, não oficialmente, o descredenciamento da Fórmula 1 como uma competição esportiva onde os melhores vencem e os piores lutam.

Já vai tarde!



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Charge do Duke

www.dukechargista.com.br

22 de julho de 2010

Onde está a ossada?

O torcedor atleticano quer saber. O Brasil inteiro quer saber: onde está a ossada?
Não, não estou falando de um crime envolvendo um famoso goleiro.
Equipes treinadas, e também não estou falando de jogadores de futebol, vão revirar a terra da Cidade do Galo. Esquadrinhar cada centímetro de chão e cavar, cavar até encontrar. Mas encontrar o que mesmo?
Seria uma cabeça de burro enterrada a responsável por todos os percalços atleticanos ?
Para os supersticiosos com certeza. Afinal, como explicar o fracasso do Clube que tem o melhor centro de treinamento do Brasil, um dos melhores treinadores do Brasil, que mais contratou jogadores neste campeonato brasileiro?
Sinceramente, é mais fácil acreditar numa cabeça de burro enterrada. Então, mãos a obra escavadores.

16 de julho de 2010

O melhor ataque...

Um grande time começa por uma boa defesa. Assim sendo, Cruzeiro e Atlético precisam ficar atentos. Na volta do Brasileirão, o Atlético levou dois gols e passou a ter, de novo, a zaga mais vazada da competição.

Dois gols em uma partida não é o fim do mundo, claro que não. O problema é que foram feitos pelo time que tinha, até então, o pior ataque do Brasileirão. A forma como eles foram sofridos também preocupa. O primeiro, em uma indecisão de Jairo Campos e Serginho, a bola ficou limpa para o adversário. O segundo foi um lance digno de uma comédia pastelão. Chutão pra frente e Fábio Costa foi enganado pelo quique da bola, o que deixou o gol escancarado para o toque do atacante.

No primeiro confronto pós Copa, o ataque atleticano mostrou boa capacidade técnica, com toques rápidos e envolventes. Mas a defesa...

Já o Cruzeiro não levou gol. Mesmo sem Leonardo Silva, que se recupera de contusão e se tornou referência na equipe, o sistema defensivo vai bem obrigado? Não é bem assim, o que vai bem, e não é de hoje, é o goleiro Fábio, que tem garantido muitos dos resultados positivos obtidos pelo time.

Não foram poucas as vezes em que atacantes adversários estiveram frente a frente com o goleiro cruzeirense, em situações criadas por falhas na defesa. Mas Fábio é, sem dúvida, o diferencial do Cruzeiro.

Enquanto os zagueiros não se acertam, a esperança dos Atleticanos é que o Fábio alvinegro possa suprir a deficiência, muitas vezes, operando milagres, como os que o Fábio cruzeirense anda fazendo.

Luciano Moreira é apresentador do Meio de Campo e escreve às sextas-feiras

15 de julho de 2010

Aonde o Cruzeiro vai chegar?

O Cruzeiro não fez grandes contratações. Em vez de Felipão, Cuca. Riquelme? Montillo. A realidade frustrou o torcedor, mas não acabou com a confiança. E ele tem mesmo motivos para acreditar que o time celeste é um dos favoritos ao título do Brasileirão. O grande trunfo é a manutenção da equipe, que está montada há dois anos e é a mesma que era apontada, no início da temporada, como uma das mais fortes da Copa Libertadores.

O terceiro título da competição continental, mais uma vez, foi adiado. O Cruzeiro do desgastado Adilson Batista foi eliminado nas quartas de final pelo São Paulo, com duas derrotas por 2 a 0, no Mineirão e no Morumbi.

Para complicar ainda mais, o time, favorito no Estadual, foi surpreendido nas semifinais do Mineiro pelo Ipatinga, e perdeu por 3 a 1, em pleno Mineirão. Adilson ainda tentou resistir, mas não teve jeito. Um começo ruim no Brasileiro e o técnico foi embora. Deixou um time montado, carente em algumas posições, mas bom tecnicamente.

Ainda é cedo para prever aonde Cuca vai levar a equipe. Com a vitória sobre o Atlético Paranaense, na Arena da Baixada, a Raposa já colou no G4. E enquanto os adversários remontam os times, o Cruzeiro parece estar pronto e bastante entrosado para tentar chegar, como um bom mineiro “come quieto”, ao topo da tabela.


Josy Alves é editora do Meio-de-Campo

13 de julho de 2010

Nasce uma nova Espanha

Espanha. País de monarquia parlamentar situado na península ibérica e dividido em comunidades autônomas. Com problemas sérios de nacionalismos regionais. Rei: Juan Carlos I. Mergulhado numa crise econômica que levou o desemprego para perto dos 20% da população economicamente ativa. Isso tudo até a noite do último domingo.

Aí veio o título. E nasceu um novo país.

Sofreram como sempre. Mas se emocionaram como nunca. Uma multidão que nem sabia como comemorar, porque foi a primeira vez que ganharam um mundial. Quando finalmente saiu o gol de Iniesta, o capitão e goleiro da seleção espanhola, Iker Casillas, chorou. E suas lágrimas conduziram os milhares que estavam esperando o apito final em Madri, em Valencia, em Sevilha, em Barcelona, em Bilbao... Senti um arrepio profundo quando, atrás de mim, bem no meio da confusão nos arredores da Fonte de Cibeles (ponto turístico da capital), um grupo de jovens gritava: “Eu sou basco e espanhol!!!!”. Até o separatismo ficou pra trás. Ponto para o futebol.

Ou quando o policial, desorientado diante de uma quantidade de gente que ele nunca tinha visto antes, levantou o uniforme e exibiu, com orgulho, a camiseta vermelha. Adeus formalidade.

Fiquei hipnotizada com a alegria das crianças, de 5 ou 6 anos, que já sabem o que é ser campeões do mundo. E tive que segurar o choro quando o avô dessas crianças olhava fixo o telão onde os jogadores espanhóis já estavam em êxtase no campo. Para aquele avô, passou o filme de sua vida, de todas as frustrações em outros mundiais. Mas ele não vai embora desta vida sem esse gostinho de ter o melhor futebol do planeta.

A Espanha não parou na noite de domingo. A Espanha explodiu em vermelho e amarelo. A Espanha dormiu campeã e acordou de ressaca, com energia guardada para receber os heróis da conquista.

Os jornais do dia foram monotemáticos. Crise? Desemprego? Ficam pra depois. O importante era o beijo apaixonado de Casillas no momento em que era entrevistado pela namorada-repórter Sara Carbonero. O importante era ver e rever a reação de jogadores, técnico e aficionados após o minuto 116. O importante era se emocionar outra vez mais.

Na tarde da segunda, o que parou foi o trânsito. E o que esvaziou foram as casas, os prédios. Foi todo mundo para as ruas para ver passar o caminhão que trazia os novos reis da Espanha. Madri ficou pequena para a demonstração de gratidão dos espanhóis à sua seleção

Incrível o que o futebol faz. E como é bonito ver um povo orgulhoso de si mesmo. Não sei quando tempo vai durar isso. Mas me sinto privilegiada de ser testemunha deste momento. E dá uma invejinha, claro...

Carol Delmazo é repórter e está participando do “Programa Balboa” em Madri.

12 de julho de 2010

Acabou a Copa, Começa o Futebol.


Quando Iniesta chutou aquela bola que estufou a rede a poucos minutos do fim do jogo, eu nada senti. Nenhum frio na espinha, decepção ou uma mínima euforia, apenas esbocei um sorriso amarelo. A Copa do Mundo da África chegava ao fim e parecia que eu estava assistindo a uma partida de Curling. Aliás, a final olímpica do curling, nos jogos de Vancouver, foi mais emocionante.

A espanha não me empolgou. O propagado futebol bonito dos espanhóis nada mais é do que uma sucessão eficiente de toques de bola. Eu acho pouco. Mas como é sempre bom ter números para provar, sou obrigado a lembrar que a Espanha , com seus 8 gols em 7 jogos, teve o pior ataque entre os dezenove campeões mundiais.

Por outro lado, e sempre existe este lado no futebol, não consegui torcer contra os holandeses. Afinal de contas, eles nos fizeram um favor ao eliminar um medícore Brasil e nos livraram da possibilidade de ver a coerência de Dunga coroada.

Está na hora de recuperar a tabela do campeonato brasileiro, conferir a posição do seu time, e, agora sim, torcer de verdade. O futebol vai entrar em campo outra vez.

7 de julho de 2010

O “soco de Ali” em 2006 na CBF


Após a goleada sofrida por 4 a 0 para a Alemanha, nas quartas de final da Copa do Mundo 2010, o técnico da Argentina, Diego Maradona, comparou a vexatória eliminação como sendo “uma pancada de Muhammad Ali”, um dos maiores lutadores de boxe da história. Mas parece que quem levou um cruzado de direita de Ali há quatro anos foi a CBF. Depois do Mundial de 2006, na Alemanha, a eliminação da Seleção Brasileira foi indicada pelo presidente da CBF, Ricardo Teixeira, como sendo culpa da má preparação para a Copa daquele ano, com regalias à imprensa e invasão de torcedores no campo de treinamento, ou seja, falta de privacidade – mas o mandatário, que negava os fatos na época, só os admitiu depois de alguns meses.

Para combater o fracasso trouxe o “ditador” Dunga. Nem a Rede Globo escapou. Todos os veículos de comunicação foram impedidos de entrar no hotel da Seleção, conversar com jogadores em entrevistas exclusivas e vários treinamentos aconteceram com portões fechados e sem a presença da imprensa. A imprensa que Dunga sempre fazia questão de espezinhar. O comportamento ditatorial também não adiantou e a eliminação do Brasil veio na mesma fase que em 2006 (quartas de final). E depois, Ricardo Teixeira vem falar que, desta vez, a culpa do fracasso brasileiro foram o total isolamento dos jogadores e porque o técnico não convocou os jovens talentos.

E o futebol? Onde entra o questionamento da qualidade técnica dos muitos jogadores convocados por Dunga? E o abatimento no segundo tempo do jogo contra a Holanda? Isso não é questionado pela CBF. Por que não admitir que a escolha do técnico foi equivocada ou que a Seleção não teve um bom desempenho ao invés de colocar a culpa na imprensa, na clausura dos jogadores no hotel, nos treinos fechados, na bola que era muito redonda... Deram muita liberdade em 2006 e fomos eliminados. Fecharam a Seleção em uma ‘redoma de vidro’ em 2010 e também fomos eliminados. E agora dizem que Teixeira quer “um meio termo na Seleção Brasileira”. O que seria o meio termo? Deixar apenas metade da imprensa cobrir a Seleção na Copa de 2014? Ou convocar apenas a metade dos jogadores que o Dunga chamou para esta Copa? Certo é que a CBF está atordoada desde 2006, sem saber o que fazer... ainda mais com a pressão para vencer a Copa de 2014, no Brasil.


Fábio Rocha é estagiário do Meio-de-Campo

6 de julho de 2010

De olho em 2014

Depois da eliminação da Copa do Mundo ficam as discussões de quem será o novo técnico e os erros que culminaram no fracasso. Mas elas não têm motivos para se estenderem.

A CBF já garantiu que o treinador será anunciado até o fim do mês. Os erros não chegaram a surpreender, uma vez que foram apontados antes mesmo da convocação de Dunga.

Mas o que podemos tirar de proveito para a Copa do Mundo de 2014 no Brasil? Praticamente nada!

A seleção não se renovou, pelo contrário, envelheceu. A idade média é de 29 anos e três meses. Ramires é o mais novo com 23 anos e quase passou ileso no mundial. Digo quase porque o segundo cartão amarelo, contra o Chile, tirou a oportunidade de se consolidar na vaga de Felipe Melo e quem sabe ajudar o Brasil na classificação para as semifinais.

Gilberto Silva, Juan e Lúcio devem se despedir da Seleção com bons serviços prestados. Mas Doni, Júlio Baptista, Josué, Kléberson e o próprio Felipe Melo, não deveriam ter ido, uma vez que não vejo vaga para eles, na grande maioria dos clubes brasileiros da serie A, muito menos de servirem de atletas de experiência para a nova geração.

Kaká e Robinho, apesar de importantes para 2014, não têm perfil de líderes para assumirem a postura de capitão ou serem referência para daqui a quatro anos. Luís Fabiano não disse a que veio. Gilberto já passou da idade e nunca teve muitas chances. Elano? Nunca acreditei muito nele.

Luisão, Michel Bastos e Grafitte, torço, para que não voltem. Com isso sobram poucos nomes em que aposto. Quem sabe não teremos uma seleção assim:

Goleiros: Júlio César, Gomes e Victor(Grêmio),

Zagueiros: Thiago Silva, Miranda e Alex Silva (São Paulo)

Laterais: Marcelo (Real Madri) Rafael (Manchester), Rafinha (Shalke 04) e Danilo (Santos).

Meias: Daniel Alves, Ramires, Kaká, Sandro (Internacional), Hernanes (São Paulo), Renato Augusto (Bayer), Ganso (Santos), Diego Souza (Atlético).

Atacantes: Robinho, Nilmar, Pato (Milan), Neymar (Santos), André (Dínamo).

Cláudio Gomes é editor-chefe do Meio-de-Campo

5 de julho de 2010

Futebol e Arte


Como bem lembrou PVC na sua coluna na Folha, o dia de hoje é um marco para o futebol brasileiro. Foi nesse 5 de julho de 1982 que uma seleção que encantou o mundo foi derrotada pela Itália e se despediu da Copa do Mundo.
Ficamos tristes, até porque tínhamos a certeza de que a nossa seleção só não seria campeã do mundo se acontecesse uma tragédia. E a tragédia aconteceu naquela segunda-feira dia 5 de julho na Espanha.
Não podemos dizer que ficamos tristes nesta Copa do Mundo da África. Chegamos até a pensar na possibilidade de sermos campeões. Não vamos negar. Mas olhávamos o adversários com um respeito que beirava o medo. E na primeira partida de verdade deu no que deu. Em vez de tristeza, brotou a revolta. Queríamos de volta o nosso futebol. Antes que algum aventureiro se apoderasse dele.
Beckenbauer acaba de dizer que a Alemanha joga um futebol-arte. E esta seleção alemã talvez seja a melhor seleção alemã de todos os tempos, talvez até melhor do que aquela que foi campeã de 74, com Beckenbauer. Mas futebol-arte não. Schweinsteiger ( e tenho que ler no jornal para escrever seu nome) é um ótimo jogador, mas não é craque. Fosse Garrincha a enfrentá-lo , ele se chamaria João.
O futebol-arte é nosso. Só precisamos tirá-lo do sótão, limpar a poeira e começar a brincar com ele outra vez.

2 de julho de 2010

Prazo de Validade

Na entrevista coletiva, Dunga disse que sabia que seu “reinado” na seleção só duraria até esta Copa. Será? Se ganhássemos ele não poderia ficar um pouco mais? Bom, quem pode responder a esses questionamentos é o presidente da CBF Ricardo Teixeira. Certo é que Dunga foi além.

O Brasil inteiro sabia que, após o fiasco de 2006, Dunga seria um técnico tampão. Mas aí os resultados foram aparecendo. Campeão da Copa América de 2007, campeão da Copa das Confederações o ano passado. Além disso, por mais que se possa questionar a qualidade dele como treinador, Dunga tem o grande mérito de fazer os comandados vestirem a camisa do Brasil com gosto.

Bom, mas isso só não basta. Perdemos e agora é pensar em reformulação. Se para Dunga, o cargo era uma experiência até a Copa de 2010, para os torcedores ele era mesmo um treinador com data de validade vencida.

Luciano Moreira é apresentador do Meio-de-Campo.

Fim da Era Felipe Melo

Quando Roberto Carlos agachou para ajeitar a meia e a França derrotou o Brasil em 2006, também nas quartas de final, uma nova ordem passou a orientar o futebol brasileiro: a disciplina. Dunga foi convocado para função de impor respeito no grupo.
Nenhuma novidade, o mesmo Dunga teve função semelhante como volante símbolo de uma Era, claro a Era Dunga, que surgiu para substituir A Era Telê Santana, quando a seleção jogava bonito mas não ganhava a Copa.
Esta nova Era Dunga poderia se chamar Era Felipe Melo. Também um volante que parece ser o símbolo do futebol de resultados, principalmente quando não dá resultados.
Pois bem, mas agora é bola pra 2014. E uma nova Era para a seleção brasileira. Um treinador será convocado, não mais para impor disciplina, mas sim futebol arte. Felipe Melo, Kleberson, Gilberto Silva, Juan, Lúcio, Michel Bastos, Josué, Luís Fabiano e mesmo Kaká dificilmente estarão em campo.
E Dunga? Bem deve estar procurando uma ilha deserta para viver o resto de seus dias...