Até que ponto uma pré-temporada pode ganhar com torneios amistosos como o Torneio de Verão, que acaba hoje? Concebido como estratégia de faturamento extra para os clubes, será que esse tipo de competição traz saldo positivo no cômputo geral: pesados os prós e contras, de um lado, nas preparações física, técnica e tática e, de outro, nos bolsos dos clubes?
Se formos levar em conta o entusiasmo dos técnicos, parece que a opinião não é muito favorável à iniciativa. Não me recordo de ter visto o técnico do Cruzeiro, Adílson Batista, se pronunciar a respeito, mas o comandante do Galo, Emerson Leão, criticou a competição em várias oportunidades, talvez porque tivesse uma missão muito mais difícil que a do colega rival, que traz um time meio pronto do ano passado.
Para o telespectador, a competição não passa de morna. Claro que é interessante assistir a clássicos logo no início da temporada, mas nem quem ganha, nem quem perde parece dar muita importância ao que vê, uma vez que falta de entrosamento, más condições dos atletas e certa desmotivação dentro das quatro linhas refletem-se no entusiasmo de torcedores de fora.
A mídia, que se encarrega de enquadrar os acontecimentos, atribuindo-lhes mais ou menos importância, em vários momentos se referiu ao Torneio de Verão no Uruguai como "treinos de luxo" para o Mineiro, a Copa do Brasil e a Libertadores, torneios que abrem o primeiro semestre.
As respostas às perguntas formuladas aqui terão de aguardar um pouco, uma vez que estarão refletidas nos rendimentos das equipes nas diversas competições. A partir de então devem merecer a atenção de quem administra o futebol. Se “torneios de verão” acabarem por prejudicar as pré-temporadas, cuja qualidade é determinante no desempenho adiante, precisam ser revistos. Caso contrário, são uma alternativa de conteúdo num momento em que o futebol fica por conta da garotada na Copa São Paulo.
Alexandre Freire
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