Ver o Barcelona jogando deu inveja. No bom sentido, claro! Os comandados de Pepe Guardiola mostraram eficiência tática, oportunismo e talento individual, preparo físico, técnica apurada e vontade de jogar bola.
Isso mesmo! Vontade de jogar. Depois de acompanhar mais da metade do campeonato brasileiro, há muito não via em campo jogadores com vontade de jogar bola. Imagine sua pelada semanal com os amigos. No sorteio dos times de um lado fica aquele camarada gente boa que conta piada e corre feito louco atrás da bola e dá risada quando pisa nela ou zoa quando um colega fura feio na frente do gol. Tudo isso naquele astral legal, mas sempre jogando bola com seriedade. Do outro lado o craque de bola. Deixa o companheiro na cara do gol, faz jogadas sensacionais, dribla todo mundo e toca para o centroavante do time livre, mas reclama que o companheiro perdeu o gol, perde a bola e abre os braços de forma agressiva para os zagueiros matarem a jogada e dá um chilique quando o camisa nove fura com o gol escancarado. Sempre ele é o melhor e os outros é que têm que correr pra ele.
É o que vejo em muitos times do brasileirão. Individualismo extremo aliado a um péssimo preparo físico e técnico. Muitos jogadores tidos como estrelas que tentam jogar com o nome apenas e sem qualquer noção de que o futebol é um esporte coletivo.
Assistindo a partida entre Barcelona e Panathinaikos vi a vontade de jogar bola nos olhos de cada jogador do Barcelona. Nos passes certeiros, nas cobranças de faltas rápidas, nos chutes a gol, em tudo o Barça deu uma aula de futebol. E quem não viu, perdeu, de goleada, como o time grego.
Cláudio Gomes é editor-chefe do Meio-de-Campo
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