30 de março de 2011

O que aconteceu?


O jogo estava difícil. As duas equipes, exaustas em campo, travavam um duelo como há muito não se via. Chuva, frio, suor e lágrimas mostravam a essência da partida. Clima tenso, jogadores e árbitro nervosos, a qualquer momento tudo aquilo poderia explodir.

Da arquibancada, ele não entendia o que estava acontecendo. Olhou para os lados, para frente e para trás. Todos a sua volta pareciam ter a mesma preocupação. Botou a cabeça entre as pernas e perguntou para si mesmo: “O que é isso meu Deus?”. Essa pergunta poderia ter sido feita por qualquer alma que rondava aquela arquibancada lotada de homens, mulheres, crianças, ricos, pobres, crentes e céticos. Afinal, seu time chegara à decisão com uma campanha dos sonhos, que até o mais alto escalão bairrista bateu palmas. Alguns engoliram meio seco, duro e áspero, arranhando a garganta. Mas não tinham como negar. Os números eram absolutos: vinte jogos, quinze vitórias e cinco empates. Que campanha! Invencibilidade maiúscula, as duras penas, é verdade. O regulamento era... bem, não vale a pena nem falar.

Mas toda a superioridade vista ao longo do certame não estava explícita naquela tarde cinza. Por quê? Ninguém sabia. Só sabiam que a bola não entrava. A torcida tentava empurrar o time. Cantos, gritos e palavrões eram ouvidos pelos quatro cantos do estádio. Ele continuava assistindo. Sentiu uma mistura de desespero e inquietação. Queria falar com o time, com o técnico com a torcida. Seu corpo não parecia bem. Por mais que esboçasse uma tentativa de qualquer coisa, essa coisa não dava certo. Levantou-se do lugar e, de repente, num ato totalmente irracional, fechou os olhos e saltou.

Como aquilo pôde passar despercebido por uma multidão à flor da pele? Sinceramente, não sei. Quando abriu os olhos, estava em campo. Sentiu a tensão e a adrenalina, que saia até da grama, tomarem conta do seu corpo. Ficou sem saber o que fazer, se sentindo alheio àquela arena que mais parecia o coliseu antigo. Mas, uma bolada no rosto e um grito o obrigaram a acordar: “Se liga no jogo, pô!”. E sem entender como tudo acontecia, disparou em direção ao gol. Os pingos grossos da chuva doíam no corpo. Pés e mãos arranhavam-no numa tentativa fulminante de detê-lo. Nada disso o impedia e tudo agora parecia mais fácil. Num espaço de tempo insignificante lembrou da supremacia inquestionável de todo o campeonato como um filme que passou por sua mente.

De repente uma trombada. Não escutou o apito. Não escutou nada e também não viu nada. Tudo ficou escuro. Sentiu uma leveza no corpo que o fez abrir os olhos. Ainda estava no gramado, mas sem ninguém a sua volta. Observou que a arquibancada continuava cheia, mas e o resto? Olhou para trás e viu jogadores ajoelhados no meio do campo. A partida havia ido para as temíveis cobranças de pênaltis. Mas como? Há um minuto estava tudo tão real e fácil, era só chutar a bola em direção ao gol e fazer a massa feliz. Mas quando viu um jogador da sua equipe levantar-se e partir rumo à meta, gritou: “Esse não! Esse não! Pelo amor de Deus!”. Era inútil, sua voz parecia não ter força e seu corpo estava pregado ao solo. De algum modo sabia o que aconteceria naquele momento. E foi como previu. Tragédia, perda. Chorou não acreditando na festa adversária.

Com as mãos no rosto e as lágrimas descendo, levantou-se da cama. Assustado, constatou que estava em casa. Foi até a janela e viu que a festa do título ia pela madrugada. Virou-se para o lado e viu a faixa de campeão nacional que comprara após a decisão histórica. Colocou a mão no peito e suspirou: “Ufa!”. Sorriu e deitou-se para continuar o sono dos vencedores.

Andre Fidusi é convidado do Meio-de-Campo neste blog.
http://andrefidusi.com

28 de março de 2011

Charge do Duke


Esqueceram de mim 2


Assim como Fábio, Henrique também foi "esquecido" por Mano no jogo contra a Escócia (Foto: Vipcomm)


Sucesso do cinema, o filme lançado em 1992 retrata muito bem a situação de dois cruzeirenses na Seleção Brasileira do técnico Mano Menezes. Podemos dizer que o primeiro jogador celeste a estrelar o filme foi o goleiro Fábio, esquecido diversas vezes das listas de convocações.


Agora foi a vez de Henrique protagonizar a continuação do longa cruzeirense.Chamado para o amistoso contra a Escócia, o volante não saiu do banco de reservas na vitória brasileira por 2 a 0, neste domingo, em Londres.


Sinceramente, não entendi a postura do Mano. O treinador efetuou cinco substituições na partida, sendo quatro jogadores que atuam no meio-campo. Se Henrique foi convocado pela primeira vez, não seria justo que ele entrasse para ser observado? Ou o Mano se contentou em observar o volante apenas na partida do Cruzeiro contra o Tolima, pela Libertadores?


No meio entraram Sandro, Elias, Lucas (São Paulo) e Renato Augusto. O jovem meia do São Paulo foi chamado pela primeira vez para a Seleção principal e foi colocado em campo. Os outros três já tiveram outras oportunidades. Por que não Henrique? Elias foi comandado por Mano no Corinthians. Já o conhece o suficiente.


Se os amistosos servem para fazer testes e observações, Mano só os fazem com jogadores que lhe convém.


Fábio Rocha é jornalista.

25 de março de 2011

Mineiro 1996, um campeonato de outro mundo


Em 1996, Varginha ficou conhecida no mundo inteiro. Moradores afirmaram ter visto um ser de outro planeta vagando pelas ruas da cidade do sul de Minas. Mas, além da aparição do ET, qual outro acontecimento extraordinário mexeu com o município naquele ano?

A resposta para a pergunta do parágrafo acima é simples! O clássico entre América x Cruzeiro, que se repete neste final de semana, na mesma Varginha. No dia três de março de 1996, o Coelho estava inspirado e praticamente abduziu a Raposa aplicando uma goleada, 3x0 sem piedade.

Mas, de outro planeta, foi a decisão do campeonato daquele ano. Em um hexagonal final disputadíssimo, o Atlético chegou à última rodada com um ponto de vantagem sobre o Cruzeiro que tinha novamente o América pelo caminho no Mineirão.

O Galo enfrentaria o Uberlândia no Parque do Sabiá precisando de uma vitória simples. O time do triângulo vivia uma grave crise. Metade do elenco havia sido dispensado pela diretoria e a equipe para o jogo era composta por um mesclado de time reserva com os juniores. Estava fácil para o Atlético se não fosse o sobrenatural.

O time do Uberlândia, montados as pressas, segurou um empate por 0x0. Enquanto o Cruzeiro, que havia perdido para o América em Varginha, venceu a partida no Mineirão e sagrou-se campeão daquele ano que foi, no mínimo, fora do comum para os mineiros.

Quinze anos já se passaram. O ET ainda se faz presente na memória da população de Varginha e o clássico entre América e Cruzeiro continua prometendo emoções de outro mundo.

Marlon Neves é estagiário do Meio-de-Campo

23 de março de 2011

Jogo-treino

Roberval era o craque do time. Tinha todas as qualidades de um grande jogador. Alto para as bolas aéreas, sua cabeçada era como um tiro, forte e certeira. Sua altura não inibia a habilidade com a bola nos pés. Driblava com malandragem, corria com velocidade, lançava com maestria e batia a gol com uma precisão invejável. Seu domínio de bola era uma coisa fantástica. Certa vez, num jogo contra o Tupinambás, recebeu um lançamento pelo alto da defesa, fincou as chuteiras no gramado, inclinou-se para trás e deixou a bola grudar no peito. Grudar mesmo. Foi correndo com a pelota junto de si passando pelos adversários que, atônitos, não acreditavam naquilo que viam. Já dentro da grande área, deixou a menina rolar pelo uniforme e com um leve toque encobriu o guarda-metas. A bola nem chegou a tocar as redes. Recebeu uma placa pelo golaço.

Mulherengo convicto, fora de campo Roberval não resistia a um rabo-de-saia. Era o alvo preferido das revistas de fofocas. “Craque é visto com duas loiras em motel”, “Roberval, o craque da mulherada”, foi uma das reportagens de capa desses magazines. E ele não fazia questão de esconder. Quando percebia algum fotógrafo chegando, fazia até pose. Mestre na malandragem dentro e fora de campo. Engana-se quem pensa que este era seu ponto fraco, pois este era o seu ponto forte. Na véspera de cada jogo decisivo, Roberval pulava o muro da concentração sem que ninguém o visse e caia no crime, no bom sentido, é claro. Uma superstição, um talismã, uma mandinga, não importa, tinha que rolar algum tipo de sacanagem para ele jogar bem. E quanto mais alto nível fosse o rolo e ninguém soubesse de nada, melhor era a sua atuação. Ano passado, na semifinal do campeonato estadual, o camisa dez pegou ninguém mais ninguém menos do que Samantha Cristina, a super modelo-manequim-atriz-apresentadora de televisão mais badalada do momento. Deve ter sido uma noite avassaladora, daquelas que o sujeito não tem pausa nem para um copinho d’água. Naquele jogo, o time de Roberval precisava ganhar por dois gols de diferença e o craque meteu três golaços. Gols antológicos que quase botaram o estádio abaixo de tanta emoção e alegria.





Com esse segredo, Roberval foi levando o campeonato desse ano na manha. Ele era o artilheiro e seu time precisava de apenas um empate na final para ser campeão. No hotel em que estava concentrado, a mídia caiu em cima. Repórteres e fotógrafos se amontoavam na porta para tentar alguma coisa com os jogadores. Devido a esse pandemônio, o treinador Jurandir pediu que reforçassem a segurança dentro e fora do hotel. “Não quero que ninguém escape. Jogador meu não vai ficar zanzando por aí e nem sair do hotel”, dizia o linha-dura.
“E agora?”, dizia Roberval para si mesmo. A situação estava difícil e ele não sabia o que fazer. Pensou em pedir ajuda, mas “se eu contar pra alguém e não der certo? É melhor não...”, pensou de novo. Voltou para o quarto e ficou para lá e para cá, impaciente. As horas passavam e nada. Deitou. Rolou na cama, ficou de cabeça para baixo, de lado, barriga para cima. É não tinha jeito, tudo estava perdido. Foi quando, já sem esperanças, viu uma playboy no canto do criadinho que ficava ao lado da TV. Roberval pegou a revista, olhou, olhou, olhou de novo. “Quem não tem cão, caça com gato”. E correu para o banheiro para, pelo menos, tentar fazer seu exercício da sorte.

Domingo quente, estádio lotado, partida difícil. Nada dava certo para Roberval e seu time. Bola na trave, goleiro adversário fechando a baliza e zagueiro tirando a pelota em cima da linha. E para piorar, sua equipe tomara um gol no segundo tempo. Roberval não acreditava. Colocava a mão na cintura e olhava para cima. Até que aos 45 do segundo tempo... pênalti, penalidade máxima em Roberval!!!!! Jogada de craque, pegou a bola no meio e foi driblando até sofrer o carrinho que culminou na infração. Jogadores abraçados, comemorando a chance de serem campeões. Roberval pega a criança e coloca na cal. Aliviado, ele olha para o céu como se não acreditasse. “Bendita Playboy”, fala baixinho. Expectativa no estádio. Roberval parte em direção à redonda e com o pé direito chuta. Chuta para fora! Ele não acredita. Não há tempo para mais nada. Pois é, treino é treino e jogo é jogo.


Andre Fidusi é convidado do Meio-de-Campo neste blog.
http://andrefidusi.com


22 de março de 2011

A conta não bate!!!



A perspectiva de arrecadação do clube dos 13, por todo o pacote do Brasileirão, era de R$1,5 bi, ao ano.

Fazendo uma conta grosseira, e só poderia ser grosseira vindo de um jornalista, acho que três “entidades” vão se dar bem na negociação individual das cotas de TV.


Se o Corinthians fechou por R$ 80 milhões, supõe-se que Flamengo fechará por algo parecido.

Se Cruzeiro e Grêmio fecharam por cifras em torno de R$ 50 milhões, supõe-se que Atlético e Inter, caso venham a acertar com a Globo, vão receber algo parecido.


Quanto aos outros grandes de SP e RJ, não devem receber mais que R$ 80 milhões e nem menos que R$ 50 milhões. Digamos, uma média R$ 65 milhões. Cerca de R$ 820 milhões gastos com os principais centros do país. Para mim, os outros dez clubes que faltariam, somariam mais uns R$ 400 milhões.

Resultado da conta:


- Total a ser pago na negociação individual (minha conta) – cerca de R$ 1,2 bi

- Quem sai ganhando – Globo, que economiza, Flamengo e Corinthians que vão ganhar mais. Mas, tudo isso é conta de jornalista.


João Paulo Ribeiro é produtor do Meio-de-Campo e brinca de fazer contas nas horas vagas.

18 de março de 2011

Meio-de-Campo sorteia camisa de Vôlei do Minas

O Meio-de-Campo vai sortear neste domingo uma camisa da equipe de vôlei do Minas. Para participar é preciso ser seguidor do @meiodecampo no Twitter e retwittar a frase completa, tal como está abaixo, sem qualquer alteração:

Eu sigo o programa @meiodecampo da @redeminas e quero ganhar a camisa de vôlei do Minas http://kingo.to/w1W.

O sorteio acontece ao final do programa que traz cobertura completa da sétima rodada do Campeonato Mineiro. A edição destaca as melhores jogadas, os gols mais bonitos e os lances mais polêmicos das partidas. Confira o regulamento para participar.


Regulamento

1 – Essa promoção tem caráter exclusivamente recreativo e cultural e não tem qualquer custo para os participantes.

2 – Período de participação: até o dia 20/03/2011, no final do programa Meio-de-Campo.

3 – O sorteio será feito utilizando a ferramenta sorteie.me e o perfil do ganhador será divulgado no Twitter do @meiodecampo e no programa, ao vivo, que vai ao ar às 21h do dia 20/03/2011.

4 – Para participar é necessário seguir o perfil @meiodecampo em http://twitter.com/meiodecampo . e retwittar a frase: Eu sigo o programa @meiodecampo da @redeminas e quero ganhar a camisa de vôlei do Minas http://kingo.to/w1W. Somente será aceito o ganhador cujo perfil no twitter seja ativo e válido.

5 – Retwitts que não contenham o link completo ao final da frase não participarão do sorteio.

6 – Quem postar mais de uma mensagem só concorre uma vez.

7 – O prêmio consiste em uma camisa da equipe de vôlei do Minas Tênis Clube e o ganhador deverá retirar a camisa na portaria da Rede Minas (Av. Nossa Senhora do Carmo, 931. B. Sion Belo Horizonte/MG). Será informada uma senha diretamente ao vencedor do prêmio para a sua retirada.

8 – O ganhador deve retirar o prêmio entre os dias 21/03/2011 e 26/03/2011.

9 – Tentativas de burlar a promoção criando perfis falsos ou outras formas implicarão na desclassificação do participante.

16 de março de 2011

Valtinho, o ponta.

Valtinho era um ponta veloz. Muito veloz e muito burro também. O exemplo perfeito de velocidade desprovida de inteligência. Tanto que nunca foi titular do Expresso Futebol Clube. O técnico da equipe, o Seu Antônio, não era muito a favor dos pontas. Gostava de jogar no 4-4-2, com os dois atacantes mais enfiados. Mas Valtinho não desistia. Era o primeiro a chegar e o último a sair dos treinos. Só entrava em campo ali, pois em dia de jogo, coitado, era um banco atrás do outro.

O Expresso vinha bem na competição, e pela primeira vez em sua história iria disputar uma final de campeonato. O time estava preparado para a decisão, inclusive Valtinho, que não desistia de colocar a chuteira no gramado pelo menos uma vez. E se fosse no jogo mais importante de sua equipe, melhor ainda.

Domingo. Casa cheia. Segundo tempo. Zero a zero no placar. Jogo difícil, os dois times dando “tudo de si”. Valtinho nervoso na ponta do banco de reservas, suas pernas finas e tortas tremiam. Afinal, o treinador já tinha feito duas substituições, faltando uma para queimar a regra três.

Aos quarenta minutos, uma falta violenta na intermediária tira o atacante do Expresso do jogo. O defensor adversário é expulso. A galera vibra nas arquibancadas. Era a chance de matar o jogo e ser campeão. Mas quem entraria? Num ato de puro reflexo e intuição, Seu Antônio disparou: “Valtinho! Pro jogo!”.

Era a chance do ponta. Poderia sair consagrado do jogo, carregado como herói, manchete nos jornais, capa das revistas. E na primeira bola que recebeu na direita, ouviu a voz que lhe deu coragem: “Vai Valtinho!”. E ele foi.
Recentemente foi visto lá pelas bandas de Tocantins. Ainda correndo. Ou fugindo.

Andre Fidusi é convidado do Meio-de-Campo neste blog.
http://andrefidusi.com

Fala aí, presidente!


Em tarde inspirada, Alexandre Kalil falou sobre o que quis nesta terça-feira (15). Com discurso cheio de ironias e sarcasmo, o presidente do Atlético não poupou críticas à novela “Direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro”. No bom e velho ‘Amigos, amigos. Negócios à parte’, fez questão de reforçar que o que está em jogo é dinheiro. E muito.

E qual foi a maior piada do dia? Para Kalil é a saída de Dorival Jr. do Galo para o Fluminense, que perdeu Muricy Ramalho. Certo é que jogadores vão reforçar a equipe mineira. O desejo é que eles chegassem até dia 25 de março, data do aniversário do Atlético. Mas existe um longo caminho, muito dinheiro e vários telefonemas entre o querer e o poder.

Diego Tardelli é considerado a única perda do time para este ano, já que Obina saiu no início da temporada e Diego Souza “não jogou” no Atlético. Tardelli partiu para a Rússia declarando amor ao clube mineiro e almejando retorno. Para a diretoria, as portas estão abertas.

Todas as declarações e respostas dadas à imprensa foram direcionadas aos torcedores. “A torcida merece satisfação. Vocês (jornalistas) não”, concluiu Kalil.

André Cristino é repórter do Meio-de-Campo

6 de março de 2011

4 de março de 2011

O choro de Henrique é a lágrima de muitos

Foto: Juarez Rodrigues/EM/D.PRESS

Henrique chorou! Quem não choraria.

Quando chegou ao Cruzeiro, ele ouviu: quem é ele? De onde ele vem? Na maioria das vezes, de forma pejorativa.

No último dia 04, ao desembarcar em Minas, ele deixou bem claro quem era. As lágrimas poderiam ter sido derramadas nas primeiras vaias que recebeu no Mineirão. Poderiam ter caído quando a crônica esportiva pediu a saída dele do time. Talvez tenha derramado. Mas, pela timidez que o caracteriza, não faria isso em público. Preferiu mostrar suor a cada jogo.

No aeroporto, em meio a tantos repórteres, o choro de Henrique resume o sentimento de muitos trabalhadores brasileiros. Que são desvalorizados, criticados e às vezes até discriminados. Henrique provou com uma simples lágrima, que todo esforço vale a pena!


João Paulo Ribeiro é produtor do Meio-de-Campo