11 de maio de 2011

Filhinho do papai


Uma das maiores preocupações dos casais, tanto os mais velhos, quanto os mais novos, é questão dos filhos. Existe uma época ideal para colocar essas criaturinhas no mundo? Alguma regra, conselho ou achismo mesmo? Sei lá. No mundo de hoje, muita coisa tem que ser levada em conta. Violência, guerra, sequestro, desigualdade, racismo... (é melhor parar por aqui). Mas uma coisa, o casal, principalmente o pai, necessita estar atento: para que time seu filho vai torcer? Essa é a pergunta!
Duas teorias tentam responder essa pergunta. Vamos a elas:


Teoria do livre arbítrio:
Essa teoria está relacionada à psicologia moderna, casais mais liberais, século XXI e mais um monte dessas coisas. Consiste na idéia de não influenciar na escolha do pentelho. A criança é livre para escolher o time que quiser. Essa teoria é muito bonita, mas pode trazer graves consequências. O Reginaldo, um amigo meu, cruzeirense daqueles chatos, entrou na pilha da esposa e não quis dar palpite na escolha do garoto. “Reginaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaldo, nós somos um casal moderno!”, dizia a Cleonice, mulher do Reginaldo. E ele foi na conversa. Hoje ele “colhe os frutos” dessa modernidade. O filho dele, o Paulinho, só usa preto e branco, é Galo até o último fio de cabelo. O pai sofre toda vez que precisa entrar no quarto do moleque. É pôster para cima e para baixo, Reinaldo, Éder, Cerezo, Marques, Taffarell, fora o tanto de camisa e apetrechos alvinegros que o garoto possui. Já fez de tudo para o seu filho mudar de time. “Pai, a gente muda tudo na vida, de namorada, de esposa, de amigo até de partido político, mas de time a gente não muda N-U-N-C-A!!!!”, essa foi a resposta. Esperto para nove anos, esse Paulinho.


Teoria “Esse é o meu garoto”:
Essa teoria é mais conservadora, mas vários casais modernos não têm medo de usá-la. Ela parte do seguinte princípio: O meu filho pode torcer pelo time que quiser, desde que seja o meu! Com o Otávio foi assim. Quando ele completou um ano de namoro com a Rosa, comprou um par de sapatinhos de bebê com o escudinho do seu time. Ela não entendeu nada. A coisa foi ficando mais séria, roupinha, chapeuzinho, bandeirinha, bolinha, tudo com o escudo do time. À essa altura a Rosa viu que não tinha mais jeito. Quando o Juninho estava aprendendo a falar, o Otávio pagava a babá para colocar o hino do seu time o dia inteiro para o moleque ouvir. Quando iam ao estádio era uma beleza! O time dos dois sempre ganhava, mesmo quando perdia. Calma vou explicar. Se o time ganhava, ganhava mesmo. Se perdia, o Otávio falava que tinha ganhado. O menino ainda não entendia tudo de futebol mesmo. E uma mentirinha não faz mal à ninguém. Pelo contrário, até o seu filho virar um fanático torcedor, ela, a mentira, vai ser sua grande aliada. Depois, se quiser, vá a um confessionário.

Andre Fidusi é convidado do Meio-de-Campo neste blog.

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