O conceito de clássico é praticamente o mesmo em todas as partes do Mundo. Para abreviá-lo, diria que é o jogo onde dois grandes rivais se encontram para decidir qual deles é o melhor. Exemplos não faltam. Em Minas Gerais, temos Atlético x Cruzeiro. No Rio Grande do Sul, Grêmio x Internacional. E por aí vai...
Existe uma partida que ultrapassa esses limites. Vamos à Espanha! Lá estão dois dos principais clubes do Mundo: Barcelona e Real Madrid. O duelo é antigo: começou em 1902. Desde então, o Futebol nunca mais foi o mesmo.
Esta rivalidade não pode ser mensurada apenas pela paixão de seus torcedores ou por quem tem mais vitórias no confronto (e, diga-se de passagem, os Merengues levam vantagem nesse aspecto: 58 x 53).
Quando barcelonistas e madridistas estão em campo, há muitos aspectos envolvidos. O Barcelona é um dos ícones da Catalunha – talvez a comunidade autônoma da Espanha mais importante. Na década de 30, ao final da Guerra Civil, a região sofreu uma importante e pesada repressão cultural e lingüística. O uso do catalão foi abolido, por determinação do Estado Nacionalista Espanhol. O Barcelona Futbol Club virou Club de Fútbol Barcelona para se adequar. Ao mesmo tempo, o Real Madrid ganhava espaço por “ajudar” na divulgação do regime ditatorial de Francisco Franco. Por sua forte ligação com a coroa espanhola, o time (indiretamente ou não) servia como uma espécie de propaganda. E assim a rivalidade cresceu.
Em 1943 aconteceu a maior goleada do confronto: 11 a 1 para o Real Madrid. O que poucos sabem é que militares visitaram o vestiário do Barcelona e ameaçaram retaliar os jogadores em caso de vitória. A derrota por uma diferença tão grande de gols foi um protesto.
Com o passar dos anos e o fim da ditadura no país, o duelo perdeu um pouco de seu contexto político, mas este jamais deve ser ignorado. Os dois lados cresceram muito e nunca deixaram de investir. Hoje o Barcelona aposta na revelação de talentos, enquanto o Real gasta seu dinheiro com a contratação de grandes jogadores.
E na segunda-feira (29) mais um capítulo desta rivalidade foi escrito. E, sem a influência política, os atletas fizeram o que sabem fazer de melhor: jogar bola. Quer dizer, apenas os barcelonistas – porque os madridistas pareciam estar assistindo a uma aula de Futebol.
Foi uma atuação brilhante de Xavi, David Villa e Messi. Sem falar de Puyol, que não deu espaços ao português Cristiano Ronaldo. José Mourinho, que estava invicto no comando do Real Madrid, sofreu sua pior derrota na carreira. E Guardiola manteve os 100% de aproveitamento como técnico diante do rival.
Existem coisas que não dá para explicar escrevendo. É melhor ver...
Fábio Pinel é jornalista da TV Bandeirantes e torcedor do Barcelona.
E aí, doido! Essa história aí da goleada eu não sabia não. Legal!
ResponderExcluirRicardo Pereira - Sete Lagoas (ligada no Meio de Campo)
Pinel maluco! O Barça é muito bom messi joga demiais velho! Falou...
ResponderExcluirÓtimo o texto! O melhor do show do Barcelona, foi ver a cara do - mascarado - Cristiano Ronaldo. Muito fraco, joga pra aparecer e levou uma aula do Messi, que joga para o time que paga seu salário!
ResponderExcluirO Real foi roubado! Esse clássico aí não quer dizer nada, Pinel. Vamos ganhar o campaoenoato espanhol e você vai verá isso!
ResponderExcluirRomerito Silva