Como prato principal você pode escolher entre famiglia Scolari e imbróglio Lazaroni. Como antepasto, uma entrada de mãos dadas, acompanhada de salada Parreira. A seleção de Dunga estava bem ali, no cardápio de um restaurante italiano na esquina, e ninguém viu. Mas todo mundo fez questão de dizer que já sabia.
Para entender a seleção de Dunga é preciso voltar no tempo: Imbróglio Lazaroni foi aquela seleção que fracassou em 90 pelos pés de um argentino chamado Caniggia. E que fique bem claro: fracassar no Brasil significa não ganhar a Copa. Ali nascia o espírito Dunga que, injustamente e por culpa da imprensa, virou símbolo de uma seleção derrotada.
Sua redenção veio 4 anos mais tarde, em 94, como capitão do tetra, quando entrava em campo segurando as mãozinhas suadas de Jorginho e Mauro Silva. Começava a surgir um Dunga que dava a vida pela pátria de chuteiras.
Foi este espírito de um abnegado que o transformou em técnico depois que, em 2006, a salada Parreira apodreceu.
Pela pátria Dunga contrariou grande parte da imprensa esportiva e da imprensa não esportiva também. E teve prazer em fazer isso.
Seguiu os passos de um outro gaúcho, Scolari, para montar não uma lista de jogadores, mas uma árvore genealógica. Sangue do meu sangue.
Pode dar certo, pode dar errado. Comentaristas detonaram, o Datafolha diz que o povo aprovou. O que só comprova a máxima: quem gosta de futebol bonito é jornalista o povo gosta é de taça.
Uma derrota , com certeza vai crucificar Dunga. O que não o deixará completamente triste. Afinal, mais uma vez, ele estará doando seu sangue á pátria.
12 de maio de 2010
10 de maio de 2010
9 de maio de 2010
4 de maio de 2010
Síndrome de Peter Pan
Atlético e Santos, nas quartas-de-final da Copa do Brasil, foi o melhor jogo que assisti esse ano. O placar de três a dois deixou a disputa pela vaga nas semifinais aberta. A boa fase de Diego Tardelli e a volta de Neymar, somado os títulos estaduais das duas equipes, fazem com que a partida de volta, na Vila Belmiro, tenha todos os ingredientes para ser melhor ainda.
Mas a comemoração dos santistas provocou uma polêmica desnecessária. Um coro que a princípio poderia ser considerado inocente tomou proporções gigantescas. Nós, jornalistas, exploramos o fato a exaustão. E a repercussão com Vanderlei Luxemburgo aguçou ainda mais a rivalidade.
Há muito Robinho exagera no comportamento extra-campo. Não quero ser nenhum mídia politicamente correto, até porque tudo muito certinho cheira falsidade e hipocrisia. Mas o atacante do Santos não é mais o menino que despontou no campeonato Brasileiro de 2003. Hoje com 26 anos o jogador deveria ter aprendido, há seis anos atrás, nas olimpíadas de 2004, que excesso nas brincadeiras, principalmente frente às câmeras não resultam em boas notícias quando a boa fase termina.
O Santos joga um futebol gostoso de se ver, mas é terrivelmente antipático nas declarações e brincadeirinhas. Claro que o bom humor é bem-vindo, só que Robinho e Neymar estão parecendo aqueles caras desagradáveis que insistem em repetir a mesma piada que só o pai e a mãe acham graça.
O Neymar vai lá que ainda é um menino. Mas o Robinho chega a ser ridículo. Vê se cresce. Porque essa mesma imprensa, que como a Sininho com o Peter Pan, te endeusa hoje, será a mesma que, amanhã, vai te engolir como o crocodilo Tic Tac tanto queria fazer com o Capitão Gancho.
O mundo da voltas Robson!
Cláudio Gomes
Editor-chefe do Meio-de-Campo
3 de maio de 2010
Hasteando a bandeira atleticana...
A foto acima é histórica. Marca um momento importante da 2ª Guerra Mundial. O hasteamento da bandeira dos EUA no Monte Suribachi foi o ponto final da Batalha de Iwo Jima.
O local era um ponto estratégico. Se tomassem a ilha, os norte-americanos teriam como reabastecer seus bombardeiros e caças durante o avanço rumo ao Japão.
Milhares de homens morreram no combate em busca da paz. Os japoneses (bandidos sob o olhar mundial) foram massacrados pelos cowboys.
Enfim, a foto representa a vitória. E é realmente muito bonita - principalmente se nós não considerarmos todo o contexto.
Foi baseado nela e na comemoração de Marques após o segundo gol na final do Campeonato Mineiro que meu amigo, o chargista Duke, fez uma homeagem ao Galo pela conquista do título estadual de 2010.
Ao invés de soldados, jogadores de futebol. No lugar do sangue derramado, muito suor. Nada de generais ou coronéis, apenas presidentes de Clubes e treinadores.
Muitos podem dizer que a comparação é exagerada. Talvez seja. Só que o atleticano não se importa. Vencer o Estadual é como vencer uma Guerra. Vencer é o ideal...
O Galo superou erros de arbitragem, acusações de manipulação de jogos, campos ruins, chuva, desconfiança inicial, cobrança por resultados, baixas de campanha (Coelho, Obina e outros que se recuperaram a tempo, como Diego Tardelli, Jairo Campos e Cáceres).
Mas engana-se quem pensa que a Guerra acabou. O Clube venceu apenas uma batalha na luta para reconquistar o cenário nacional. Missão dada ao comandante Vanderlei Luxemburgo...
Parabéns ao Atlético por seu 40º título do Campeonato Mineiro.
Números
O Atlético teve o melhor ataque da competição (41 gols). Foi a equipe que mais venceu (9 vitórias, assim como o Cruzeiro). Também foi o time que mais empatou (7 vezes) e menos perdeu (apenas uma derrota - justamente para o maior rival).
Muriqui é o único jogador que participou de todos os 17 jogos e marcou seis gols. O artilheiro é Fabiano, que balançou as redes oito vezes. Diego Tardelli e Obina vem logo atrás, com sete gols cada.
Fábio Pinel é apresentador do programa Meio-de-Campo e está no Twitter.
2 de maio de 2010
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