30 de junho de 2010

Enquanto isso, na Espanha...

“Yo soy español, español, español!” “Que vivaaaaa España”…
Assim cantam, empolgados, os jovens madrilenhos nos arredores do Santiago Bernabeu, nas ruas, no metrô. Antes, durante e depois dos jogos da Espanha. E, cada dia que passa, mais gente de vermelho nas ruas, mais bandeiras nas janelas, mais vendedores ambulantes oferecendo faixas, pulseiras, bandeirinhas.

Mas demorou para que chegasse a esse ponto. No dia do primeiro jogo, lembro que parecia um dia comum. Era a tão esperada estreia de “La Roja” no mundial, como uma equipe vencedora da Eurocopa, a grande favorita e....nada. Pouquíssima gente vestida com as cores do país. Pouca animação. Foi uma decepção para mim, que esperava uma versão espanhola do Brasil em momentos “solenes” como o debut na Copa do Mundo. E essa falta de energia teve conseqüência: derrota para a Suiça, um balde de água fria.

Alguns amigos espanhóis me explicaram que vestir as cores do país e ser patriota ainda são coisas que muita gente relaciona diretamente com a extrema direita, ou que remetem à época da ditadura de Franco (1939-1975). E por isso não seria tão comum aqui como em outros países. Só que as novas gerações não compartilham essas referências. E estão mudando o cenário da capital espanhola a cada triunfo da seleção: passado o trauma do primeiro jogo, foi uma vitória atrás da outra.

Torço por eles! Posso até dizer que me emociona ver a cidade em ebulição. Agora, se o Brasil chega à final e a Espanha também, que eles me perdoem. Eu, sim, sou brasileira, como muito orgulho, e de vermelho só tenho o cabelo. Porque o resto, até o sangue, é verde e amarelo.

Carol Delmazo é jornalista e está participando do “Programa Balboa” em Madri.

A matemática da contratação

Há quem adote o sigilo, o mistério... Nomes não são revelados e quando vaza na imprensa o possível interesse em um jogador, a tática, muitas vezes, é desmentir para não atrapalhar o negócio. Mas, sabe-se lá porque, o Cruzeiro não tem escondido o jogo. O clube não negou o interesse no armador argentino Riquelme, sonho de consumo de muitos times brasileiros, e chegou até a revelar que o craque do Boca Juniors tinha 90% de chances de vestir a camisa estrelada. O tempo passou e, até agora, nada de Riquelme na Toca. O jogador ainda não renovou com a equipe argentina, mesmo assim, é bom o torcedor celeste não criar muita expectativa.

A bola da vez é um outro armador, também argentino. Walter Montillo está na Universidad de Chile, e pode ser o novo dono da camisa dez do Cruzeiro. Zezé Perrella estaria disposto a investir mais de seis milhões de reais para contar com o jogador. Com ele, estaria tudo acertado e a proposta oficial ao clube chileno também já teria sido feita. Resta esperar...

Mas quem parece estar mais perto da Toca é o atacante argentino Ernesto Farias. O jogador do Porto seria envolvido em uma troca com o zagueiro cruzeirense Maicon, há um ano no time português. A mira da Raposa está mesmo voltada para os talentos do país vizinho, talvez até por influência do hermano Sorín, que deixou os campos, mas continua em Beagá, nos bastidores do futebol celeste. O ídolo da China Azul seria um mediador do Cruzeiro com os conterrâneos. Por enquanto, os reforços continuam com 80, 90% de chances de serem contratados... Mas quem sabe, o ex-lateral tenha sucesso nessa nova função e finalmente possa dizer: “trato hecho!” (negócio fechado!).

Josy Alves é editora de texto do Meio-de-Campo

Copa... América do Sul

Chegam as quartas-de-final e quatro, das cinco seleções sul americanas, estão na disputa do mundial. Brasil e Argentina não são novidades, pelo contrário, estão acostumadas a chegar nessa fase. O Uruguai também não é um estreante, chegou as semifinais em 1970, eliminado justamente pelo Brasil tricampeão daquele ano. Já o Paraguai alcançou um feito ao vencer o Japão nos pênaltis e pela primeira vez está entre os oito melhores do mundo.

Pelo cruzamento podemos ter quartas-de-final sul americanas. Apesar de não acreditar na classificação do Paraguai, que enfrenta a Espanha, e de achar que a Alemanha supera a Argentina, torço para que as quatro seleções passem de fase.

Caso isso não aconteça pelo menos que Holanda e Espanha sejam as representantes européias. Para o futebol seria bom. Isso porque ambas sempre foram equipes que impuseram uma forma ofensiva de jogar, e talvez colocaria em cheque sistemas extremamente defensivos como da Itália, Suíça, Inglaterra, Portugal e da grande maioria das seleções do velho continente.

Essa Copa já premiou quem buscou o gol e pode sepultar o fantasma de 82 que estragou o futebol mundial com a vitória da Azzurra que ditou o que o esporte bretão deveria priorizar a defesa ao ataque.

Cláudio Gomes é editor-chefe do Meio-de-Campo

28 de junho de 2010

A Tradição Pede Passagem

Argentina X Alemanha e Brasil X Holanda. Destes dois confrontos saem os finalistas da Copa da África. É o que todo Mundo diz. Pois é, parece que ninguém acredita muito mesmo na Espanha...

Mas a verdade é que agora começa a pesar a tradição. Bem, então seria de bom tom considerar também o bicampeão Uruguai. Não, a tradição no futebol começa depois do bicampeonato uruguaio em 1950. Justamente com o tricampeonato brasileiro em 70. Brasil X Itália decidiram aquela Copa no México. A partir daí só o Brasil, Itália, Alemanha, Holanda, Argentina e França foram protagonistas da final do Mundial. Itália e França já caíram, restam as seleções que fazem duas das quartas de final de agora. São os times acostumados às decisões.

A Copa do Mundo é um torneio onde a emoção é um dos personagens principais. Então, quando o juiz apita e começa o primeiro jogo, todo o planejamento de 4 anos começa a ruir junto. É preciso manter o controle sobre a emoção. Quem conseguir realizar melhor esta tarefa, pode ser o campeão.

Charge do Duke

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24 de junho de 2010

Bom, em quase tudo!


A torcida é uma das mais apaixonadas e vibrantes. O centro de treinamentos é o melhor do Brasil. O técnico, experiente e vencedor, com cinco títulos nacionais. Agora, o Atlético tem também um diretor de futebol competente, disputado por grandes equipes do país. O Galo parece, enfim, ter se estruturado para acabar com o longo jejum de títulos de expressão.

Só que título se ganha dentro das quatro linhas, e o torcedor alvinegro se pergunta: tem um time competitivo e vencedor? No Estadual, sim! E a conquista só não foi mais saboreada porque não veio com uma vitória sobre o maior rival, na decisão.

Quem sabe, um prenúncio de uma temporada vitoriosa. Mas, além de ser mineiro, o torcedor é também atleticano, e mantem um pé atrás, depois de tantas decepções. E, até agora, a campanha no Brasileiro foi mais uma. Sete rodadas, cinco derrotas, zona do rebaixamento. Posição incômoda, pelo menos, até o reinício da disputa.

A partir daí, a promessa é de uma nova equipe, com novos jogadores e, sobretudo, com uma nova postura. A pausa para a Copa do Mundo foi boa. Tempo para recuperar os contundidos, integrar os reforços e enxugar o elenco. No dia 15 de julho, quando o Galo entrar em campo contra o Atlético Goianiense, na Arena do Jacaré, a torcida deve dar outro voto de confiança e lotar a nova casa. Quem sabe ao final da temporada, o clube, bom em tantos quesitos, tenha enfim o melhor futebol.

Josy Alves é editora de texto do Meio-de-Campo

23 de junho de 2010

Pela primeira vez...

Dizem que a primeira vez a gente nunca esquece. Todas os tipos de experiências em nossas vidas, sejam elas boas ou más, sempre tiveram uma primeira vez. A verdade é que o dito popular pode ser muito bem aplicado nesta Copa do Mundo, na África do Sul. O primeiro Mundial da história disputado no continente africano mostrou ao planeta um novo jeito de torcer (mesmo que contestado por muitas pessoas e emissoras de TV): ao invés dos cânticos, pela primeira vez a torcida utilizou-se de um instrumento parecido com uma corneta, a famosa vuvuzela. E pelas diversas reclamações, a nova moda (?) não deve vingar nos próximos mundiais. E por falar em África do Sul, a seleção comandada por Carlos Alberto Parreira conseguiu ser a primeira anfitriã eliminada na primeira fase da Copa do Mundo. Mas, convenhamos que os Bafana Bafana tinham vontade e muita raça, porém sabemos que futebol não se faz apenas destes dois elementos. É preciso qualidade técnica e a África do Sul não tinha futebol para avançar às oitavas.

Nesta quarta-feira, a Alemanha venceu a seleção de Gana, por 1 a 0, e ambas se classificaram para as oitavas de final. Mas a partida foi marcada por uma situação inusitada. Pela primeira vez na história das Copas do Mundo irmãos se enfrentaram: Kevin-Prince Boateng, pelo lado de Gana, e Jerome Boateng, ganês naturalizado alemão. Outras situações inéditas andaram acontecendo. A seleção da Grécia fez seu primeiro gol em Mundiais no jogo contra a Nigéria e, não contente com o feito, também venceu a partida, a primeira do selecionado grego na história. A vitória do México sobre a trapalhada e conturbada seleção da França também foi histórica para o país dos sombreiros, em se tratando de jogos válidos por Mundiais.

Se várias seleções quebraram jejuns e tiveram sua primeira vez na Copa, a televisão também experimentou o gostinho do ineditismo. Pela primeira vez, o evento está sendo transmitido na tecnologia em três dimensões (3D). Espero que, no final desta Copa, o Brasil fature o hexacampeonato – apesar do técnico que temos – e os brasileiros possam dizer que pela primeira vez na história das Copas, uma seleção é seis vezes campeã mundial.


Fábio Rocha é estagiário do Meio-de-Campo

22 de junho de 2010

Sobre educação e ética

Respeitar o próximo é uma premissa para convivermos em sociedade. Devemos evitar ofender moralmente as pessoas, agredir, ludibriar, enganar ou trapacear. E no jogo entre Brasil e Costa do Marfim tudo isso aconteceu.

Os marfinenses abusaram das faltas e não venham me falar de ingenuidade. Luís Fabiano usou a mão duas vezes e fez um gol irregular, Kaká fez cara de bom moço (que, geralmente, é), tentou agir como um malandro (que nunca foi) e foi expulso, Dunga esbravejou e xingou jogadores adversários e jornalistas.

Sobre o Kaká e os jogadores da Costa do Marfim, punições disciplinares serão suficientes. Quanto a Dunga, o problema é educação. E não é de hoje. O Capitão do tetra foi o único que agrediu o troféu conquistado. Enquanto Bellini (58), Mauro (62) e Carlos Alberto (70) beijaram a Jules Rimet, Dunga tratou de xingar a Copa do Mundo FIFA em 1994. Cafu pediu desculpas a ela e beijou-a em 2002.

No caso das mãos de Luís Fabiano, o imbróglio é ético. Não do atacante brasileiro. Afinal, “é do jogo”. Pelé enganou muitas vezes árbitros e auxiliares. Nilton Santos, na Copa de 62, contra a Espanha, fez falta dentro da área e conseguiu ludibriar o árbitro dando dois passos para fora dela. Maradona usou a “mão de Deus” para marcar contra a Inglaterra em 86. O mais recente caso foi o da classificação da França com uma ajudinha da mão de Henry, contra a Irlanda.

A ética também é deixada de lado quando, nós jornalistas, comentamos esses lances. Para muitos, Luís Fabiano fez um golaço e Maradona trapaceou. E há quem diga que esse é o charme do futebol.

Não, isso é um problema que a FIFA e a International Board precisam resolver. Afinal, o futebol deixou, a muito tempo, de ser apenas um entretenimento. O esporte envolve bilhões e a insistência em não utilizar recursos tecnológicos prejudica o espetáculo.

Cláudio Gomes é editor-chefe do Meio-de-Campo

21 de junho de 2010

Charge do Duke

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20 de junho de 2010

Dunga X Imprensa, um clássico na Copa 2010.

Ele joga duro, marca em cima, e faz muitas faltas. Não, não estou falando de nenhum zagueiro da Costa do Marfim e sim do técnico da seleção brasileira. Dunga usa nas entrevistas coletivas o mesmo estilo de jogo que o consagrou (consagrou?) como jogador de futebol.
Desta vez ele abriu sua caixa de ferramentas para o jornalista Alex Escobar, da TV Globo. Merda e cagão foram algumas das palavras gentis que ele encontrou para expressar sua fúria contra imprensa (veja o vídeo aqui). A Globo reagiu com nota oficial com críticas ao comportamento do treinador. A guerra parece que só está começando.
A seleção ensaia uma reação no campo e Dunga tem certeza de que é por causa dele. Então vai até a geladeira, pega o ódio congelado e carrega sua metralhadora giratória. Simplesmente não entende que a imprensa tem o direito e o dever de apontar falhas. Para ele os críticos não são patriotas. É uma pena que ele pense assim.
Se a seleção conquistar o hexa, nem tenho a ideia do que Dunga pode vir a fazer. Mas certamente será algo bem pior do que a promessa de Maradona de desfilar pelado pelas ruas de Buenos Aires.
Mas se o Brasil for eliminado, eu não gostaria de estar na pele do treinador da seleção.

A vitória do talento brasileiro e o problema Kaká para as oitavas-de-final


Se você, torcedor, esperava uma atuação com cara de Basil para acreditar no time de Dunga, a partida contra a Costa do Marfim pode ser o que faltava. Ainda não foi dessa vez que a equipe mostrou volume de jogo ou agresividade, mas foi a vitória do talento e da capacidade do jogador qualificado.

Encurralada no primeiro tempo,com dificuldades de sair jogando e pressionada pelo setor esquerdo da defesa, a seleção brasileira parecia próxima ao gol pelos espaços deixados pela equipe marfinense, porém não aproveitados. Na primeira vez no mundial em que Robinho, Kaká e Luís Fabiano estiveram próximos e dialogaram, o talento fez a diferença e Kaká deixou o centroavante de frente para o gol. 1x0.

Com a vantagem no placar e Drogba, jogador que despertava maior preocupação, bem marcado por Lúcio e Juan, o Brasil poderia, mas não tinha a bola do contra-ataque. O lado direito com Maicon e Elano teve maior atenção e a saída com Robinho pela esquerda era falha, porque faltava alguém ali para tirar do atacante o peso da marcação dupla.

O talento voltaria a fazer a diferença no início do segundo tempo. Sozinho entre três marcadores, Luís Fabiano aplica dois chapéus e marca um golaço – candidato a gol mais bonito do mundial. Jogo praticamente resolvido pelo brilho dos jogadores de frente e qualidade, já amplamente reconhecida, do sistema defensivo brasileiro que tem em Juan o melhor zagueiro da Copa até aqui.

À Costa do Marfim restava sair para o jogo e oferecer o contragolpe. Em troca de passes rápidos pela esquerda, cruzamento de Michel Bastos e Elano marca o quinto gol brasileiro na Copa – melhor ataque depois de dois jogos, ao lado da Alemanha. Apesar do descuído de Lúcio, que falhou pela segunda vez na competição e deixou Drogba sozinho para descontar, o Brasil controlou o jogo e se mostrou sólido.

Kaká, expulso em lance infantil sobre Keita, desfalcará o time contra Portugal. Já classificado, Dunga poderia até optar por poupar o camisa 10. Agora ganha também a oportunidade de ver como o Brasil funciona sem o meia do Real Madrid.

Problema maior pode estar em uma possível punição mais rigorosa que tire Kaká das oitavas-de-final. Em um time que a arma está na velocidade e no talento individual, perder seu principal nome ofensivo pode ser prejuízo duplo para o mata-mata.

Marcelo Bechler é comentarista das Rádios Globo e CBN

O peso da estreia ruim.

O jogo contra a Coreia do Norte deixou no brasileiro uma impressão ruim. A estreia no mundial deve ser analisada de duas maneiras. A primeira é pelo mau futebol apresentado pela seleção, com dificuldades de achar espaço e pouca movimentação. A segunda, pelo resultado: vitória por apenas um gol de diferença o que pode dar aos próximos adversários, Costa do Marfim e Portugal, a oportunidade de empatar com o Brasil desde que derrotem os asiáticos por dois gols.

O jogo fraco do time de Dunga pode ser decepcionante, mas não é surpresa. Durante as eliminatórias, a seleção empatou com Bolívia, Colômbia e Venezuela, em casa, por 0 a 0. Em compensação, na “Era Dunga” venceu a Argentina duas vezes por 3x0, Itália por 3x0 e 2x0 e ainda Portugal por 6x2. Contra equipes que buscam apenas se fechar, o Brasil encontra muitas dificuldades, dada à característica de jogo com um ótimo contra-ataque, mas pouca criatividade.

Logo mais, a seleção brasileira entra em campo contra a Costa do Marfim. É possível imaginar que os africanos tentarão se defender e tentar alcançar Drogba e Kalou nos contragolpes para vencer o jogo. Os marfinenses, prudentemente, devem apostar suas fichas na última rodada contra a Coreia do Norte. O mesmo deverá fazer Portugal: derrotar os asiáticos por boa diferença de gols para entrar em campo na última rodada podendo empatar.

O grupo G tem o Brasil com três pontos e um gol de saldo. Portugal e Costa do Marfim, um ponto. Se, na segunda rodada, Brasil e Costa do Marfim empatam e Portugal vence a Coreia do Norte por 2 a 0, chegamos à última rodada com Portugal 4 pts (saldo 2); Brasil 4 (saldo 1); Costa do Marfim 2; Coreia do Norte 0. Como brasileiros e portugueses irão se enfrentar, havendo um vencedor, uma das equipes estaciona nos quatro pontos e em caso de empate os dois chegam a cinco e pode haver um empate triplo desde que os africanos vençam seu último jogo. Aí a diferença se dará no saldo de gols e os
marfinenses precisarão de um 2x0 para ultrapassar, e eliminar, o Brasil.

A projeção aponta para um quadro perigoso que, óbvio, pode ou não se confirmar, mas já é de se preocupar. Especialmente pela dificuldade da equipe brasileira em vencer adversários que não saem para o jogo. Por isso, golear a Coreia do Norte não era luxo, era obrigação para evitar ter que decidir da forma que o time de Dunga menos gosta: pressionando.

Marcelo Bachler é jornalista das rádios Globo e CBN

19 de junho de 2010

Cinema americano na Copa

O juiz Koman Coulibaly, de Mali, realizou um sonho de bilhões de pessoas em todo o mundo: ele roubou os americanos.
O jogo Estados Unidos versus Eslovênia seguiu um roteiro hollywoodiano:
Primeira parte: Os inimigos ultrapassam a cortina de ferro e cometem maldades. Fazem dois gols contra os mocinhos...
Parte dois: Os mocinhos reagem e o filho do treinador, que tomou uma chamada do pai no intervalo, empata o jogo.
Epílogo: O reserva, que entrou no segundo tempo, faz o gol da vitória. Mas o vilão, o juiz de uma republiqueta africana, anula o tento.
Você acha que não teve final feliz? Claro que teve, afinal o empate teve sabor de vitória e o roteiro ainda sugere uma sequência : EUA na Copa 2010, a classificação.
Os argelinos é que vão pagar o pato. Ou como dizem por lá, pay the duck.

18 de junho de 2010

Ela não foi para a Copa!

Em todos os países que disputam a Copa do Mundo há discussões sobre atletas que poderiam ter sido chamados, mas acabaram ficando de fora do mundial. No Brasil, questionam-se as ausências de Ronaldinho Gaúcho, Neymar, Paulo Henrique Ganso. Maradona deixou fora da lista argentina Cambiasso e Zanetti e por aí vai.

Mas parece que todos os treinadores não levaram para o mundial da África do Sul um elemento fundamental para se conquistar o campeonato. A qualidade não tem sido vista no continente africano. Impressiona a cada partida o futebol mecânico e feio das 32 equipes.

A Alemanha, que goleou a Austrália na primeira rodada, mostrou contra a Sérvia que o máximo que vamos ver são lampejos de bom futebol. No resto teremos jogos sofridos e sofríveis até o dia 11 de julho. Tomara que com o Brasil hexacampeão, mesmo com o futebol burocrático, cara de Dunga,

Até lá preparem os olhos e o espírito porque não veremos coisas muito agradáveis!

Luciano Moreira é apresentador do Meio de Campo e escreve às sextas-feiras.

17 de junho de 2010

Estilo Dunga

Nem o esportivo agasalho, nem o clássico terno. Dunga, mais uma vez, optou por um estilo original, mas bastante questionável. O casaco, do estilista Alexandre Herchcovitch, não agradou a todo mundo e nem precisava, o que o brasileiro menos tem conta é com a roupa do treinador.

O problema é que o estilo da seleção verde e amarela também desagradou a muita gente. E aí sim, o torcedor tem todo o direito de criticar. Diante da limitada Coreia do Norte, a equipe mostrou um futebol aquém da expectativa, embora, poucos tenham criado muita. Kaká, que seria o cérebro do time, foi um dos piores em campo. Luis Fabiano passou em branco e de “fabuloso” não teve nada.

Os gols de Maicon e Elano ajudaram a maquiar a fraca atuação, só que foram insuficientes para levantar o moral da Seleção, por enquanto, do Brasil. Mas se nos próximos desafios, contra Costa do Marfim e Portugal, o time repetir o futebol da estreia, vai ser apenas a Seleção de Dunga, versátil, só quando o assunto é moda.


JosyAlves é editora do Meio-de-Campo

16 de junho de 2010

Charde Duke

Esta é a charge que o Duke fez quando esteve presente no programa, no último domingo, dia 13. Ele já previa o jogo de hoje da Suíça diante da Espanha.
Valeu Duke!!


Jabulani X Média de Gols

Antes de a Copa do Mundo, na África do Sul, começar, o armador Frank Lampard, da Inglaterra, disse que com a Jabulani – a bola do Mundial – a tendência era sair mais gols “espetaculares”. No entanto, mais rápida que as bolas usadas nos campeonatos do Brasil e da Europa – e não mais leve, pois ela está dentro dos padrões, com 420 gramas – a contestada “gorduchinha” vem sofrendo para balançar as redes na África do Sul. Não sei se é por causa do futebol atual, que visa o resultado, mas já vi matéria culpando a coitada da Jabulani pelo baixo número de gols.
(http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/0,,MUL1599793-15605,00.html).

O certo é que a média nos 14 primeiros jogos é inferior à das últimas sete edições da Copa do Mundo, de acordo com estatísticas divulgadas, nesta quarta-feira, pela Fifa. Sem contar com os jogos do grupo H, foram marcados 23 gols e a média ficou em 1,64 por jogo. Só para se ter uma ideia, das 64 partidas do Mundial de 2006, na Alemanha, a média de gols foi de 2,3. Nos últimos 28 anos, a Copa com a menor média foi a da Itália, em 1990, com 2,21 gols por jogo.

Reflexo do pensamento dos treinadores atuais, mais preocupados em segurar o resultado em 1 a 0, do que mandarem o time para frente e fazer o segundo gol, arriscando-se a levar o empate? Ou a pressão da estreia faz com que a vitória seja mais importante do que o jogo bonito? Para mim, a culpa é dos técnicos. Temos como exemplo, a Internazionale de Milão, que venceu a Liga dos Campeões da UEFA, neste ano, com um futebol burocrático.

Nas próximas rodadas, as seleções vão ter que mostrar futebol, jogando mais aberto para avançarem as oitavas de final. E que a “bola de supermercado”, como disse o goleiro Júlio César, não seja responsabilizada pelo baixíssimo número de gols, até o momento.


Fábio Rocha é estagiário do Meio de Campo.

15 de junho de 2010

Mulheres de Hollanda

O título não é original. É o nome da peça diretor mineiro, Pedro Paulo Cava, onde 14 atrizes contam e cantam o universo feminino nos versos de Chico Buarque, que escreve e compõe como ninguém sentimentos e histórias das mulheres.

Talvez por isso Nelson Rodrigues afirmasse que: “Diante de Chico Buarque, todo homem é um corno em potencial”. E ontem me senti traído. Não pelo Chico, mas pelo seu sobrenome: Holanda.

Com um gol contra e outro, que contou com a sorte, a Laranja Mecânica (que insisto em chamar de Banana-Bananas) não brilhou contra Dinamarca. Eu que espera ver Kuyt, Sneijder, Van der Vaart e Van Persie apresentando um belo futebol, não agradei do que vi em campo. Mas me surpreendi, com algo, muito, muito melhor fora das quatro linhas.

Nas arquibancadas um espetáculo a parte. Talvez inspiradas pela colombiana Shakira, as holandesas mostraram aos marmanjos da bola uma beleza que não buscamos numa Copa do Mundo.
Belas, ousadas e inspiradíssimas as torcedores tiraram, bastante, a atenção da partida. Olhares e câmeras não se cansaram em mudar o foco do gramado para o público, e elas, contribuíram

Mas Chico Buarque de Hollanda se inspirou na maioria das vezes, em mulheres brasileiras e é conhecido pela sua paixão por futebol com seu Polytheama.

Então que as canções dele inspirem também a seleção. E que belas imagens possam ser vistas dentro e fora de campo. Afinal beleza feminina e futebolística o Brasil sempre teve. E se Dunga já traiu a confiança do torcedor, pelo menos que vença jogando feio. Afinal não quero ver brasileira nenhuma torcendo o nariz nas arquibancadas. Um sorriso amarelo é melhor.


Cláudio Gomes é editor-chefe do Meio-de-Campo.

14 de junho de 2010

Muito barulho por nada...


Que cores tem a Copa do Mundo na África do Sul ! E que sons ! Ah, as vuvuzelas ! Elas não tem graça nenhuma. Se são irritantes pela TV, imagina no estádio. Uma Copa com significados tão edificantes vai ficar marcada por uma corneta idiota. O Comitê Organizador Local diz que as vuvuzelas fazem parte da cultura sul-africana. É uma grande bobagem. Faz dez anos que estas cornetas são usadas nos estádio do país. Virou o instrumento oficial dos chatos de plantão. E são muitos.
Mas as vuvuzelas incomodam menos do que o desempenho dos países africanos na primeira Copa do continente. É pouco provável a presença de mais de uma seleção africana nas oitavas de final. Talvez apenas Gana, que venceu sem merecer, consiga a vaga. É uma pena que o futebol africano tenha evoluído tão pouco. Uma pena. Este dinheiro investido em estádios, hotéis e estradas poderia ter sido melhor aproveitado na formação de atletas. Seria muito bom o surgimento de um novo pólo do futebol mundial. Mas por enquanto, é só muito barulho por nada.

Charge do Duke


13 de junho de 2010

Ôh povo desconfiado, sô...

O mineiro é tradicionalmente conhecido por ser desconfiado e por ter sempre um pezinho atrás com as coisas. Para muitos, chega até ser exagero e preocupação em excesso, mas em se tratando de futebol atleticanos e cruzeirenses estão cobertos de razão em estar “com a pulga atrás da orelha”.

Esta semana o Atlético anunciou a contratação de mais um goleiro: Fábio Costa, ex Santos.

Bicampeão Brasileiro e Campeão Paulista, Fábio Costa causa preocupação por dois motivos: o primeiro é por não atuar há um ano, pois fraturou o tornozelo direito no dia 21 de junho de 2009, num jogo contra o próprio Atlético. O segundo motivo é o temperamento explosivo do goleiro, que pode atrapalhar o time em momentos decisivos.

Já o Cruzeiro anunciou Alexi Stival, o Cuca, como o substituto de Adilson Batista. Cuca chegou com uma rejeição de 80% (pesquisa realizada pelo blog do cruzeirense) por parte do torcedor da Raposa.

Depois de tentar, sem sucesso, a contratação de Luis Felipe Scolari, Carlos Alberto Parreira, Ney Franco e Joel Santana, o presidente Zezé Perrela acabou optando pelo treinador curitibano, que iniciou sua carreira justamente em Minas Gerais, onde comandou o time do Uberlândia, em 1998.

Cuca tem em seu currículo apenas o Campeonato Carioca de 2009. No Rio de Janeiro, ganhou o rótulo de “Sempre Vice”, sendo o último conquistado na Copa Sulamericana do ano passado.

O último grande feito do treinador foi livrar o time do Fluminense do rebaixamento no Campeonato Brasileiro do ano passado (naquela ocasião a equipe das Laranjeiras chegou ao risco de 98% de cair para a série B). Em 2010, Cuca foi demitido após uma campanha ruim no campeonato estadual.

E o torcedor Americano, hein?
Na teoria, este não teria motivos para estar desconfiado, afinal, o Coelho é o vice líder do Brasileirão da Série-B com 14 pontos (4 vitórias, 2 empates e apenas 1 derrota), mas como bom mineiro que é, o torcedor do América ainda não está satisfeito com o que viu. A média de um pouco mais de mil pagantes por jogo deixa claro que ainda existe uma grande desconfiança por parte do torcedor americano.

Já no Vale do Aço, o torcedor do Ipatinga deixou a desconfiança de lado e está mais convicto do que nunca que a coisa não caminha bem, afinal, o Tigre corre um sério risco de ser rebaixado para Série C. No momento, o time ocupa a 18º colocação, com apenas três pontos conquistados, em 21 disputados.

E quando o assunto é seleção brasileira na Copa do Mundo da África do Sul, o que percebemos é que: “O BRASIL INTEIRO É MINEIRO”. HAJA DESCONFIANÇA!
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Henrique André é jornalista da Rádio Inconfidência e twitteiro viciado.

Medo de perder, alegria de participar!


Nada me empolgou ainda! A não ser a dança e o canto dos jogadores da África do Sul, minutos antes da partida de estreia. Curioso observar que, o técnico Luxmburgo se faz presente neste momento da Copa. "O medo de perder, tira a vontade de ganhar," frase dita pelo treinador em alguns momentos da carreira e que cabe muito bem neste início de Mundial.
As seleções estão preocupadas em não perder na estreia, resultado que deixa qualquer time longe da classificação para as oitavas. Uma derrota é a obrigação de vitória no jogo seguinte. Por isso, quem saiu derrotado no primeiro jogo, com certeza mostrará mais na segunda partida. Quem emaptou, poderá vir mais cauteloso, mas já sem o gelo da estreia. A tendência é que os gols comecem a aparecer na segunda rodada. Ou então, o medo de perder fará com que a Copa tenha um artilheiro com o menor número de gols em uma única edição, quatro, em 1934 e 1962.


João Paulo Ribeiro é produtor do Meio de Campo.

9 de junho de 2010

Todos, menos o Fábio!


Eduardo Maluf puxou a fila, depois foi a vez de Kléber e, em seguida, de Adilson Batista. Guerrón e Fernandinho também tomaram outro rumo. Quem ficou, segue para dois amistosos nos Estados Unidos, mas participar da excursão não é garantia de continuidade no clube. Mais gente pode sair e, na altura do campeonato, ou melhor, pelo desempenho da equipe até aqui, o torcedor celeste só sentiria mesmo, a partida de Fábio. O goleiro não vai para a América do Norte, ficou para retirar o apêndice, mas pode carimbar o passaporte para outro continente.

Depois de sete anos, Fábio se tornou ídolo, sinônimo de segurança e, talvez, insubstituível. Apreensivo, o cruzeirense exige a permanência do camisa um. Difícil é segurar o atleta diante de milhões de euros e da tão almejada independência financeira. Com 29 anos, ele nunca jogou em um time estrangeiro e, se não for agora, quando seria?

Para a questionada diretoria celeste, a saída do arqueiro não é um bom negócio. O clube detém apenas 50% dos direitos econômicos do atleta, a outra metade pertence ao próprio jogador. Quem depositar 3 milhões de euros, valor da multa contratual, leva o goleiro, desde, é claro, que ele queira ir.

Fábio diz que quer ficar, mas também não nega o desejo de atuar em um clube europeu. Pesadelo para o torcedor e para os Perrellas. Como encontrar um substituto, à altura, com 1,5 milhão de euros? Só resta esperar e torcer, como nunca, para que a janela de transferência se feche, sem que Fábio saia por ela.

Josy Alves é editora do Meio-de-Campo

8 de junho de 2010

Tchau! I have to go now...

O dia 6 de junho de 2008 marcou o início de um novo período em minha vida. Após algumas participações, como convidado, de alguns programas esportivos, pela primeira vez eu iria de fato trabalhar para uma emissora de TV.

Como todo começo, foi tenso. De cara, fui designado para cobrir o jogo Brasil x Argentina, pelas eliminatórias para a próxima Copa do Mundo. Acompanhei da fila para a compra de ingressos até a coletiva insossa de Dunga após o empate sem gols com os hermanos.

Eu era o repórter do Esporte, mas logo me colocaram para apresentar um boletim com as principais notícias do dia. Eram só cinco minutos, sempre antes do "Brasil das Gerais", da competente Roberta Zampetti. Era o começo de um plano maior.

Eu não sabia, mas estava sendo preparado para encarar um grande desafio. E ele chegou mais rápido do que eu esperava. Em Setembro de 2008 ganhei a missão de assumir o "Meio-de-Campo" e fazer o melhor por ele.

Reerguer o programa era o objetivo principal. E, graças ao trabalho, consegui. Não fiz isso sozinho, claro que não. Tive o apoio de todos na Rede Minas, em especial do Diretor de Jornalismo, Túlio Ottoni, do editor-chefe de Esportes, Cláudio Gomes, e do produtor João Paulo Ribeiro.

No último domingo, exatamente dois anos depois de ter sido admitido na casa, apresentei o "Meio-de-Campo" pela última vez. Foi difícil, mas devido a novos projetos profissionais, fui obrigado a me desvincular da emissora.

Agradeço a Rede Minas pela oportunidade de me tornar um profissional melhor do que eu era há dois anos. Agradeço a todos que me ajudaram nessa caminhada. E, principalmente, obrigado a você que dedicou suas noites de domingo para acompanhar o trabalho.

Desejo toda a sorte do mundo ao amigo Luciano Moreira, que assume a apresentação do "Meio-de-Campo" a partir do próximo domingo. Profissional competente, que sabe tudo sobre Futebol.

É isso.

Tchau?

Não. Desta vez me despeço com um até logo... Quem sabe um dia eu não volto?

Fábio Pinel era apresentador do Meio-de-Campo, mas segue no Twitter.