8 de outubro de 2009

O que queremos, afinal?

Ganhar o título do Campeonato Brasileiro é o interesse de todos nas primeiras rodadas. Afinal, antes de dar a largada, qualquer um acredita que é possível. São 38 rodadas e três pontos em jogo cada vez que o time entra em campo. Com o tempo, cada equipe vai assumindo outros objetivos.

Pode ser que a luta pela conquista se transforme na briga para fugir do rebaixamento. E aquele pesadelo que um adversário bem próximo viveu em anos anteriores pode se tornar realidade. Que torcedor do Fluminense não incomodou os vascaínos por causa da queda para a série B?

São os altos e baixos da vida...e da tabela. A cada rodada, um discurso. Basta uma sequência de maus resultados para o título não ser mais possível e então é hora de lutar pela vaga na Libertadores. Mais alguns pontinhos perdidos e a Sul-Americana já se transforma num troféu. Se a situação piorar, só de ficar fora da degola já é um motivo para comemorar.

Vejamos Cruzeiro e Atlético. Antes da derrota na Libertadores, Campeonato Brasileiro era segundo plano para os cruzeirenses. Veio o vice-campeonato continental e a necessidade de correr atrás de bons resultados na disputa do Brasileirão. Mas eles não apareceram por um bom tempo. Título vira sonho distante, vaga na libertadores...quase impossível. Vitórias fora de casa...e lá está a Libertadores de novo nos planos. Difícil, mas...por que não?

Já o Galo, enquanto líder, só queria se manter na primeira colocação. Não deu, foi caindo algumas posições e o discurso foi mudando. "Se ficar no G4, já está bom demais." Mas chegaram os reforços, voltaram os resultados e o objetivo lá do começo retorna à boca de dirigentes, técnico, jogadores e claro, torcedores: "o que queremos é o título!"

É claro que o título é o que todo mundo deseja! Mesmo quando o time cai de rendimento, a esperança de se reerguer na competição sempre existe. O torcedor do São Paulo é prova viva disso. Mas o difícil é ter peito para assumir o compromisso com o título mesmo quando a equipe não está tão bem. Afinal, se o time diz que ainda pensa em ganhar a competição, a cobrança do torcedor é maior. Mas se disser que não dá mais e consegue fisgar uma Libertadores, já é lucro. E enquanto alguns se preocupam com esse jogo de palavras, outros treinam obstinados com a taça em mente. E essa força do pensamento é forte, viu!


Carol Delmazo faz o quadro " De salto alto" para o Meio-de-Campo.

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